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Suinocultura -Sustentabilidades, Competitividade e Gestão Ambiental

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Por:   •  4/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.373 Palavras (10 Páginas)  •  387 Visualizações

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Suinocultura -Sustentabilidades, Competitividade e Gestão Ambiental

RESUMO:

A tendência da suinocultura no Brasil é crescer. Estima-se que o rebanho triplique, durante esta próxima década, poluição do ar, do solo e principalmente dos recursos hídricos, causados pela atividade da suinocultura é empecilho para a expansão do setor, a preocupação com o tratamento e destino correto dos dejetos é cada vez maior, pois a conservação ambiental é uma exigência crescente, tanto por parte dos órgãos ambientais quanto do mercado consumidor, que está dando preferência, cada vez mais, aos insumos produzidos sem a agressão do meio ambiente. A importância sócio-econômica que possui a suinocultura exige preocupações com a manutenção dos produtores e que estes se adequem às exigências da nova ordem sócio-ambiental. Os dejetos de suínos são 100 vezes mais poluentes que o esgoto urbano e representam grande problema ambiental, por serem altamente poluidores, a composição dos dejetos está associada ao sistema de manejo adotado, podendo apresentar grandes variações na concentração de seus componentes, dependendo da diluição e do modo como são manuseados e armazenados. O total de dejetos produzidos varia de acordo com o desenvolvimento corporal dos suínos. A tecnologia dos biodigestores é uma alternativa que poderá auxiliar na sustentabilidade do setor da suinocultura.

A Importância da Suinocultura

A suinocultura possui uma grande importância no cenário agropecuário brasileiro, correspondendo a aproximadamente 1,0% do PIB, sendo o sexto maior produtor mundial de carne suína e possuindo o terceiro maior rebanho do mundo. (IBGE, 1995/1996). No Brasil, a suinocultura está presente em 46,5% das 5,8 milhões de propriedades existentes no país. Estima-se que atualmente 733 mil pessoas dependam diretamente da cadeia produtiva da suinocultura brasileira, sendo responsável pela renda de 2,7 milhões de brasileiros (ROPPA, 1999 apud TAKITANE & SOUZA, 1999).

Além da importância econômica, existe a importância social envolvendo a suinocultura, constituindo-se em um importante meio de fixação do homem no campo, pois emprega mão-de-obra familiar e é praticado, em sua maioria, em pequenas propriedades, gerando renda, reduzindo o êxodo rural e os problemas advindos desta questão. Segundo o INSTITUTO CEPA (2002), a agricultura familiar é responsável por 80% da produção de suínos. Apesar da importância sócio-econômica, o setor da suinocultura caracteriza-se pela alta produção de dejetos que causam sérios danos ambientais pelo lançamento inadequado de dejetos no solo e na água.

Problemática Ambiental

O lançamento direto de dejetos frescos em cursos d'água permite um aumento da população bacteriana e de algas provocando a diminuição do oxigênio dissolvido na água e a mortandade de peixes, além de impossibilitar o uso da água para diversos fins. Com a morte de peixes, a proliferação de borrachudos se dá mais rapidamente pela ausência de seus maiores predadores. Um outro problema encontrado nas propriedades que desenvolvem a suinocultura é o aumento excessivo de moscas devido à falta de cuidado com o esterco úmido, proporcionando um ambiente ideal para o desenvolvimento das larvas. As moscas são responsáveis por transmitirem os agentes veiculadores da diarréia, da cólera, da meningite além de causarem estresse ao produtor e aos animais devido ao incômodo causado pela sua presença.

Um grande número de microorganismos, como bactérias, vírus, protozoários e ovos de helmintos, presentes no trato digestivo dos animais, são geralmente encontrados nos efluentes da suinocultura, onde muitos deles são potenciais causadores de doenças tanto para o homem quanto para outros suínos.

O nitrogênio presente nos dejetos de suínos também é uma preocupação pois a lixiviação de nitratos na forma inorgânica, após a aplicação de dejetos no solo, provoca a poluição da água e a eliminação da amônia (NH3) na forma gasosa, causa a poluição do ar. Segundo TAIGANIDES (1996) apud CAZARRÉ (2001), os nitratos, em concentrações acima de 45 e 10 mg/l na água, constituem risco para a saúde dos humanos e dos suínos, respectivamente.

A poluição do ar também se dá através da produção de gás carbônico (CO2) e metano (CH4), resultantes do processo de digestão anaeróbia. O primeiro já é conhecido pelas repercussões mundiais devido aos problemas causados pela sua excessiva emissão e contribuição ao efeito estufa, sendo inclusive motivo de tratado entre diversos países, com o objetivo de reduzir sua emissão. O metano possui um potencial de aquecimento global (GWP) 21 vezes maior do que o CO2, como se observa na Tabela 1, que apresenta os principais gases do efeito estufa, tempo de vida, GWP e a atual contribuição de cada gás para o efeito estufa.

Com isso, e com base na Tabela 2, observa-se que quase 100% dos gases presentes na composição do biogás, são gases de contribuição para o efeito estufa, sendo esta mais uma preocupação para o setor da suinocultura.

Sistemas de Armazenamento de Dejetos de Suínos

A seguir apresenta-se uma breve descrição das estruturas utilizadas para disposição e armazenamento de dejetos de suínos, onde os mesmos são maturados por meio da digestão anaeróbia, para o seu posterior uso como adubo.

Esterqueiras

São estruturas simples, semelhantes a um grande tanque, com apenas uma câmara, onde os dejetos são armazenados e que deve possuir um tempo de retenção mínimo de 120 dias. Geralmente o abastecimento da esterqueira é diário e quando o esterco está maturado, é utilizado como adubo orgânico para o enriquecimento do solo.

Bioesterqueiras

A bioesterqueira é uma tecnologia que foi adaptada pelo Serviço de Extensão Rural de Santa Catarina - ACARESC, atual EPAGRI, no ano de 1989, tendo como base o biodigestor indiano. O que a difere do biodigestor é basicamente a não existência da campânula para coleta do biogás produzido durante a biodigestão.

A sua estrutura consiste num tanque com dois compartimentos, sendo o primeiro a câmara de digestão, a qual possui uma parede divisória. O outro compartimento é o depósito do chamado biofertilizante, proveniente da digestão anaeróbia.

A câmara de digestão possui um tempo de detenção teórico de 45 dias e o depósito de fertilizante, entre 90 e 120 dias, totalizando de 135 a 165 dias de tempo de detenção

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