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Empreendedorismo: Limitações e Reflexões

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Por:   •  25/5/2014  •  Artigo  •  1.175 Palavras (5 Páginas)  •  183 Visualizações

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lucrativas e podem ser bem sucedidos

no futuro consequentemente” (MOSAKOWSKI, 1998, p. 628). Mas não parece crível que esses

recursos possam ser distribuídos entre um ou poucos indivíduos (individual entrepreneurial resources)

ou dispersos entre um grupo de indivíduos (team entrepreneurial resources). Além de Lumpkin e

Dess (2001), Mosakowski (1998) também realça a importância de componentes como criatividade

e independência de pensamento. Para Lumpkin e Dess (2001), a associação destas características

com a inovação e a autonomia interfere favoravelmente no desempenho do empreendedor. De

forma resumida, os autores sugerem que proatividade é uma resposta a oportunidades, ao passo

que agressividade competitiva é uma resposta a ameaças.

De todo modo, a preocupação maior da academia não parece ser a de comprovar a existência ou

não de uma possível hereditariedade, mas, sim, saber se é possível aprender a ser empreendedor

(BROCKHAUS, 2000; FILION, 2000a, 2000b; NELSON; WINTER, 1982). Ou, ainda, segundo Filion

(2000a), parece existir uma tendência em se considerar o empreendedorismo uma profissão.

Ademais, já que a tese de que um empreendedor nasce feito não é mais relevante no meio científico,

a educação empreendedora pode ser encarada como um caminho viável para o desenvolvimento

do empreendedorismo.

Empreendedorismo: limitações e reflexões

Inúmeras definições para empreendedor, como foi visto, podem ser encontradas na literatura.

O significado da palavra “empreendedor” não é necessariamente idêntico para todos. Há definições

notadamente influenciadas pelos economistas, outras de inspiração comportamentalista, e ainda

existem aquelas que seriam, por assim dizer, um tanto quanto ecléticas.

Na abordagem dos economistas prevalece a identificação do empreendedorismo como um

elemento útil à compreensão do desenvolvimento econômico. Em outros termos, esta corrente

defende que o empreendedor é o agente propulsor da inovação e o associa às forças direcionadoras

de desenvolvimento. De acordo com Julien (1989; 2006; 2010), a complexidade do fenômeno do

empreendedorismo não permite que ele seja analisado do ponto de vista de regras econômicas. Ao

que parece, portanto, esta visão mostra-se exclusivista, uma vez que diminui de forma sensível o

universo de pessoas que poderiam ser consideradas empreendedoras. O processo inovativo envolve a

coordenação do ambiente externo e interno da empresa e não depende, tão somente e exclusivamente,

do comportamento individual. Além disso, ele não está restrito ao universo da grande empresa, muito

embora o porte da empresa possa, de fato, interferir nesse processo. Às vezes, a estrutura simplificada

da pequena empresa pode viabilizar mais adequadamente tal processo. Às vezes, pode dificultar, haja

vista o seu acesso à tecnologia nem sempre ser igual ao das grandes empresas.

Os comportamentalistas também abordam o empreendedorismo a partir do sujeito que exerce

a ação de empreender. Seus estudos dão relevo aos aspectos subjetivos do indivíduo, de modo,

inclusive, a traçar o que seria um “perfil psicológico” ou “comportamental” do empreendedor. Essa

ênfase – tanto dos primeiros economistas, quanto dos comportamentalistas – no sujeito da ação

empreendedora como ponto de partida para o estudo do empreendedorismo trouxe, evidentemente,

algumas implicações para as pesquisas posteriores.

Schumpeter (1982) vê o sujeito empreendedor como o indivíduo que, de alguma forma, traria

incrustado em seu âmago qualidades expressas na forma de forças espontâneas que levariam

a uma ação (“egoísmo”, “desejo” de conquista, “impulso” de luta, “alegria” de criar). Sua visão

marcou de tal maneira a história das ideias no campo da administração, que o tratamento por ele

dado mais tarde ao empreendedorismo, desvinculando-o do individualismo extremado, acabou

212 Almiralva F. Gomes, Juvêncio B. de Lima E Mônica C. Alves Cappelle - Do empreendedorismo à noção de ...

por ser eclipsado por seus últimos postulados. Talvez tenha sido a partir daí que o processo de

“naturalização” dos conceitos de empreendedor e empreendedorismo tenha começado. A propósito,

esse tipo hegemônico ou herói solitário denominado por Paiva Júnior, Almeida e Guerra (2008) de

“empreendedor atomístico” se oporia ao “empreendedor humanizado”, que na concepção dos autores

seria um empreendedor que se encontra em um processo constante de construção social.

Os comportamentalistas também dão sua contribuição para esse processo de “naturalização”. A

divisão proposta por McClelland (1961) de que na sociedade existiria um grupo minoritário de pessoas

mais capazes de enfrentar desafios e de correr riscos, em detrimento de uma maioria desprovida

desta capacidade, “permitiu” ao pesquisador traçar um “perfil psicológico” do empreendedor,

visto

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