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Resumo Teoria De Sistema

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Por:   •  14/6/2013  •  3.433 Palavras (14 Páginas)  •  20.018 Visualizações

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Teoria de Sistema

A Teoria de Sistemas (TS) é um ramo específico da Teoria Geral de Sistemas (TGS). Com ela, a abordagem sistêmica chegou à TGA a partir da década de 1960 e tornou-se parte integrante dela.

 Origens da Teoria de Sistemas:

A TGS surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Bertalanffy. E tem como pressupostos básicos:

• Existe uma tendência para a integração das ciências naturais e sociais.

• Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos sistemas.

• A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento científico, como as ciências sociais.

• A teoria dos sistemas desenvolve princípios unificadores que atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ciência.

• A teoria dos sistemas conduz a uma integração na educação científica.

A TGS afirma que se deve estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes.

A TGS fundamenta-se em três premissas básicas, a saber:

a. Os sistemas existem dentro de sistemas: Cada sistema é constituído de subsistemas e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior,o supra-sistema. E assim sucessivamente, pois esse encadeamento é infinito.

b. Os sistemas são abertos: Os sistemas abertos são caracterizados por um processo infinito de intercâmbio com o seu ambiente para trocar energia e informação.

c. As funções de um sistema dependem de sua estrutura: Cada sistema tem um objetivo ou finalidade que constitui seu papel no intercâmbio com outros sistemas dentro do meio ambiente.

A Teoria de Sistemas introduziu-se na teoria administrativa por várias razões:

• A necessidade de uma síntese e integração das teorias que a precederam, esforço tentado sem muito sucesso pelas teorias estruturalista e comportamental.

• A Cibernética permitiu o desenvolvimento e a operacionalização das ideias que convergiam para uma teoria de sistemas aplicada à Administração.

• Os resultados bem-sucedidos da aplicação da Teoria de Sistemas nas demais ciências.

Teoria de Sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global, permitindo a inter-relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas completamente diferentes.

 Conceito de Sistemas:

A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado.

1. Características dos sistemas

O aspecto mais importante do conceito de sistema é a ideia de um conjunto de elementos interligados para formar um todo. Da definição de Bertalanffy, segundo a qual o sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois conceitos: o de propósito (ou objetivo) e o de globalismo (ou totalidade).

Esses dois conceitos retratam duas características básicas do sistema:

a. Propósito ou objetivo: Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivo.

b. Globalismo ou totalidade: Todo sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do sistema deverá produzir mudanças em todas as suas outras unidades.

A ideia de sistema lembra conectividade, integração e totalidade. E um exemplo dela seria a produção em massa de Ford.

2. Tipos de Sistemas

Há uma variedade de sistemas e várias tipologias para classificá-los. Os tipos de sistemas são:

• Quanto à sua constituição, os sistemas podem ser físicos ou abstratos:

a. Sistemas físicos ou concretos: São compostos de equipamentos, maquinaria, objetos e coisas reais.

b. Sistemas abstratos ou conceituais: São compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e ideias.

• Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos:

a. Sistemas fechados: Não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência ambiental.

b. Sistemas abertos: Apresentam relações de intercâmbio com o ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas.

3. Parâmetros de sistemas

Parâmetros são constantes arbitrárias que caracterizam, por suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um sistema ou componente do sistema. Os parâmetros dos sistemas são: entrada, saída, processamento, retroação e ambiente.

• Entrada ou insumo (input): é a força ou impulso de arranque ou de partida do sistema que fornece material ou energia ou informação para a operação do sistema.

• Saída ou produto ou resultado (output:) é a consequência para a qual se reuniram elementos e relações do sistema.

• Processamento ou processador ou transformador (throughput): é o mecanismo de conversão das entradas em saídas.

• Retroação, retroalimentação, retroinformação (feedback) ou alimentação de retorno: é a função de sistema que compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido. A retroação tem por objetivo o controle, ou seja, o estado de um sistema sujeito a um monitor(guia).

• Ambiente: é o meio que envolve externamente o sistema, nessa abordagem indica que o ambiente pode ser um recurso para o sistema como também ser uma ameaça à sua sobrevivência.

 O Sistema Aberto

O sistema aberto se caracteriza por um intercâmbio de transações com o ambiente e conserva-se constantemente no mesmo estado (auto-regulação) apesar de a matéria e a energia que o integram se renovarem constantemente (equilíbrio dinâmico ou homeostase).

