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A HERANÇA MALDITA DE RIBEIRÃO PRETO

Por:   •  16/3/2016  •  Resenha  •  822 Palavras (4 Páginas)  •  251 Visualizações

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Capítulo VII – A HERANÇA MALDITA DE RIBEIRÃO PRETO

O partido do presidente Lula perdeu algumas de suas mais importantes trincheiras. Além de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o PT perdeu o domínio de Porto Alegre, uma referência simbólica, que era governada por petistas havia dezesseis anos. Uma derrota que também abalou bastante foi a de Ribeirão Preto, isso porque a cidade do chope mais famosa do país era também o berço do ministro Antônio Palocci, o homem mais forte do governo Lula. Mas o que teria causado uma derrota tão fragorosamente? Segundo o jornalista Luiz Fernando de Sá, redator-chefe da revista Istoé DINHEIRO. Lula como é conhecido, pediu que eu fosse para Ribeirão Preto e que trouxesse a resposta para essa pergunta. Diante disso nasceu uma das primeiras reportagens na grande imprensa e que incomodou bastante o ministro Palocci. O título A Herança Maldita de Ribeirão Preto era uma expressão muito usada pelo PT durante a campanha presidencial de 2002.

A reportagem publicada na edição de 13 de outubro de 2004, começa revelar uma outra metade do ministro Palocci de Ribeirão Preto. Ele que se cercava de auxiliares nebulosos como Ralf Barquete, Rogério Buratti, Juscelino Dourado e Vladimir Poleto. Todos eles já haviam trabalhado na prefeitura municipal e continuaram ligados ao ministro após a posse do governo Lula, em 2003. Ralf foi nomeado assessor especial da Caixa Econômica e se envolveu na polêmica de renegociação do contrato com a multinacional americana Gtech, que informatiza os sistemas das casas lotéricas no Brasil. Nesse mesmo período foi que surgiu o episódio da fita de Waldomiro Diniz pedindo propina a Carlos Cachoeira, assim como a história de que Buratti teria se oferecido como consultor da Gtech prometendo renovar o contrato de 650 milhões em troca de uma comissão de 16 milhões. O Banco Prosper do Rio de Janeiro, contratou Poleto. Lá, ele teria oferecido uma possiblidade de realizar negócios com o governo federal, em especial com os fundos de pensão das empresas estatais. Também teria oferecido uma proposta de compra do Equity, banco de investimentos pertencente ao Prosper, associado a empresários angolanos.

Na sua segunda gestão, Palocci parecia disposto a fazer o possível para ajudar na eleição presencial de Lula, assim como muitos prefeitos do PT. “Nunca é demais lembrar que, quanto maior fosse a arrecadação, maior seria o espaço no governo”, diz Peter Troat. No seu segundo mandato Palocci já havia demonstrado sua imensa habilidade de comunicação e seu poder de convencimento.

Ele já começava a se firmar como nome nacional ao decidir privatizar a Ceterp, a companhia de telecomunicações de Ribeirão Preto, que não pertencia ao Sistema Telebrás. Era a primeira vez que um petista admitia privatizar um bem público, e, em razão disso, Palocci passou a despertar o interesse de vários veículos de comunicação. O então prefeito já demonstrava ser um homem de grande preparo, capaz de convencer qualquer interlocutor.

No domingo, 20 de agosto, Palocci deu uma imensa prova de coragem ao enfrentar um batalhão de repórteres e editores em Brasília, numa entrevista coletiva convocada às pressas. Palocci saiu-se relativamente bem no tocante ao conteúdo, mas foi melhor ainda na forma. Sentou-se sozinho, sem nenhum auxiliar, diante de dezenas de jornalistas, ele manteve o equilíbrio durante todo o tempo e jamais se exaltou. Naquele domingo, Palocci ganhou uma sobrevida, mas a cada dia ficava mais claro que alvejá-lo era o melhor caminho para também atingir o presidente Lula.

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