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Projetos PMBOK

Tese: Projetos PMBOK. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/6/2014  •  Tese  •  5.935 Palavras (24 Páginas)  •  505 Visualizações

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BUENO, J. M. 163

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

1Universidade Federal de Uberlândia - UFU. Campus Santa Mônica, Uberlândia/MG. Faculdade de

Gestão e Negócios - FAGEN. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Administração. Especialista

em Gerenciamento de Projetos (MBA pela FAGEN). E-mail: juliana_mbueno@hotmail.com

PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM GESTÃO DE PROJETOS: UM

BALANÇO CRÍTICO SOBRE PESQUISAS NA ÁREA

Juliana Moro Bueno1

BUENO, J. M. Produção científica em gestão de projetos: um balanço crítico

sobre pesquisas na área. Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1,

p. 163-181, jan./jun. 2011.

RESUMO: As organizações necessitam de metodologias específicas para gerirem

seus projetos com sucesso, isso devido às frequentes mudanças que enfrentam

em uma dinâmica de mercado cada vez mais competitiva. Diante disso, este

estudo bibliométrico analisou sessenta artigos da área de gestão do conhecimento

organizacional, tendo como subárea: gestão de projetos, dos últimos três anos do

ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção, sendo que tal quantidade

representou na íntegra todos os trabalhos apresentados nessa subárea de

pesquisa. O propósito deste trabalho consiste na reflexão sobre as seguintes questões:

quais são as abordagens metodológicas utilizadas nos artigos dos últimos

três anos do encontro nacional de engenharia de produção (ENEGEP)? Quais são

as características gerais e tendências dentro do gerenciamento de projetos encontradas

nessas investigações? Possui dois principais objetivos: analisar a produção

científica dos artigos dos últimos três anos do ENEGEP, a partir das abordagens

metodológicas utilizadas nas pesquisas; e, descrever as características gerais e as

tendências dentro das nove áreas do conhecimento em gerenciamento de projetos

nos estudos realizados. Além disso, por meio da revisão da literatura o intuito foi

destacar o gerenciamento por meio do guia do PMBOK - Project Management

Body of Knowledge, explicitando as nove áreas do conhecimento. Os resultados

encontrados mostraram que a maioria dos trabalhos se concentrou nas áreas de

recursos humanos, qualidade e riscos, sendo que trinta e cinco artigos se relacionaram

diretamente com uma das nove áreas definidas pelo PMBOK e um

artigo envolveu mais de duas áreas. Do restante dos artigos, vinte e nove foram

organizados em temas relacionados e apenas um mostrou-se pouco relacionado

à literatura e pesquisa da área. Propõem-se também novas perspectivas de estudos,

como por exemplo: gestão de projetos em organizações públicas, análise em

pequenas e médias empresas, empresas de serviços e organizações do terceiro

setor, isso porque, pouco se comentou sobre esses flancos de gerenciamento nos

artigos investigados. Pode-se dizer que o presente estudo contribui para a área

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de gerenciamento de projetos, propondo a observação mais diretiva em relação

ao rigor científico, visando a qualidade dos materiais de pesquisa. No entanto,

tal estudo não tem a pretensão de ser conclusivo, pelo contrário, propõem novas

bibliometrias nacionais e internacionais na área de projetos para que o desenvolvimento

dos caminhos desse conhecimento sejam entendidos e potencializados.

PALAVRAS-CHAVE: Gerenciamento de projetos. PMBOK. Estudo bibliométrico.

SCIENTIFIC PRODUCTION IN PROJECT MANAGEMENT: A

CRITICAL REVIEW OF RESEARCH IN THE AREA

ABSTRACT: Organizations need specific methodologies to manage their

projects successfully due to frequent changes that they face in an increasingly

competitive dynamic market. Thus, the article presents a bibliometric study that

analyzed sixty-six articles in the field of Management of Organizational Knowledge,

and the sub-area of Project Management for the past three years of

ENEGEP - National Meeting of Production Engineering- representing all the

papers presented in this research sub-area. The purpose of this paper consists of

considering the following questions: What are the methodological approaches

used in the articles of the last three years of the National Production Engineering

(ENEGEP)? What are the general characteristics and trends in the management

of projects found in these investigations? It has two main objectives: 1) to

analyze the scientific production of articles in the last three years of ENEGEP,

from the methodological approaches used in the research, and 2) to describe the

general characteristics and trends within the nine knowledge areas of project

management in the studies. Furthermore, by reviewing the literature, it aimed to

highlight the management by the PMBOK Guide (Project Management Body of

Knowledge) explaining the nine knowledge areas. The results showed that most

studies focused on the areas of human resources, quality and risks. 35 articles

were related directly to one of the nine areas identified in the PMBOK and one

involved more than two areas. 29 of the remaining articles were organized into

related themes, and only one was little related to the literature and research area.

New perspectives for studies are proposed such as: project management in public

organizations, analysis of small and medium companies, service companies and

nonprofit organizations, because, little is said about these areas of management

in the studied Articles. It could be said that this paper contributes to the area of

project management, offering a more directive observation regarding scientific

rigor, aiming the quality of research materials. However, this study is not conclusive;

therefore, propose further national and international bibliometric projects

in the area should be done to develop pathways to understand and improve this

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knowledge.

