Orçamento flexível

Introdução

O orçamento é um plano administrativo que abrange todas as operações da organização em um período definido. Nele a alta administração formaliza todas as políticas, planos, objetos e metas estabelecidas para empresa e para suas subdivisões. Portanto, o orçamento é uma importante ferramenta de planejamento estratégico, que permite uma análise detalhada dos eventos relevantes do passado e das condições empresarias presentes, objetivando projetar o desempenho e as responsabilidades futuras.

Trata-se de atividade econômica/financeira que estimula e possibilita a alta administração a diagnosticar problemas e a estudar cuidadosamente as possibilidades e os riscos antes do processo de tomada de decisão, tornando mais transparentes os compromissos com a gestão empresarial e a criação de valor para os proprietários/acionista.

Orçamento Flexível

Um dos fatores que dificulta a análise da eficiência da implantação do orçamento é a variação entre o realizado e o projetado. Portanto, alguns autores defendem que o orçamento não deve ser considerado como um pacote fechado e nem deve ser imposto desde a alta gerência até o setor operacional. Com isso, surge o orçamento flexível que permite maior participação dos membros da empresa.

O orçamento flexível surgiu em 1970, na Alemanha, composto por dois princípios:

1º - criação de centros de responsabilidades e seu controle por custo de produto;

2º - separação de custos fixos e variáveis de acordo com os centros de responsabilidades.

Com relação ao orçamento tradicional, o flexível se diferencia por não limitar sua projeção para uma atividade, mas para uma gama de atividades e os custos incorridos são comparados com os necessários para cada nível de atividade.

O princípio do orçamento flexível é construir vários orçamentos em diferentes níveis e volumes e mostrar a variação desses custos de acordo com os níveis de fabricação e vendas. Para isso, a organização necessita saber a capacidade produtiva de seus colaboradores, máquinas e até mesmo de cada metro quadrado da empresa, pois assim, irá obter o que é consumido em sua atividade.

O orçamento flexível prepara a empresa para processos de tomada de decisão de caráter momentâneo, pois orçar as atividades ajuda a alta administração a lidar com as incertezas do ambiente. O monitoramento das medidas possibilita um menor desvio entre o orçamento flexível projetado e o realizado. Essa melhora pode ocorrer por meio de benchmarking, comparando operações, produtos, processos ou atividades com outras empresas. O importante do orçamento flexível é a possibilidade de identificar de onde vêm às diferenças e se elas foram causadas pela variação do preço ou pela ineficiência da utilização dos recursos humanos e materiais.

Vantagens:

 Não limita a projeção a um nível de atividade;

 Mostra um objetivo ou um padrão em qualquer nível praticável de operações;

 Avaliar melhor os resultados quando diferentes dos planejados;

 Útil na escolha entre os níveis de atividade para fins de planejamento;

 A avaliação de desempenho facilitada por uma comparação de feedback dos resultados efetivos com as expectativas do orçamento;

 Desvio de metas divididos em variações de comercialização, de preços de vendas dos produtos, de volume, de ociosidade, de desempenho e de preços de aquisição dos recursos;

 Revisões periódicas em suas metas flexíveis;

 Custos incorridos comparados aos necessários para cada nível de atividade.

Desvantagens:

 Necessário um profundo conhecimento dos padrões de comportamento dos custos;

 Melhor aproveitamento em determinadas áreas da empresa;

 Deve-se saber o que cada empregado produz, o que cada metro quadrado de fábrica produz, o que cada máquina ou computador produz;

 Orçamentos mensais exigem o ativamento de quase todo o processo orçamentário, o que toma tempo de toda a organização.

Recomendações na Implantação deste orçamento

 Identificar os níveis relevantes de atividade;

 Identificação do componentes fixos e varáveis a serem orçados.

Empresas que utilizam

 Empresas essencialmente industriais costumam utilizar com maior frequência esses orçamentos, por terem unidade de medida de cada produto, máquina, funcionários e setores fabris.

ORÇAMENTO TRADICIONAL

Desenvolvido em 1920, o modelo de gestão de desempenho tradicional visava ajudar os gerentes financeiros a controlar os custos e fluxos de caixa de grandes organizações industriais. Com o passar do tempo e o aumento da complexidade das atividades da organização, o orçamento passou a ter, com algumas adaptações, a responsabilidade de conduzir a produção no negócio. (JOHNSON; KAPLAN, 1987, p. 12)

Com relação à necessidade de evolução do orçamento Johnson e Kaplan (1987, p.12), também dizem que todas as práticas de gestão contábeis usadas até os dias de hoje foram desenvolvidas em 1925, como, por exemplo, custos de mão de obras, material, e custos fixos; orçamento de caixa, receitas, e capital; previsão de vendas, custo padrão, medidas de desempenho divisional etc. Estas práticas evoluíram para servir às necessidades de informação e controle dos gerentes para as organizações cada vez mais complexas e diversas.

Percebe-se no decorrer tos tempos que o orçamento tradicional foi agregando práticas e adaptações para acompanhar a evolução constante das organizações.

Essa evolução histórica do orçamento pode ser notada na abordagem dada por Moreira (2002, p.14) quando fala sobre o orçamento