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O Projeto De Implantação De Uma Unidade Industrial Que Transforma A Soja Em Alimentos

Por:   •  26/5/2023  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.369 Palavras (10 Páginas)  •  52 Visualizações

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Projeto de implantação de uma unidade industrial que transforma a soja em alimentos.

1. Introdução

Muitos ecossistemas tropicais desempenham papéis importantes nos ciclos globais de carbono e hidrologia, além de fornecer produtos naturais para as comunidades vizinhas. No entanto, muitos ecossistemas tropicais estão sendo danificados por mudanças no uso da terra, desmatamento e outras mudanças ambientais. O Brasil é um excelente exemplo disso; mais de 90% das práticas agrícolas e pecuárias do país são instalações agrícolas especializadas. A pecuária teve um impacto significativo no aumento da oferta e produção de produtos agrícolas, onde eles também têm impactos sociais e ambientais que precisam ser levados em consideração. Nos últimos 40 anos, 18% da floresta da Amazônia Legal foi desmatada, 50% da vegetação nativa do Cerrado, Pampa e Caatinga e 88% de vegetação nativa de Mata Atlântica. Isso se deveu principalmente ao aumento da produtividade causado por sua lavoura (FILÁRTIGA, 2020).

Na década de 1960, muitos países ao redor do mundo experimentaram uma Revolução Verde graças aos avanços na pesquisa científica. Aproveitando esses novos desenvolvimentos, o Brasil implementou muitas mudanças agrícolas que alteraram drasticamente seus métodos agrícolas. Estes incluíram a entrada de produtos químicos nas culturas, a agricultura mecanizada e a implementação da monocultura, onde isso os levou a se tornar um dos maiores exportadores de produtos agrícolas; que desempenhou papel significativo na oferta mundial de carnes, soja, laranja, café e frango.

Pesquisas afirmam que o complexo da soja no Brasil contribuiu, indiretamente, para até 32% da perda florestal na Amazônia, onde tradicionalmente, a soja é uma cultura que ocupa áreas de outras culturas anteriormente implantadas, a exemplo da pecuária de corte e do arroz. Inicialmente introduzidas a partir da “necessidade de se amansar a terra”, a pecuária de corte e, posteriormente, o arroz, são atividades conhecidas como desbravadoras para a posterior implantação das lavouras de soja. É a partir daí que se observa a contribuição indireta da soja para o desmatamento: a expansão da produção da oleaginosa agrava cada vez mais esse processo, que se dá por meio da dinâmica de derrubada da floresta, implantação da pecuária e transformação posterior da área em agricultura mecanizada. Isto empurra a pecuária de corte cada vez mais para a floresta, atividade para a qual são atribuídos os maiores índices de contribuição para o desmatamento na Amazônia.

Dessa forma ao se tratar da expansão da produção de soja na Amazônia, recentemente tem sido observado um crescimento expressivo desta cultura na região Oeste do Pará. Esta compreende os municípios de Santarém, Mojuí dos Campos, Belterra e Boa Esperança. Santarém é uma região estratégica para a exportação da soja, uma vez que em seu porto encontra-se o Terminal Graneleiro da Cargill, empresa multinacional que atua desde 2003 na região e que é responsável por adquirir a quase totalidade da produção agrícola da região para exportação à Europa, Japão China e Estados Unidos. Em busca de terras mais baratas e de uma promessa de comercialização facilitada e garantida para a sua produção, a região Oeste do Estado do Pará foi ocupada por produtores rurais originários das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil.

A facilitação da logística de transporte e comercialização é baseada na promessa de asfaltamento da BR-163, que aconteceu apenas parcialmente até o momento. Por ser a soja uma cultura recentemente introduzida em plena floresta tropical, muito se questiona acerca das decisões que são tomadas pelos agricultores que se lançaram nesse cultivo. O processo de tomada de decisão na agropecuária é extremamente complexo, uma vez que esta atividade é desenvolvida em um ambiente que se modifica constantemente e que sofre influência de inúmeros fatores (decisões de mercado, influências climáticas, entre outros). Independentemente do tamanho da propriedade e da escala de produção, tomar decisões é crucial e influencia diretamente o desempenho da atividade produtiva. Nesse sentido, as questões que se buscam elucidar neste trabalho estão relacionadas à escolha de plantar soja na Amazônia; à escolha de se instalar na região de Santarém; às fontes de informação que auxiliam o produtor rural em seu processo decisório.

Incluídas no rol dos fatores que influenciam a tomada de decisão do produtor rural, as redes interpessoais, que podem ser visualizadas por meio do contato com outros produtores rurais, por exemplo, possibilitam a troca de experiências e exercem papel significativo em termos de ajuda mútua para o processo decisório. As redes interpessoais podem ser ferramentas estratégicas para acelerar a mudança de comportamento, melhorar a eficiência organizacional e a mudança social. Deste modo, o presente projeto busca contribuir para o avanço do conhecimento que aborda o processo de tomada de decisão dos produtores rurais, especificamente para a região Oeste do Estado do Pará, buscando-se levantar a influência das redes interpessoais para este processo como um todo.

2. Planejamento

Planejar é o ato de estruturar objetivos atuais e futuros, é um aspecto importante da gestão e administração. Ou seja, o planejamento permite às empresas direcionar recursos, esforços e atenção para um objetivo específico, onde se torna um processo contínuo e sistemático que as empresas devem concluir para atingir seus objetivos.

2.1 Documentação

Reforçando o problema da insegurança alimentar está o modelo de produção agrícola do país, que utiliza monoculturas. Castro (1965) observa que esse modelo resulta em desemprego, pobreza, migração, exclusão social e má distribuição de renda. Além disso, ele identifica várias outras consequências associadas a esse sistema. Estes incluem a exploração predatória da natureza através do uso excessivo de pesticidas e pastagem de gado. Além disso, o abastecimento de alimentos do país está em risco devido à falta de diversidade nas culturas de subsistência e à falta de empregos para os agricultores. Sem empregos para os agricultores e uso excessivo de pesticidas, o cultivo de alimentos torna-se insustentável.

Além disso, o acesso à terra para cultivo ou emprego é precário porque os sistemas agrícolas dependem de uma variedade de técnicas e métodos. Consequentemente, os países que implementam a monocultura enfrentam diferentes relações econômicas e ambientais com sua produção. A comunidade agrícola já não goza de uma coexistência significativa; grandes empresas agroquímicas, por exemplo, mantêm o controle sobre a maioria dos produtores de soja graças a parcerias com os maiores produtores de sementes do mundo, onde um exemplo é a decisão de uma trading de soja de firmar parceria com uma empresa voltada para o pequeno empreendedorismo – denominada Simples Nacional – Microempresa.

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