KEYWORDS: Project management. PMBOK. Bibliometric study.

PRODUCCIÓN CIENTÍFICA EN GESTIÓN DE PROYECTOS: UNA

REVISIÓN CRÍTICA SOBRE INVESTIGACIONES EN EL ÁREA

RESUMEN: Las organizaciones necesitan de metodologías específicas para la

gestión de sus proyectos con éxito, debido a los frecuentes cambios que enfrentan

en una dinámica de mercado cada vez más competitivo. De este modo, este

estudio bibliométrico analizó sesenta artículos del área de gestión del conocimiento

organizacional, teniendo como subárea: gestión de proyectos, de los últimos

tres años del ENEGEP - Encuentro Nacional de Ingeniería de Producción,

siendo que tal cantidad representó en la íntegra todos los trabajos presentados en

esa subárea de investigación. El propósito de este trabajo consiste en la reflexión

sobre las siguientes cuestiones: ¿Cuáles son los enfoques metodológicos utilizados

en los artículos de los últimos tres años del encuentro nacional de ingeniería

de producción (ENEGEP)? ¿Cuáles son las características generales y tendencias

en la gestión de proyectos que se encuentran en esas investigaciones? Tiene

dos objetivos principales: analizar la producción científica de los artículos en los

últimos tres años de ENEGEP, a partir de los enfoques metodológicos utilizados

en las investigaciones; y, describir las características y tendencias generales

dentro de las nueve áreas del conocimiento en gerencia de proyectos en los estudios

realizados. Además, por medio de la revisión de la literatura el intuito fue

resaltar la gestión por medio del guía del PMBOK -Project Management Body

of Knowledge, explicitando las nueve áreas del conocimiento. Los resultados

encontrados mostraron que la mayoría de los estudios se centraron en las áreas

de recursos humanos, calidad y riesgos, siendo que treinta y cinco artículos se

relacionaron directamente con una de las nueve áreas definidas por el PMBOK y

un artículo involucró más de dos áreas. Los demás artículos, veintinueve fueron

organizados en temas relacionados y sólo uno se mostró poco relacionado a la

literatura de investigación del área. Se propone también nuevas perspectivas de

estudios, tales como: gestión de proyectos en organizaciones públicas, análisis

en pequeñas y medianas empresas, empresas de servicios y organizaciones del

tercer sector, eso porque, poco se dice sobre esos flancos de gestión en los artículos

investigados. Se puede decir que este trabajo contribuye a la esfera de la

gestión de proyectos, ofreciendo observación más directiva en relación al rigor

científico, visando la calidad de los materiales de investigación. Sin embargo,

este estudio no pretende ser concluyente, el contrario, propone nuevas bibliometrías

nacionales e internacionales en el área de proyectos para que el desarrollo de

los caminos de ese conocimiento sean entendidos y potencializados.

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1 INTRODUÇÃO

A racionalidade limitada do ser humano demanda subsídios metodológicos

que tem por objetivo uma organização estruturada nas instituições sociais

nas quais os indivíduos permeiam.

De acordo com Meyer (1997) a racionalidade limitada denota as restrições

da capacidade intelectiva dos homens em confronto com as complexidades

dos problemas que os indivíduos e organizações têm que resolver. Ou seja, não

é possível um perfeito conhecimento do presente, total autonomia e controle dos

negócios e a plena capacidade de prever eventos e tendências futuras.

Sabe-se, portanto que as organizações atuais têm um grande desafio que

são as frequentes mudanças e adaptações para a demanda do mercado moderno,

em que prazos, custos e qualidade são fatores determinantes e, segundo Cleland

e Ireland (2000) apud Rovedder e Kantorski (2007), a gerência de projetos é o

principal meio para lidar com mudanças de produtos, de serviços e de processos

nas organizações contemporâneas.

Diante disso, o conhecimento sistematizado em gerenciamento de projetos

é um recurso extremamente usual e útil para as atividades organizacionais

por meio do guia PMBOK - Project Management Body of Knowledge (2004),

produzido pelo PMI - Project Management Institute, que compreende o gerenciamento

de projetos em nove áreas do conhecimento. São elas: gerenciamento

de integração do projeto, do escopo, de tempo, de custos, da qualidade, de recursos

humanos, de riscos e das aquisições do projeto.

Por essa razão, este trabalho tem o propósito de investigar as seguintes

questões: quais são as abordagens metodológicas utilizadas nos artigos dos

últimos três anos, publicados no Encontro Nacional de Engenharia de Produção

(ENEGEP)? Quais são as características gerais e as tendências dentro do gerenciamento

de projetos encontradas nessas investigações?

Em função dessas questões, constituem objetivos do estudo: analisar a

produção científica dos artigos dos últimos três anos do ENEGEP, a partir das

abordagens metodológicas utilizadas nas pesquisas; descrever as características

gerais e as tendências dentro das nove áreas do conhecimento em gerenciamento

de projetos nos estudos realizados. A análise efetuada pautou-se em uma discussão

crítica sobre o levantamento bibliométrico realizado.

