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Departamento de Ciências Econômicas e Relações Internacionais

Por:   •  23/12/2015  •  Resenha  •  1.273 Palavras (6 Páginas)  •  256 Visualizações

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Socio-Econômico

Departamento de Ciências Econômicas e Relações Internacionais

Aluno: Brenda Miyaji

Matrícula: 11101529

Professor: Valdir Alvim da Silva

Disciplina: Formação Econômica do Brasil II

Semestre: 2014.2

PÓS-CAFÉ, PRÉ-INDUSTRIAL

Este presente trabalho tem como objetivo central analisar o período pós economia cafeeira, revolução de 30 e pré-industrial, tomando como base autores como Sergio da Silva, Francisco de Oliveira, Sonia Draibe, etc.

Francisco de Oliveira vai fazer uma crítica sobre o modo de pensar da economia brasileira. O autor nos fornece uma alternativa metodológica para o estudo do desenvolvimento capitalista ocorrido no Brasil. Mostra que seus condicionantes econômicos (capacidade de financiamento da passagem, criação de mercados, criação das infra estruturas básicas, etc.), muitas vezes, estão dissociados dos políticos e sociais (formação de uma elite industrial capaz de liderar o processo), o que impossibilita a visualização do desenvolvimento como um processo integrado, determinado historicamente.

Em sua obra autor faz uma revisão, apontando que a industrialização se dá visando, em primeiro lugar, atender às necessidades da acumulação e não às do consumo, tendo a agricultura como base de apoio para seu crescimento.

Oliveira chama a atenção para a questão do crescimento do emprego do setor terciário, que longe de ser um inchaço, surgiu como um exército industrial reserva, uma forma de manutenção e incremento à questão urbano-industrial, que necessitava de infraestrutura e serviços, mas as cidades da época ainda não podiam cobrir. Constata então o autor, que enquanto o consumo pessoal cresce e a indústria recupera o seu dinamismo, ao mesmo tempo a renda se torna ainda mais desigual, explicitando a relação de exploração da sociedade capitalista que estava sendo formada.

Com relação à articulação interna, Oliveira argumenta que, diante da substituição das classes hegemônicas agroexportadoras pelas urbano-industriais, “as classes trabalhadoras não tinham nenhuma possibilidade nesta encruzilhada”. Já diante da articulação externa, devido à crise de 1929 e o fim da segunda Guerra Mundial, o cenário internacional se configurou de tal modo a ser um obstáculo à articulação que vinha sendo feita no Brasil, pois seria reativado o papel de fornecedor de matérias-primas de economias deste país.

Apesar do sentido político da revolução burguesa não tradicional ser o de mudar a estrutura de poder, colocando-se ela como a elite hegemônica, acabou ela por enfrentar uma conjuntura externa adversa. Dentro dessas tensões, o populismo se configurará como um operador da adequação entre o “arcaico” e o “novo”, fundando novas formas de relação entre o capital e o trabalho. Nasce então um pacto de classes, devido à necessidade, além de uma pressão de massas, da burguesia industrial impedir que a economia retornasse ao modelo anterior aos anos 1930. Porém, apesar do pacto e a legislação do trabalho também serem fruto de reivindicações das massas, ele serve mais aos interesses do acumulo de capital industrial do que ao interesse dos trabalhadores. O salário-mínimo, por exemplo, passaria a ser o compromisso máximo que as empresas teriam com os trabalhadores, podendo elas então, se concentrarem na acumulação e crescimento de sua produção.

Sem que tenham sidos levados em conta aspectos estruturais (sociais e políticos), o subdesenvolvimento trata da evolução de uma produção de dependência aos padrões da divisão internacional do trabalho capitalista e dos interesses internos das elites presentes no poder.

Tomando a mesma linha de pensamento Sonia Draibe, baseando-se em Cardoso de Mello, procura apreender as transformações sociais e coloca o conceito de vias de desenvolvimento do capitalismo. Nesse âmbito, distingue três vias: a via conservadora, a via moderada, e a via nacional-popular.

A via conservadora está associada aos interesses do capital cafeeiro. O desenvolvimento do capital cafeeiro requeria uma política liberal, de modo a impor uma fronteira mais estreita ao capital industrial. Draibe explica que tal via admitia certo avanço do setor de bens de consumo que poderia ser sustentado pela capacidade de importar gerada pelo setor exportador dominante, dentro da divisão internacional do trabalho. Quanto à problemática agrária, a via conservadora é à favor da manutenção da estrutura fundiária concentrada e excludente e das relações de subordinação da força de trabalho. Em relação às massas urbanas, essa via implicaria em crescimento devagar do emprego, contenção relativa dos salários reais e expansão parcial do gasto público na área social.

A via moderada, por sua vez, corresponderia a um avanço industrial com cautela e controle, pois um rápido avanço do processo de industrialização implicaria na predominância do capital estrangeiro e da empresa pública na estrutura industrial brasileira. Quanto às relações com o capital estrangeiro, distinguem-se dois movimentos: o dos capitais de empréstimo, que abriria maior possibilidade; e o dos investimentos diretos do capital estrangeiro, mais complexo, já que implicaria na participação direta externa nas transformações estruturais do aparelho industrial. Já o meio rural, a estrutura fundiária parecia não ser um obstáculo a industrialização, se a modernização e expansão da agricultura mercantil de alimentos acompanhasse o ritmo da expansão industrial. No campo social, se abririam certas possibilidades à implementação de políticas sociais, mas limitados pelo gasto público vinculado à constituição de capital social básico e construção de infraestrutura econômica em geral.

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