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Teorias da localização e a intervenção estatal

Por:   •  23/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.406 Palavras (10 Páginas)  •  241 Visualizações

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TEORIAS DA LOCALIZAÇÃO E A INTERVENÇÃO ESTATAL

Valéria Cristina de Souza L. G. Sena

Introdução

O conceito de espaço é estudado por várias ciências e com diferentes conceitos e ideias. Para (DICKEN; ANDERS, 2001) a economia, por exemplo, se concentra no sistema econômico, nas empresas, cadeias produtivas, indústrias, entre outras, sua localização e vínculos espaciais com outras atividades. Assim, o autor conclui que o espaço faz parte da análise na identificação do arranjo espacial dos fatores locacionais, em termos da distância geográfica entre diferentes fatores de produção ou na compreensão do "entorno" que circunda a atividade.

O presente artigo destacará algumas relevantes teorias da localização e suas relações com o estado planejador e que tenha por objetivo amenizar as disparidades das forças de mercado, através do investimento e “bem estar social”.

Na primeira parte, buscamos definir a teoria da localização na leitura de Weber, citado por OLIVEIRA, FURTADO, MONASTEIRO E JUNIOR (IPEA 2011). Destacando a teoria dos “triângulos de Weber” e discorrendo sobre os Três importantes fatores estudados por esses autores, que são eles: o custo de transporte; o custo da mão de obra; as forças de aglomeração e desaglomeração, bem como a busca do autor pelo custo mínimo.

A segunda parte destaca a teoria dos “hexágonos de Christaller” que de acordo com Breitbach (1988), tem um enfoque no “princípio do núcleo” e a noção de centralidade. Trazendo para a discussão a noção de cidades centrais e complementares, onde a primeira oferece bens e serviços para as complementares e em troca as complementares oferecem matéria prima, remetendo assim ao conceito de centro e periferia. Ressaltando assim, a dominância de um lugar central em relação a outro inferior. Como Weber, Christaller também levou em consideração a ideia do custo mínimo de deslocamento.

Na sequência, o artigo tratou do “Princípio da causação circular e acumulativa” desenvolvida por Gunnar Myrdal. Myrdal (1960), na perspectiva de OLIVEIRA, FURTADO, MONASTEIRO E JUNIOR (IPEA 2011), relata que embora a decisão de localizar uma firma dentro de uma determinada localidade impulsione seu desenvolvimento como um todo é necessário a presença de um estado para balizar as livres forças de mercado, pois a influência de tais forças fazem aumentar ainda mais a pobreza de uma localidade menos abastada. Esse tópico também fez uma breve explanação da intervenção estatal, definindo um pouco o estado Keynesiano, destacando a importância de um estado planejador e a importância do investimento estatal para a renda e emprego.

De acordo com o processo cumulativo, a pobreza sempre levará a pobreza, caso não exista um estado intervencionista e de “bem-estar social”.

Contribuição de Weber para a teoria da localização

OLIVEIRA, FURTADO, MONASTEIRO E JUNIOR (IPEA 2011), apontam vários e importantes autores e suas teorias. Inicia com a teoria dos triângulos de Weber, discorrendo quanto a localização de atividade industriais e a importância a partir da avaliação de três indispensáveis fatores, o custo de transporte; o custo da mão de obra; as forças de aglomeração e desaglomeração. Essa teoria também destaca a importância do custo mínimo para a empresa, uma vez que a maximização dos lucros se daria com a diminuição dos custos de transportes, por isso, tal teoria alega a importância da localização da empresa/ indústria perto da fonte de matéria prima, partindo do pressuposto que essa matéria prima é conhecida e limitada.

Como o objetivo da firma se baseia na diminuição dos custos, a sua principal busca de partida é exatamente identificar a localização que diminua os custos de operação. Para isso, Weber desenvolveu a teoria do “Triangulo Locacional” que determina o ponto de custo mínimo de transporte. Em relação a mão de obra, a atividade industrial será atraída para a localidade em que o custo de mão de obra, seja mais favorável. Quanto aos fatores de aglomeração e desaglomeração, Weber alega que os fatores de aglomeração tendem a agrupar e reunir as indústrias dentro de um determinado ponto geográfico, enquanto os fatores de desaglomeração tendem a desagrupá-las. Em relação aos fatores aglomerativos, pode-se destacar: maior acessibilidade aos mercados, proximidade a indústrias auxiliares, externalidades positivas etc.

A visão de Chistaller para a teoria da localização

Outa importante teoria é a dos hexágonos de Christaller. Segundo Breitbach (1988), tal teoria destaca o “princípio do núcleo”, que se baseia na noção de centralidade, resultando na organização em torno de um núcleo. Alega que essa teoria de formação do núcleo, verifica-se na história da humanidade pois a vida comunitária se organiza ao redor de certos locais, que posterirormente se transforma em centros das futuras cidades. Nessa teoria faz-se necessário a oferta de bens e serviços se localizarem centralmente como o comércio, serviços bancários, administração pública, serviços culturais e religiosos, etc. Destaca que uma região complementar depende da cidade para adquirir bens e serviços necessários, fornecendo à cidade alimentos, matérias primas.

Percebe-se que essa relação de região complementar com a cidade núcleo, remete a questão de centro e periferia.

A esse respeito, é preciso considerar que:

Os conceitos de centro e periferia possuem, portanto, uma conotação similar à dos conceitos correntes de desenvolvimento e subdesenvolvimento, no sentido de que ambos os pares opõem o atraso de uma estrutura produtiva ao avanço da outra. No entanto existe entre eles uma diferença significativa: os conceitos de centro e periferia possuem um claro conteúdo dinâmico, incorporado mediante a suposição de que a desigualdade é inerente ao desenvolvimento do sistema em seu conjunto. (OCTÁVIO RODRÍGUEZ, 2009, p. 84)

Ainda de acordo com Breitbach (1988), as formulações de Christaller tem como base o princípio da racionalidade econômica, que leva em consideração o custo mínimo de deslocamento. Observa-se que assim como Weber, ele também se preocupou com menores custos.

Outro ponto da contribuição de Christaller

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