2 A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

De acordo com Bertero, Caldas e Wood Jr. (1999, p. 5):

PALABRAS CLAVE: Gestión de proyectos. PMBOK. Estudio bibliométrico.

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Em administração as influências momentâneas parecem possuir um caráter

avassalador, não se permitindo que se trate de algo que não seja relevante de

um ponto de vista administrativista ou de gestão. Isto explicaria as rápidas mutações

no campo, oscilações de interesse e no limite os modismos que marcam

a área de administração.

Essa reflexão dos autores denota a necessidade do rigor científico nos

trabalhos acadêmicos, isso porque a produção nesse meio é historicamente produzida,

e por isso deve então assumir as características deste tipo de conhecimento.

Segundo Bunge (1974) apud Lakatos (2000, p. 30), o conhecimento

científico, no âmbito das ciências factuais, caracteriza-se por ser: “racional, objetivo,

factual, transcendente aos fatos, analítico, claro e preciso, comunicável,

verificável, dependende de investigação metódica, sistemático, acumulativo, falível,

geral, explicativo, preditivo, aberto e útil”.

Diante do exposto, é imprescindível que haja em cada estudo científico

a caracterização des seus aspectos metodológicos pois o próprio conceito de

ciência demanda tal esforço como defendido por Trujillo (1974) apud Lakatos

(2000, p. 22), “a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais

dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido

a verificação”.

Assim, como apregoa Castro (1978) é importante que os pesquisadores,

se orientem-se por temas importantes, originais e viáveis. Além disso, faz-se

necessário formular o problema da pesquisa dentro do tema, os objetivos e/ou

hipóteses que irão conduzir o estudo. Sendo que para a operacionalização de tal

intento é primordial deixar claro o tipo de estudo, a abordagem e as ferramentas

que serão utilizadas para a coleta das informações.

Esses processos então, detalhados irão nortear e fundamentar o trabalho

do pesquisador. Sendo, portanto, essenciais para a etapa dos resultados e discussões

da pesquisa. E, somente dessa forma, a contribuição do trabalho agregará

efetivamente ao conhecimento científico.

3 GESTÃO DE PROJETOS

Em meio a um mundo contemporâneo complexo e ambíguo, caracterizado

por mudanças extremamente velozes e instabilidades permanentes, é indispensável

que as organizações orientem suas decisões baseadas em planejamentos

sistematizados. Dessa maneira, o planejamento pode ser compreendido segundo

Meyer (1997) como um processo pelo qual do qual se pode dar maior eficiência

a atividade humana para alcançar, em um prazo determinado, um conjunto de

metas estabelecidas.

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Outro conceito importante diz respeito ao planejamento estratégico das

organizações, este conforme Prado e Archibald (2004) é um processo estruturado

para identificação das metas globais da organização e seu desdobramento em

ações (ou iniciativas) estratégicas. Estas, por sua vez, se desdobram em programas

e projetos.

Para garantir o alcance dos objetivos estratégicos, estes devem possuir

seus responsáveis (gerentes de portfólios). De acordo com a definição do PMI,

entende-se portfólio como uma coleção de programas e/ou projetos, eventualmente

com outras ações do tipo não-projeto, agrupados para facilitar o efetivo

gerenciamento daquele trabalho para atingir objetivos estratégicos. Os programas

e projetos de um portfólio não necessitam ser interdependentes ou inter-

-relacionados (PMI. PMBOK Guide, 2004).

Todavia, denomina-se programa, segundo o PMI como um grupo de

projetos inter-relacionados gerenciados de forma coordenada para obter os benefícios

e controles não disponíveis caso fossem gerenciados individualmente.

Programas podem incluir elementos de trabalho fora do escopo dos projetos, ou

seja, operações rotineiras (PMI. PMBOK Guide, 2004).

Já os atributos de um projeto, são descritos por Gido e Clements (2001),

como:

• Um projeto tem um objetivo bem definido – um resultado ou produto esperado.

O objetivo de um projeto costuma ser definido em termos de escopo,

cronograma e custo. Além disso, espera-se que o escopo do trabalho seja

atingido com qualidade e gere satisfação do cliente;

• É conduzido por uma série de tarefas independentes;

• Utiliza vários recursos para realizar as tarefas;

• Apresenta um esquema de tempo específico, ou uma vida finita;

• Pode ser um esforço único ou de uma única vez;

• Um projeto tem um cliente. Este é a entidade que fornece os recursos financeiros

para realizar o projeto;

• O projeto envolve certo grau de incerteza.

Incrementando a definição de projetos, Turner e Miller (2003) afirmam

que um projeto é uma organização temporária para o qual recursos são atribuídos

para proceder a um esforço transitório, inovador e único gerindo a incerteza

inerente e a necessidade de integração para entregar objetivos benéficos de mudança.

Nesse mesmo sentido, o PMI expõe que um projeto é um esforço temporário,

levado a efeito para criar um produto, serviço ou resultado único. Assim,

conforme o PMBOK, gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos,

experiências, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto de modo a atingir

os requisitos do projeto e atingir ou exceder as expectativas das partes interesBUENO,

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sadas/partes envolvidas, ou seja, os stakeholders (PMI. PMBOK Guide, 2004).

