Contabilidade Sócio Ambiental

A medida que a degradação ambiental e os desequílibrios sociais entre as nações e grupos humanos começam a ser apresentados diante de estatísticas de extrema calamidade, nota-se que existe uma crescente valorização de uma nova postura empresarial, voltada não somente na obtenção de lucros, mas para o relacionamento com a sociedade em geral e para os impactos gerados sobre a mesma.

Se antes a lucrativadade era buscada por essas empresas de qualquer maneira, considerando a sociedade e os empregados apenas como unidades econômicas de produção, agora cresce a preocupação com o meio ambiente e com o retorno para as diferentes partes que afetam ou que são afetadas por suas atividades, evidenciando no mundo dos negócios a preocupação com o desenvolvimento sustentável.

Resume-se então que as empresas tem-se modificado para um objetivo de mão dupla, atingir o retorno financeiro e social.

Dentre todos os métodos de proteção e preservação, a contabilidade como ciência e veículo de informação tem de apresentar condições de registro, relatórios e controle que vem contribuir de forma positiva no campo da proteção ambiental e transparência em relação a empresa e sociedade, com dados econômicos e financeiros adotados pelas pessoas jurídicas que se utilizam de exploração do meio ambiente.

A contabilidade tem de caminhar no sentido de evoluir até mesmo tecnologicamente para prestar informações atualizadas, observando reflexos de mudanças patrimoniais no ambiente social e ambiental.

Deve-se englobar diferentes aspectos, não se restrigindo a informações de ordem financeira, e também ter como objetivo fornecer informações aos usuários internos e externos sobre eventos ambientais que causam modificações na situação patrimonial da respectiva entidade. Bem como realizar sua identificação, mensuração e evidenciação.

Entre os meios de divulgação, encontram-se o Balanço Social, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e os relatórios ambientais.

Segundo o site do próprio "Balanço Social". A publicação de um balanço social oferece uma proposta de diálogo com os diferentes públicos envolvidos no negócio da empresa que o adota: público interno, fornecedores, consumidores/clientes, comunidade, meio ambiente, governo e sociedade. A proposta é de que o relatório contenha informações sobre o perfil do empreendimento, histórico da empresa, seus princípios e valores, governança corporativa, diálogo com partes interessadas e indicadores de desempenho econômico, social e ambiental. (ETHOS, 2009). O relatório deve apresentar também um demonstrativo do Balanço Social desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), iniciativas de interesse da sociedade (projetos sociais) e de promoção da responsabilidade social em nível local, nacional e global, entre outros indicadores de desempenho da gestão como geração de riqueza, produtividade e investimentos. (ETHOS, 2009).

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) que também integra o Balanço Social é uma ferramenta que traduz os índices de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas.

O DVA traduz informações como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas.

O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção..

A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.

E por fim os relatórios ambientais que divulgam os aspectos ambientais da organização, seus impactos e o que ela faz e pretende fazer em relação a eles.

Perante toda essa conjuntura, a contabilidade tem evoluído no sentido de estudar e controlar o patrimônio socioambiental (bens, direitos e obrigações ligados à sociedade e ao meio ambiente) das entidades. Entende-se uma expressiva necessidade de convergência de estudos relacionados à área, e uma reflexão sobre o papel da empresa no mundo, que tipo de contribuição deve dar e para quem, ou pelo menos não deve prejudicar.