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Lojas 24 horas

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Por:   •  18/3/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.601 Palavras (11 Páginas)  •  221 Visualizações

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1. LOJAS DE CONVENIÊNCIA

Há pouco mais de duas décadas, surgia no Brasil à primeira loja de conveniência, uma Express instalada no posto Bola Pesada, de bandeira Shell, na capital paulista. Esta loja, que seguia padrões criados no mercado de varejo norte-americano, trouxe conceitos até então inéditos para o Brasil: funcionamento em horário 24 horas (era a única atividade de varejo alimentar que funcionava ininterruptamente), auto-atendimento, variedade de itens para compras de emergência. O público-alvo do empreendimento era o consumidor jovem com maior poder aquisitivo, que podia pagar mais pela comodidade e agilidade de atendimento. Foi assim que nasceu o conceito de conveniência em postos de combustíveis: pequenos comércios onde o consumidor pode encontrar as mais diversas mercadorias, 24 horas, 365 dias por ano em local de passagem ou próximo de sua residência ou trabalho, com estacionamento fácil, segurança e atendimento rápido.

A fórmula inovadora para a época era uma promessa para os revendedores ampliarem seu faturamento, atraindo e conquistando consumidores. E assim, as “lojinhas de postos” foram se espalhando pelas revendas brasileiras. Porém, o crescimento foi lento: dez anos depois da inauguração da primeira loja, havia pouco mais de 1.500 unidades pelo Brasil, para um universo de mais de 25 mil postos revendedores. Atualmente, é difícil precisar o número de lojas de conveniência nos postos brasileiros porque há muitas independentes, sem vínculos com a bandeira ou com sindicatos. A Fecombustíveis estima que haja mais de 5.000 lojas.

Neste período, as principais bandeiras de combustíveis criaram marcas próprias de conveniência, instaladas nos postos por meio de contratos de franquia. No entanto, desde o princípio a ideia não agradou a revenda: as taxas cobradas pelas franquias eram proporcionalmente muito altas se comparadas ao faturamento das lojas.

Por isso, as bandeiras adotaram como prática a inclusão das lojas nas negociações de contratos. Ou seja, ao instalar um novo negócio ou renovar um contrato, as distribuidoras incluíam uma loja de conveniência no pacote, e o revendedor acabava aceitando.

Mas a prática mostrou que as lojas de conveniência franqueadas não eram tão rentáveis. Como alternativa para fugir das altas taxas de franquia e royalties, os revendedores passaram a optar por iniciativas independentes.

1.1 Comportamento do Consumidor.

As lojas de Conveniência proporcionam a flexibilidade de operação que o consumidor necessita atualmente. Isso permite que o empresário incremente sua oferta de serviços, de acordo com o perfil de seu público-alvo. Iniciativas de sucesso hoje incluem serviços de alimentação mais elaborados, padarias, cafeterias diferenciadas e locais onde o consumidor pode sentar-se e ler um jornal ou acessar a internet. Uma verdadeira evolução, quando se compara estas lojas ao conceito original de conveniência.

A alimentação fora de casa também entra cada vez mais no cardápio de consumo da classe C. Segundo dados da GS&MD – Gouvêa de Souza, mais de 30% dos gastos dos brasileiros com alimentação são destinados a serviços de entrega ou refeições fora de casa, número que vem crescendo com o impulso deste novo consumidor. “Estamos falando tanto de restaurantes quanto entregas ou produtos para levar”, destaca Goes. Em parte, o fenômeno é puxado pelas demandas do mercado de trabalho. “Mulher e filhos estão trabalhando fora e cada vez mais sem tempo para fazer em casa”, justifica Goes. Mas a refeição em família também desponta como opção de lazer. “São lugares para se entreter com a família, com bastante fartura e consumo compartilhado”, diz Luciana. As redes de franquias de alimentação – opção prática para quem quer investir no ramo – chegaram a 348 em 2009, um crescimento de mais de 20% sobre o ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising. Nos últimos anos, o mercado de conveniência vem passando por intensas mudanças. Além de o setor ter se transformado em alvo de interesse de grandes grupos varejistas, surgiram novos formatos de loja, que operam por meio de contratos de licenciamento de marca. Serviços de alimentação diferenciados, acesso à internet e novas formas de organização do espaço interno são valorizados pelos clientes. Hoje, a criatividade é o diferencial do segmento para enfrentar a concorrência.

Em grandes centros, as lojas costumam estar localizadas próximas a áreas residenciais, que ficam abertas até mais tarde e todos os dias da semana. Mas com tudo isso, satisfazem uma grande necessidade dos clientes, que é comprar fora de hora ou fazer compras rápidas (KOTLER; ARMSTRONG, 1998).

As iniciativas de revendedores que criaram suas lojas próprias com muito sucesso, por adequar-se ao seu público-alvo, também trouxeram outro fator bastante positivo ao mercado de conveniência como um todo: as marcas que operam por meio de franquia perceberam que seu formato estava se tornando obsoleto e pouco competitivo, e começaram a mudar. As transformações foram tanto no que diz respeito aos serviços (passaram a dar mais enfoque à área de alimentação, em detrimento de outras categorias menos rentáveis, como mercearia), quanto em relação aos investimentos.

Outro ponto importante ressaltado por (Kotler e Armstrong, 1998) é o fato das maiores redes de conveniência hoje adaptando as mercadorias das lojas às necessidades específicas da vizinhança. Por meio destas inovações, as lojas mantêm-se diferenciadas dos outros tipos de lojas de alimentos e se adaptam ao estilo de vida acelerada do mercado consumidor.

1.2 Influências da economia sobre lojas de conveniências.

O levantamento do Sindicom aponta o crescimento da classe C como o principal motivo para o desempenho do setor. O professor de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Uranilson Carvalho, concorda. “A nova classe média está impulsionando diversos setores, como o varejo e o comércio, e é natural que as lojas de conveniência sejam beneficiadas”, diz. Isso porque, segundo ele, o fato de elas oferecem produtos de diversos gêneros gera uma comodidade no público. “É mais fácil do que enfrentar as grandes filas dos supermercados, por exemplo. Sem falar que há muitos postos espalhados pela cidade”, afirma.

Apesar do crescimento, apenas 20% dos postos brasileiros possuem lojas de conveniência. Para o diretor de mercado do Sindicom, Cézar Guimarães, isso significa que o potencial é grande. “Ainda há muito espaço para conquistar. É um mercado com grandes chances de crescimento”, analisa. Apesar de não haver projeções oficiais, Cézar estima

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