É importante notar, segundo Galdino e Chagas Junior (2010, p. 4) que

“a história da prática em gerenciamento de projetos tem centenas de anos, mas o

tratamento mais formal para a disciplina existe a apenas pouco mais de cinquenta

anos”. De acordo com os autores, o projeto Manhattan foi o precursor dessas

práticas, entretanto, hoje essas práticas são o principal agente de mudanças nas

organizações.

Como o gerenciamento de projetos abrange diversas áreas, é necessário

explicitá-las, a fim de que haja a diferenciação entre cada uma delas. A partir do

guia PMBOK pode-se visualizar a organização dos quarenta e quatro processos

de gerenciamento de projetos organizados em nove áreas do conhecimento,

como ilustrados na figura 1.

Gerenciamento de

Integração do Projeto

Gerenciamento do

Escopo do Projeto

Gerenciamento de Tempo

do Projeto

Gerenciamento de Custos

do Projeto

Gerenciamento da

Qualidade do Projeto

Gerenciamento das

Aquisições do Projeto

Gerenciamento de Riscos

do Projeto

Gerenciamento das

Comunicações do Projeto

Gerenciamento de Recursos

Humaos do Projeto

1. Planejamento do escopo.

2. Definição do escopo.

3. Criar EAP.

4. Verificação do escopo.

5. Controle do escopo.

1. Definição da atividade. 1. Estimativa de custos.

2. Orçamentação.

3. Controle de custos.

1. Planejamento da

qualidade.

2. Realizar a garantia da

qualidade.

3. Realizar o controle da

qualidade.

2. Sequenciamento de

atividades.

3. Estimativa de recursos da

atividade.

4. Estimativa de duração da

atividade.

5. Desenvolvimento do

cronograma.

6. Controle do cronograma.

1. Desenvolver o termo de

abertura do projeto.

2. Desenvolver a declaração do

escopo preliminar do projeto.

3. Desenvolver o plano de

gerennciamento do projeto.

4. Orientar e gerenciar a

execução do projeto.

5. Monitorar e controlar o

trabalho do projeto.

6. Controle integrado de

mudanças.

7. Encerrar o projeto.

1. Planejamento de recursos

humanos.

2. Contratar ou mobilizar a

equipe do projeto.

3. Desenvolver a equipe do

projeto.

1. Planejamento das

comunicações.

2. Distribuição das informações.

3. Relatório de desempenho.

4. Gerenciar as partes

interessadas.

1. Planejamento do

gerenciamento de riscos.

2. Identificação de riscos.

3. Análise qualitativa de riscos.

4. Análise quantitativa de riscos.

5. Planejamento de respostas a

riscos.

6. Monitoramento e controle de

riscos.

1. Planejar compras e

aquisições.

2. Planejar contratações.

3. Solicitar respostas de

fornecedores.

4. Selecionar fornecedores.

5. Administração de contrato.

6. Encerramento do contrato.

4. Gerenciar a equipe do

projeto.

Figura 1: Áreas do conhecimento do PMBOK (2004) e seus respectivos processos de

gerenciamento de projetos

Fonte: PMBOK, 2004.

De acordo com Vargas (2004) o processo de integração do projeto consiste

em garantir que todas as demais áreas estejam integradas em um todo único.

O autor também afirma que o objetivo desse gerenciamento é estruturar todo o

projeto, com um intuito fundamental de atender as necessidades dos envolvidos

no projeto. Isso demonstra que o sucesso de um projeto vai além da tríplice preocupação

com: custo, qualidade e tempo.

Um processo muito relevante é o de controle integrado de mudanças,

nessa tarefa é importante que a comunicação seja gerenciada com eficácia, além

disso, cabe ao gerente de projetos equacionar as expectativas dos envolvidos e

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preparar-se para resolver conflitos.

O objetivo, segundo Vargas (2004) é fazer com que o projeto se beneficie,

permanentemente, das discussões e dos diferentes pontos de vista, evitando

que os conflitos gerem perda de produtividade ou descontrole para o projeto.

Além das habilidades requeridas para o gerente de projetos e também

a sua equipe subordinada, outro fator de grande influência para o sucesso dos

projetos é a maturidade em gestão de projetos.

De acordo com Ibbs e Kwak (2000) apud Caulliraux e Valadares (2005)

a maturidade em gestão de projetos pode ser definida como o nível de sofisticação

das atuais práticas e processos de gestão de projetos de uma organização.

Para Kerzner (2002) ela é entendida como o desenvolvimento de sistemas e processos

que são por natureza repetitiva e garantem uma alta probabilidade de que

cada um deles seja um sucesso. Já Gareis (2002) apud Caulliraux e Valadares

(2005) associa a maturidade em gestão de projetos à competência da organização

para realizar os processos que ele afirma serem críticos para uma empresa orientada

para projetos.

