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A Ditadura Do Varejo

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Por:   •  3/9/2014  •  1.177 Palavras (5 Páginas)  •  903 Visualizações

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Texto: “A Ditadura do Varejo”

O texto “A Ditadura do Varejo”, como o próprio título diz, trata-se da ditadura que o varejo impõe sobre a indústria. A relação do varejista com o fornecedor nunca foi “perfeita”, mas estava enfrentando uma fase mais complicada e cheia de conflitos. O fato é que a cada negociação de contrato, as grandes redes exigem novos descontos e deixam a indústria em uma verdadeira saia justa. Além disso, uma posição na gôndola de um supermercado exige muito dinheiro do fornecedor, o que faz com que ele deixe de investir em publicidade para sua marca, realizando apenas a publicidade no ponto de venda, que já lhe custa muito dinheiro. Entretanto isto é bastante arriscado, pois acabam correndo o risco de que suas marcas empalideçam aos olhos do consumidor diante da dos varejistas. Deixar de investir em propaganda e comunicação é causar a destruição da própria marca.

Nos anos de inflação elevada, quem obtinha vantagem era o fornecedor, pois ou os supermercados aceitavam os reajustes de tabela ou ficavam com as prateleiras vazias. Ou seja, o varejo dependia dos fornecedores, portanto não havia muito que pudessem fazer. Entretanto, no início dos anos 90, graças à abertura da economia e a estabilidade que seguiu ao plano real, os investimentos estrangeiros (como o português Sonae, o francês Carrefour e o holandês Royal Ahold) no setor de distribuição deram partida a um enorme processo de fusões e aquisições, passando a dominar o varejo em certas regiões do Brasil. Essas empresas ganharam maior poder de negociação com os fornecedores e passaram a impor a tal ditadura. Porém, essa busca de vantagem por parte dos distribuidores passou a gerar atritos, e foi criada até uma Associação de Fornecedores de Supermercados (Assosuper), a fim de tentar neutralizar as pressões dos grandes varejistas.

Como não há no Brasil muitos produtos com considerável grau de diferenciação, existe um excessivo número de ofertas por parte dos fornecedores. E isso concede ao varejo o poder de ditar as regras e se tornar cada vez mais exigente com relação ao prazo de entrega e manutenção dos preços. Dessa forma, os varejistas colocam os fornecedores contra a parede ao longo do mês até que concedam os descontos. A percepção de uma marca (positiva ou negativa) depende muito da loja onde ela está sendo comercializada. Hoje, quem fixa os preços é o varejo, com base numa ampla coleta de preços.

Apesar de tudo, não há muito que se possa fazer, pois não há nada de ilegal nos contratos aos quais os fornecedores são submetidos. A partir do momento em que os fornecedores passaram a fazer cálculos e analisar suas margens, perceberam que vender para as grandes redes é prejuízo. E, para amenizar este problema, uma estratégia que a indústria passou a utilizar foi a negociação com médias e pequenas empresas.

O texto retrata uma realidade vivenciada constantemente por varejistas e fornecedores e que, muitas vezes, nem chega ao conhecimento do consumidor. Mas a verdade é que o motivo de tantas negociações é exatamente o consumidor final. Aquele que vai ao supermercado realizar suas compras e dificilmente pensa na origem de cada produto, no difícil processo que ele enfrente até chegar nas gôndolas. E é exatamente por isso que o varejo possui tanto poder. Porque ele é visto e ilustrado pelo consumidor, enquanto a indústria fica nos “bastidores”.

O principal motivo de o varejo dominar as negociações é o excesso de ofertas por parte dos fornecedores. Mas também é fato que um supermercado não é literalmente nada sem a indústria. Sem ela, os centros de distribuição não possuem o que oferecer aos seus clientes. Aos olhos do leitor, a indústria parece fragilizada e submissa ao supermercado, como se não tivesse noção da dependência que o varejo possui de sua marca. É preciso que as indústrias se unam e mostrem ao varejo que ele é apenas o local onde o consumidor realiza suas compras. O consumidor vai conscientemente ao supermercado, mas inconscientemente ele está indo até a indústria, ou seja, está indo em busca de marcas e produtos específicos. Se ao chegar ao local e estes produtos não estiverem disponíveis, o consumidor mudará de supermercado, e não de marca. E é por isso que os fornecedores deveriam se unir e promover um acordo entre

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