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Liquidação da filsofia

Por:   •  21/4/2015  •  Ensaio  •  444 Palavras (2 Páginas)  •  193 Visualizações

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Liquidação da filosofia?

É colocado em questão se é possível relacionar filosofia e economia, de acordo com o desenvolvimento espiritual de Marx em "O Capital", mediante uma investigação de sua lógica interna. Kosik pondera que a formulação dessa lógica interna deve ser o resultado do exame crítico do material empírico que constitui ponto de partida e meta da investigação. Ele prossegue, analisando que o significado e a problemática da obra de Marx se manifestam na integração da atmosfera espiritual na realidade histórica-social.

Kosik ainda propõe-nos a dúvida: se no processo amadurecimento intelectual de Marx ocorre uma modificação na relação entre filosofia e economia. É posto o princípio de que a obra do jovem Marx ("Manuscritos") resultaria na compreensão da obra do Marx maduro, porém,  segundo Kosik, esse princípio equivale a uma ausência de senso crítico (sepultura da ciência e da interpretação científica), pois, para a compreensão de "O Capital " são necessários meios conceituais específicos, sem os quais esconde-se a sua verdade oculta.

É apresentado ao leitor de "Dialética do Concreto"  modelos fundamentais de dinâmica do desenvolvimento espiritual para compreender-mos a obra de Marx:

1. Modelo do desenvolvimento empírico-evolutivo, na qual a concepção de mundo se enriquece,  se liberta e substitui elementos;

2. Modelo do desenvolvimento crítico-evolutivo, em que uma concepção de mundo é negada e substituída por outra;

3. Modelo do desenvolvimento concretizante em sentido integral,  na qual é criada uma rica concepção do mundo,  cuja problemática será sempre desenvolvida pelo estudo e pela práxis;

Kosik afirma que no desenvolvimento espiritual de Marx há uma passagem,  desde "Manuscritos" até "O Capital", da filosofia à ciência, em que nesse desenvolvimento encarna-se e se realiza a Liquidação da filosofia. O autor de "Dialética do Concreto" prossegue afirmando que a filosofia é eliminada de "O Capital" pelo fato de se realizar, de se transformar numa teoria dialética da sociedade - expressão idealista da relação entre filosofia e realidade - expressão essa que se torna uma forma ideológica da práxis.

A filosofia, segundo Karel Kosik,  desempenha as tarefas de desenvolvimento de autoconsciência e práxis histórica,  no sentido de que "...o movimento social passa pela consciência e cria na consciência as formas categoriais da própria realização...".

É estabelecida uma relação em que o original (realidade) e a "fotografia" (filosofia) se invertem na concepção idealista - idéia de superioridade do original frente à cópia. Além disso,  a filosofia deve também ser eliminada através da realização, criando uma realidade racional e acabando com a alienação (ficção escatológica).

A idéia de que a Filosofia deva ser uma expressão alienada de um mundo subvertido por ter sido uma filosofia de classe pode surgir de uma leitura errada do "Manifesto Comunista".

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