Os três modelos mais utilizados nas empresas e pelos pesquisados segundo

Boyadjian (2008), são: o OPM3 do PMI, o KPMMM, de Kerzner e o

PMMM da PM Solutions, sendo que a LSM – International (2001, p. 4) aprimora

o conceito de maturidade em gerenciamento de projetos dizendo que “é o

método de mensuração da extensão dos processos de gerenciamento de projetos

definidos, implementados, gerenciados, mensurados e controlados”.

Dessa maneira, dentro da metodologia apresentada pelo PMBOK o

gerenciamento da integração deve ser realizado visando alinhar as outras áreas

envolvidas no projeto e propiciar também feedback das ações realizadas a fim

de que a organização detenha um conjunto de lições aprendidas que poderão ser

aproveitadas em projetos futuros. Trata-se de um desafio que demanda além da

capacitação dos responsáveis em conhecimentos e experiências, recursos materiais,

financeiros, tecnológicos e também uma cultura organizacional orientada

a projetos, mesmo que a estrutura da empresa não seja totalmente voltada para

projetos, podendo ser funcional ou matricial.

Outro componente que agrega na implementação da estratégia através

do gerenciamento de projetos, é o conceito de Project Management Office

– PMO, que na visão de Boyadjian (2008) trata-se de um local físico dentro de

uma organização que abriga pessoas com conhecimento de gerenciamento de

projetos capazes de fornecer apoio aos gerentes de projetos, ao time do projeto

e aos patrocinadores. O autor Kerzner (2009) ressalta que há uma lista de possíveis

stakeholders que podem ser identificados e classificados em organizacionais

(clientes, fornecedores, gerentes de linha, empregados e sindicatos), de produto

e/ou mercado (clientes, fornecedores, comitês locais, governo e o público em

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geral) e de mercado de capitais (acionistas credores e bancos).

Assim, a empresa que pretende alcançar sucesso em gerenciamento de

projetos deve desenvolver um processo de implantação bem sucedido, sendo fatores

de sucesso, dentre outros: ter como base a cultura da organização, realizar

treinamentos extensivos e contar com o comprometimento dos executivos, que

devem reconhecer o valor que o gerenciamento formal de projetos acrescenta à

empresa (KERZNER, 2002).

4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Para atingir os objetivos propostos inicialmente neste trabalho foi realizado

uma revisão bibliográfica dos temas gerenciamento de projetos e produção

do conhecimento científico, que segundo Santos (2002) corresponde a um conjunto

de recursos de materiais escritos/gravados, mecânica ou eletronicamente,

que contém informações já elaboradas e publicadas por outros autores.

Quanto aos objetivos do artigo, trata-se de uma pesquisa exploratória,

que no entendimento de Santos (2002, p. 26) é “tipicamente a primeira aproximação

de um tema e visa criar maior familiaridade em relação a um fato ou

fenômeno”. Corroborando com essa ideia Andrade (2004, p. 19) afirma que “por

meio da pesquisa exploratória, avalia-se a possibilidade de desenvolver um bom

trabalho, estabelecendo-se os critérios a serem adotados, os métodos e as técnicas

adequados”.

Como procedimento para a elaboração e execução do trabalho foi devenvolvida

a bibliometria, sendo para Macias-Chapula (1998, p. 134) “o estudo

dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada”.

Ainda conforme Spinak (1998, p. 142) a bibliometria pode ser definida

sobre diversos aspectos, como:

• Disciplina com alcance multidisciplinar e que analisa os aspectos mais relevantes

e objetivos de sua comunidade, a comunidade impressa;

• Estudo das organizações e de seus setores científicos e tecnológicos a partir das

fontes bibliográficas e patentes para identificar seus autores, suas relações, suas

tendências;

• Estudo quantitativo das unidades físicas publicadas, ou das unidades bibliográficas

ou de seus substitutos.

Na pesquisa realizada foram utilizados os métodos qualitativos e quantitativos.

Embora a análise bibliométrica seja associada ao positivismo, tendo

em vista o papel das ferramentas matemáticas, ela também se fundamenta em

análises qualitativas no campo das ciências sociais aplicadas.

De acordo com Kobashi, Santos e Carvalho (2006, p. 3) “um conhe172

Produção científica em gestão...

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cimento qualitativo não elimina a quantidade, mas procura-se tornar a medida

como meio para compreender e explicar, de modo a quebrar a clivagem entre o

modo quantitativo e o modo qualitativo de analisar objetos”.

As fontes de dados escolhidas foram todos os artigos publicados nos

últimos três anos no ENEGEP, que está atualmente na sua trigésima primeira

(XXXI) edição e é um evento nacional organizado pela ABEPRO – Associação

Brasileira de Engenheira de Produção, dentro da área gestão do conhecimento

organizacional, tendo como subárea: gestão de projetos. Sendo, portanto, quinze

artigos do ano de 2008, vinte e quatro de 2009 e vinte e sete de 2010, resultando

em um total de sessenta e seis trabalhos analisados em CD-ROM.

