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O Marshall e a Teoria Neoclássica

Por:   •  23/10/2020  •  Dissertação  •  5.149 Palavras (21 Páginas)  •  347 Visualizações

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Aula 1 – Mercado, concorrência e competitividade 13/10/2020

Parte 1

Os traços marcantes das economias de mercado atualmente são a complexidade, visto que o mercado está formado por diferentes atores que estabelecem ações diferentes em todo momento e em todo lugar.

O conceito de mercado faz referência a um fato social e histórico milenar, portanto, bem antes do capitalismo os mercados já existiam. Hoje, os produtos que se trocam no mercado, além de terem ganhado enorme valor agregado e diversidade, não vão sozinhos para o mercado por produção artesanal ou individual. A produção atual dos mercados se concentra em um complexo sistema industrial de distribuição e vendas. Portanto, a complexidade deve ser entendida a luz de conceitos da microeconomia.

Além da complexidade que os mercados ganharam, são, desde a antiguidade, intermediados pelo dinheiro, sendo assim, os mercados além de pertencerem as economias monetárias ganharam e deram poder ás finanças através do capitalismo financeiro. Hoje as mercadorias trocadas são resultado do complexo processo produtivo de um complexo labirinto de relações logísticas e infraestrutura que leva as mercadorias ao mercado e um complexo sistema de distribuição da renda. Além do mais, a complexidade do mercado é acompanhada por um segundo traço, a diversidade. Existe uma heterogeneidade de unidades produtivas, de tamanhos das firmas e formas de organização, sendo assim, os mercados ganham em complexidade e diversidade.

Isso tudo está em um mundo permeado pelas incertezas, as empresas que levam seus produtos ao mercado devem ser geridas e administrados em um fundo de mar que é completamente incerto, no qual um momento pode trazer novidades que faz mudar completamente a direção do navio. A evolução do capitalismo em pesquisa histórica nos dá essa permanente ideia da mutabilidade do sistema capitalista associado diretamente aos mercados. As incertezas dos mercados, as decisões a serem tomadas em meio a essas incertezas, fazem com que os homens de negócios pensem a todo tempo de uma perspectiva temporal.

Alfred Marshal, considerado um dos pais da economia neoclássica no início do século XX, adicionou a teoria o fator tempo e para análise definiu o que já conhecemos como curto e longo prazo. Ele explicou como se compõe os pensamentos dos homens de negócio na hora de dirigir o navio de uma empresa, em um mar agitado com permanentes surpresas. No curto prazo, o empresário analisa a situação real e do presente, no longo prazo ele analisa as possibilidades de mudança. No entanto, nesse mundo que é incerto os homens de negócio utilizam a situação presente para projetar no futuro, com alguns desvios em função de eventos futuros que possam vir a acontecer. Portanto, a situação presenta entra no longo prazo como uma projeção do futuro. 

Ao projetar a situação atual no futuro se modificam algumas coisas esperando que aconteçam algumas mudanças, isso cria o chamado estado de expectativa dos empresários. A longo prazo esse estado serve para tomar decisões, e essas decisões dependem dos prognósticos futuros com diferentes graus de probabilidade, mas especialmente dependem da confiança com que se fazem esses diferentes prognósticos. As previsões e expectativas que se fazem essas previsões, delimitam o que possa acontecer no futuro da economia, se esperamos grandes modificações, mas estamos inseguros sobre a forma como elas acontecerão, então nosso estado de expectativa será inseguro e frágil para tomada de decisões.

O chamado estado de confiança, explicado por Keynes, é um assunto do pensamento dos homens práticos, eles concedem grande atenção ao presente e a preocupação de como dirigir seus negócios. Mas os economistas perceberam isso apenas a partir de 1930, com a obra de Keynes que explicou os fundamentos da incerteza das economias. O estado de confiança, pensamento no presente projetado para o futuro que é criado pelos próprios empresários que depende das suas convicções e expectativas, é um estado que tem muita importância na definição de preços chaves do futuro, como são os preços dos fatores, a rentabilidade do capital, a taxa de juros e o câmbio.

No entanto, apesar de isso ser tão importante sabemos pouco em relação ao estado de confiança. Apenas que é uma forma de pensamento que os homens de negócio constroem para enfrentar o futuro. Nesse sentido, temos que prestar atenção nas decisões que serão tomadas, ao mesmo tempo que comenda o negócio busca, de alguma forma, criar mecanismos de estabilidade em cima de um mar de incertezas.

As projeções do futuro e os riscos do negócio indicam que quanto mais flexíveis sejam as aplicações de capital uma maior facilidade terá para se adaptar aos mecanismos e as surpresas do futuro. No entanto, as empresas buscam contratos, normas, regulamentos, que deem ao cotidiano das suas gestões uma certa segurança e uma certa continuidade por cima daquele mar de incertezas.

A luta das empresas no mercado, portanto, de um lado inovar, aumentar a produtividade para conseguir ganhar mais, de outro lado, isso nos faz pensar que existe uma base de racionalidade que os empresários usam para crescer e lucrar. Mas não a racionalidade formas com cálculos matemáticos precisos, mas que pouco se aproxima da realidade do pensamento das empresas. O cálculo racional perfeito com todos os dados é quase impossível nessa economia em que predomina a incerteza, o mais provável é que o que tenhamos que analisar são as formas de contratos, os negócios e as estratégias estabelecidas pelas empresas quando aplicam o capital em ativos que não são flexíveis e, portanto, envolvem riscos e grandes possibilidades de ganho.

Em condições de incerteza, tal como funciona a economia capitalista, os mercados atuam na maneira de um processo seletivo, em que as melhores e mais fortes empresas conseguem crescer, amadurecer e ganhar. As empresas que permanecem no mercado, conseguiram isso através de vantagens competitivas. Vantagens competitivas são ativos que as empresas aplicaram que estão envolvidos com a produção de bens e serviços econômicos, ativos que são propriedades especiais, ativos que permitem construir estratégias competitivas, ativos que são parte da tática das empresas. Ativos com essa possibilidade de lucrar e ganhar com a produção, com o uso de recursos naturais, como marcas, com o conhecimento e patentes são ativos em geral de pouca flexibilidade, ativos que surgiram altos investimentos e envolvem certos riscos. As empresas que sobrevivem são aquelas que conseguem ter esses ativos e se diferenciar no mercado criando vantagens competitivas.

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