O propósito dessa escolha foi realizar uma análise profunda dos trabalhos

publicados no evento, visto que já existe uma subárea específica de gestão

de projetos, essa razão já elucida a importância na atualiadade dessa abordagem

tanto em termos nacionais quanto internacionais, expressos pelo aumento exponencial

de filiados ao PMI. Tal análise também contou com o auxílio do software

“text filterer”, que possui um mecanismo avançado de busca de texto e com a

planilha eletrônica microsoft excel 2007 para compilar as informações, analisando

as seguintes categorias: aspectos metodológicos definidos, área de concentração

do trabalho dentro das nove áreas expressas pelo PMBOK e assuntos relacionados

a gestão de projetos, informações sobre indicações para pesquisas futuras.

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tendo em vista o primeiro objetivo delineado, cuja atenção é voltada as

abordagens metodológicas dos artigos analisados, foi encontrada a explicitação

em cinquenta trabalhos indicando a natureza aplicada. A autora Andrade (2004)

retrata essa conceituação a partir de duas nomeclaturas: trabalho científico original

ou resumo de assunto. Na visão de Andrade (2004) por trabalho científico

original, entende-se uma pesquisa realizada pela primeira vez, que venha a contribuir

para a evolução do conhecimento em determinada área da ciência, já o

resumo de assunto é um tipo de pesquisa que dispensa a originalidade, mas não

o rigor científico.

Dessa maneira, é importante salientar que as pesquisas de natureza aplicada

podem ser então consideradas resumos científicos, que demandam rigor

científico. Diante disso, o quadro 1 demonstra um panorama de informações relevantes

dentro dessa categoria de abordagem.

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Quadro 1: Resumo dos aspectos metodológicos

Quanto aos objetivos

Pesquisa exploratória 14

Pesquisa descritiva 4

Pesquisa explicativa (ou conclusiva) 0

Exploratória e descritiva 11

Não especificado 37

Total 66

Quanto à abordagem (teor)

Qualitativa 21

Quantitativa 9

Qualitativa e quantitativa 4

Não especificado 32

Total

Quanto aos procedimentos técnicos

Pesquisa estudo de caso - único 33

Pesquisa estudo de caso - múltiplo 8

Pesquisa-ação 1

Pesquisa bibliográfica 13

Bibliometria 1

Estudo de campo 6

Não especificado 4

Total 66

Fonte: Elaborado pela autora tendo por base a classificação de Gil (2006).

Assim, observa-se que 62,12% dos trabalhos utilizaram como procedimento

técnico o estudo de caso (seja único ou múltiplo), como realça a figura 2.

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Total

Não especificado

Estudo de campo

Bibliometria

Pesquisa bibliográfica

Pesquisa-ação

Pesquisa estudo de caso - múltiplo

Pesquisa estudo de caso - único

0 10 20 30 40 50 60 70

Figura 2: Distribuição quanto aos procedimentos técnicos

Fonte: Elaborado pela autora

Esses dados demonstram a relação com o campo da ciência em administração,

que é uma ciência aplicada e tem seus estudos mais focados em trabalhos

teóricos-empíricos. Sobre a busca por coleta de dados secundários, apenas

dezessete artigos revelaram claramente tal utilização. Já a respeito das ferramentas

para coleta de dados, foi utilizado na maioria dos casos, em que houve essa

citação, questionários (dezesseis artigos), roteiros de entrevistas (dezenove artigos),

observação (sete artigos) e um caso de diário do pesquisador. Isso porque

as ferramentas são escolhidas em virtude da abordagem da pesquisa e de seus

procedimentos técnicos. É importante salientar que em dez trabalhos houve a

utilização de mais de um método de coleta de dados.

Essa preocupação acerca do rigor científico é declarada por Bertero,

Caldas e Wood Junior (1999, p. 13 e 14) quando afirmam que “o fortalecimento

do campo da administração no Brasil requer critéiros mais claros e bem definidos,

ainda que se respeite a diversidade e multiplicidade de abordagens, após um

crescimento quantitativo importante (de publicações) parece ser o momento de

uma reflexão em prol da qualidade”.

Por esse motivo, é necessário que haja em todos trabalhos de cunho

científico um capítulo (ou item) em separado para a definição dos aspectos metodológicos

envolvidos na pesquisa. A partir desse ponto, novas análises poderão

ser ralizadas de maneira mais apurada.

Em prol do alcance do segundo objetivo descrito foi possível elencar o

BUENO, J. M. 175

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

número de trabalhos envolvidos em cada uma das noves áreas do conhecimento

apregoadas pelo PMBOK, também destacam-se temas afins mencionados, conforme

o quadro 2 demonstra.

Quadro 2: Temas dos artigos analisados

Nove Áreas do Conhecimento - PMBOK

Integração Escopo

Tempo

Custos Qualidade

Recursos

Humanos

Comunicações

Aquisições

Riscos

2 (artigos) 1 2 0 9 9 3 1 8

OBS: Um (1) trabalho envolveu mais de uma área: Tempo, Custos, RH e Aquisições

Temas Relacionados

A: Metodologias

em Projetos/ B:

Gerenciamento de

Portfólio, Múltiplos

Projetos e Projetos

Complexos

C: Projetos (Casos)/D:

PMO - Project Management

Office/ E:

Fatores Condicionantes

de Resultado/ F: Gerenciamento

Ágil

G: Sucesso

em

Projetos

H: Projetos de Transição/ I: Estratégia de

Negócios/J: Controle/ K: Entidades Certificadoras/

L: Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos/M: Transferência de Práticas e

Cultura em Projetos/N: Softwares em Projetos.

A= 4 e B= 4 C=3, D= 3, E= 3 e F= 3 G = 2 1 artigo de cada tema (H, I, J, K, L, M e N) = 7

Tema Pouco Relacionado

O: Processo de ensino-aprendizagem (projetos educacionais) = 1 artigo

Fonte: Elaborado pela autora

De acordo com o quadro 2, nota-se que as áreas de conhecimentos mais

abordadas nos trabalhos foram qualidade, recursos humanos e riscos. Além disso,

outro fato que chama a atenção é nenhuma orientação exclusiva para a área

de gerenciamento de custos, visto a importância dessa área, uma vez que os custos

compõem a tríplice análise (qualidade, custo e tempo). Sobre esse ponto de

reflexão, Dinsmore (2004) argumenta que o gerenciamento de custos do projeto

trata dos processos de planejamento, estimativa, orçamento e controle de custos,

de forma a garantir o término do projeto dentro do orçamento aprovado, por essa

razão, as organizações precisam ter gestores competentes dentro dessa perspectiva

de entendimento.

É necessário salientar que para a mensuração dos trabalhos da área de

gerenciamento da qualidade foram reunidos os artigos que trataram dos assuntos:

avaliação de projetos ex post, maturidade em projetos e qualidade no âmbito da

gestão de portfólio.

Para aprofundar os principais conceitos trabalhados nas áreas (dentro

das nove) de maior número de artigos relacionados por meio da bibliometria, no

quadro 3 apresentam-se proposições.

176 Produção científica em gestão...

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

Quadro 3: Assuntos tratados pelas áreas mais pesquisadas

RH ( 9 artigos) Qualidade (9 artigos) Riscos (8 artigos)

Motivação/ Competência/

Benchmarking/

Rotatividade da Equipe/

Papel do Líder/ Liderança

Situacional/ Gestão

de Desempenho

Modelos de Maturidade

em Projetos/ Seleção de

Projetos/ Transferência

de Tecnologia

Inovação Tecnológica/

PMBOK/ Norma AS-

-NZS 4360/ Metodologia

PRISM/ Análise de

Falhas/Simulação de

Monte Carlo/ Rede de

Petri

Fonte: Elaborado pela autora

Outra categoria fundamental de análise revela se nos sessenta e seis

artigos pesquisados houve informações sobre indicações para pesquisas futuras.

Tal prerrogativa é orientação prática para os trabalhos científicos, que devem

mostrar nas considerações finais do trabalho, uma síntese da resposta a problemática

levantada, elucidar as limitações da pesquisa e, além disso, é ideal que

haja indicações para futuras pesquisas que visem examinar aspectos que não se

pode aprofundar no trabalho.

Nesse sentido, o ser humano constrói a ciência. Na fala de Lakatos

(2000) sobre as características do conhecimento científico, a autora o caracteriza

por ser acumulativo a medida que: a) seu desenvolvimento é uma consequência

de um contínuo selecionar de conhecimentos significativos e operacionais;

b) novos conhecimentos podem substituir os antigos, quando estes se revelam

disfuncionais ou ultrapassados; c) o aparecimento de novos conhecimentos em

seu processo de adição aos já existentes, pode ter como resultado a criação ou

apreensão de novas situações, condições ou realidades.

Todavia, dos artigos analisados, somente trinta indicaram na conclusão

potenciais pesquisas futuras, sendo que os trinta e seis trabalhos restantes não

indicaram claramente esse conteúdo. As indicações gerais foram com o intuito

de: aprofundar a pesquisa na própria organização investigada, ampliar a pesquisa

para outras organizações do mesmo setor, utilizar outras ferramentas para

coleta de informações (ex: em uma pesquisa qualitativa de cunho exploratória

uma nova pesquisa pode ser realizada, tendo por base, mais conhecimento para a

criação/aplicação de um instrumental quantitativo – questionário).

Especificadamente na área de gestão de projetos, as indicações que mais

se repetiram foram as apresentadas no quadro 4.

BUENO, J. M. 177

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

Quadro 4: Indicações de pesquisas futuras em alguns trabalhos

Identificar as

causas dos FCR -

Fatores Críticos de

Resultado

Trabalhos que

foquem gerenciamento

de portfólio

em TI incluindo

medição de níveis

de maturidade e

o uso de EPM -

Enterprise Project

Management e

estudos para planos

de transição

Ampliar os conhecimentos

sobre

BPM - Business

Process Management

através de um

estudo de caso

Aplicação do modelo

de Loufrani-

-Fedida (2008) para

empresas químicas

nacionais de capital

intensivo

Modelos de gestão

na visão da inovação

tecnológica

Aplicação em outras

organizações

que utilizam a gestão

de competências

como forma de

gerenciar seus RH

Ampliação da

pesquisa para

averiguar se os processos

de gestão da

inovação estão sendo

conduzidos por

metodologias de

gestão de projetos

Identificação de novos

fatores críticos

para a maturidade

em gestão de projetos.

Ampliação via

estudo quantitativo

Ampliar o estudo

tendo como foco a

metodologia FEL -

Front End Loading

Discussões de

metodologias relacionadas

a projetos

(aquisições) em

órgãos públicos

Verificação direta

da aderência do

CMMI e o RUP

(modelos de softwares)

a norma

AS.NZS 4360

Propõem novos estudos

sobre gerenciamento

múltiplos

de projetos e crítica

a metodologia

tradicional (que

segundo os autores

não são suficientes

para tratar este

tema)

Análise de outros

casos sobre PMO

Buscar indicadores

ágeis nas áreas de

comunicação, custos,

recursos humanos

e riscos

Sequenciar o estudo

em campo em

empresas brasileiras

do ramo automotivo

Ampliação do estudo.

Tratar também

dos temas: comunicação

e trabalho em

equipe

Pesquisas a fim de

analisar o impacto

das ações voltadas

para o desenvolvimento

da maturidade

em projetos

Sequenciar o estudo

sobre modelos

de maturidade

Futuras pesquisas

na área de SGP

- Softwares de

gerenciamento de

projetos

Realização de um

estudo de caso, utilizando

a ferramenta

Simular. Estudo

comparativo de

pacotes livres

Fonte: Elaborado pela autora

178 Produção científica em gestão...

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

Outra informação interessante é sobre o setor de atuação nas pesquisas

dos artigos averiguados. Dos sessenta e seis trabalhos, oito analisaram empresas

públicas; vinte e nove apresentaram foco em empresas privadas; dois artigos

trataram de organizações de economia mista; um abordou o terceiro setor, um se

dedicou a entidades estudantis; sete artigos não especificaram, sendo que; treze

trabalhos foram pesquisas bibliográficas, um bibliometria e; quatro artigos pesquisaram

grupos (especialistas e/ou gerentes de projetos).

Dentro do setor privado, vale destacar a distribuição de cinco empresas

de TI – tecnologia da informação, cinco voltadas à construção civil (setor em expansão

na atualidade) e apenas um caso elucidado em uma empresa de serviços

de consultoria.

Assim, o ramo de atividade da empresa, acaba influenciando a área de

pesquisa dentro de projetos (é necessário sim, continuar a expansão nos estudos

nessas principais áreas citadas). Além disso, é importante que as metodologias

existentes sejam também modeladas para organizações de pequeno e médio porte,

que quase não foram citadas, empresas de serviços e organizações de terceiro

setor, que foram pouco mencionadas. Esse papel é dos gestores e dos pesquisadores

da área para poderem atender as demandas organizacionais. Um exemplo

sobre isso, é um capítulo adicional de extensão que o PMBOK atribuiu, como um

guia, para o setor público, cuja apreciação nos trabalhos vem crescendo.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da leitura e análise dos artigos selecionados para o estudo

bibliométrico foi possível alcançar os dois objetivos propostos, desenvolvidos

a partir da investigação das categorias: aspectos metodológicos, área de concentração

do trabalho dentro das nove áreas expressas pelo PMBOK e também

assuntos relacionados à gestão de projetos e informações sobre indicações para

pesquisas futuras.

Nesse sentido, o estudo demostra que é necessário maior rigor em relação

as classificações nos aspectos metodológicos dos trabalhos científicos, assim

como, compartilhar nas considerações finais indicações a futuras pesquisas, a fim

de enriquecer a área de conhecimento e potencializar as proposições para novos

trabalhos.

Em relação a ênfase nas áreas do conhecimento, gerenciamento de recursos

humanos, qualidade e riscos foram os que obtiveram maior número de

pesquisas, em contrapartida gerenciamento de custos não foi tema principal de

nenhum trabalho. Dos sessenta e seis artigos analisados, trinta e cinco se relacionaram

diretamente com uma das nove áreas definidas pelo PMBOK, um

envolveu mais de duas áreas. O restante dos artigos foram organizados em temas

BUENO, J. M. 179

Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 163-181, jan./jun. 2011

relacionados, somando vinte e nove trabalhos e apenas um mostrou-se pouco

relacionado a literatura e pesquisa da área.

Nas citações de futuras pesquisas foram observadas algumas tendências

na área, como exemplo, pode-se citar: modelos de maturidade, metodologias

ágeis, alinhamento de competências dos profissionais em relação aos projetos,

fatores críticos de resultados, entre outros.

Todavia, é importante, compreender que os guias e metodologias existentes

precisam ser configurados dentro do contexto de cada área de atuação, e

além disso, novas perspectivas devem ser trilhadas, como por exemplo: gestão

de projetos em organizações públicas, análise em pequenas e médias empresas,

empresas de serviços e organizações do terceiro setor.

Portanto, o presente estudo contribui para a área de gerenciamento de

projetos, propondo a observação mais diretiva em relação ao rigor científico,

visando a qualidade dos materiais de pesquisa. No entanto, tal estudo não tem

a pretensão de ser conclusivo, pelo contrário, propõem-se novas bibliometrias

nacionais e internacionais na área de projetos para que o desenvolvimento dos

caminhos desse conhecimento sejam entendidos e potencializados.

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