Existem diferenças fundamentais entre os sistemas abertos - os sistemas biológicos e sociais, como célula, planta, homem, organização, sociedade – e os sistemas fechados - como os sistemas físicos, as máquinas, o relógio, o termostato - a saber:

1. O sistema aberto está em constante interação dual com o ambiente. O sistema fechado não interage com o ambiente.

2. O sistema aberto tem capacidade de crescimento, mudança, adaptação ao ambiente e até auto-reprodução sob certas condições ambientais. O sistema fechado não tem essa capacidade.

3. É contingência de o sistema aberto competir com outros sistemas, o que não ocorre com o sistema fechado.

 A Organização como um Sistema Aberto

O conceito de sistema aberto é perfeitamente aplicável à organização empresarial. O sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante interação e interdependência, constituindo um todo sinérgico (o todo é maior do que a soma das partes), orientado para determinados propósitos (comportamento teleológico orientado para fins) e em permanente relação de interdependência com o ambiente (entendida como a dupla capacidade de influenciar o meio externo e ser por ele influenciado).

 Características das Organizações como Sistema Abertos

As organizações possuem as características de sistemas abertos, a saber:

1. Comportamento probabilístico e não-determinístico: O ambiente inclui variáveis desconhecidas e incontroláveis. Por essa razão, as consequências dos sistemas sociais são probabilísticas e não-determinísticas e seu comportamento não é totalmente previsível.

2. As organizações como partes de uma sociedade maior e constituídas de partes menores: As organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são "complexos de elementos colocados em interação".

3. Interdependência das partes: A organização é um sistema social cujas partes são independentes mas inter-relacionadas."O sistema organizacional compartilha com os sistemas biológicos a propriedade de interdependência de suas partes, de modo que a mudança em uma das partes provoca impacto sobre as outras.”

4. Homeostase ou "estado firme":

A organização alcança um estado firme - ou seja, um estado de equilíbrio - quando satisfaz dois requisitos: a unidirecionalidade e o progresso.

a. Unidirecionalidade ou constância de direção: Apesar das mudanças do ambiente ou da organização, os mesmos resultados são atingidos.

b. Progresso em relação ao fim: O sistema mantém, em relação ao fim desejado, um grau de progresso dentro dos limites definidos como toleráveis.

Esses dois requisitos para alcançar o estado firme - unidirecionalidade e progresso - exigem liderança e comprometimento das pessoas com o objetivo final a ser alcançado. Além do mais, a organização - como um sistema aberto - precisa conciliar dois processos opostos, ambos imprescindíveis para a sua sobrevivência, a saber:

a. Homeostasia: É a tendência do sistema em permanecer estático ou em equilíbrio, mantendo inalterado o seu status quo interno.

b. Adaptabilidade: É a mudança do sistema no sentido de ajustar-se aos padrões requeridos em sua interação com o ambiente externo, alterando a sua status quo interno para alcançar um equilíbrio frente a novas situações.

5. Fronteiras ou limites

Fronteira é a linha que demarca e define o que está dentro e o que está fora do sistema ou do subsistema. As organizações têm fronteiras que as diferenciam dos ambientes. As fronteiras variam quanto ao grau de permeabilidade: são linhas de demarcação que podem deixar passar maior ou menor intercâmbio com o ambiente. É por meio da fronteira que existe a interface. Interface é a área ou canal entre os diferentes componentes de um sistema através do qual a informação é transferida ou o intercâmbio de energia, matéria ou informação é realizado.

6. Morfogênese

Diferentemente dos sistemas mecânicos e mesmo dos sistemas biológicos, o sistema organizacional tem a capacidade de modificar a si próprio e sua estrutura básica: é a propriedade morfogênica das organizações, considerada por Buckley a característica identificadora das organizações.

7. Resiliência

Em linguagem científica, a resiliência é a capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo. Como sistemas abertos, as organizações têm capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem que desapareça seu potencial de auto-organização.

 Modelos de Organização

Existem vários modelos que explicam a organização como sistema aberto. Dentre eles vamos citar o de Schein, Katz e Kahn e o modelo sociotécnico.

I. Modelo de Schein:

Considera a definição de organização, sendo:

• A organização é um sistema aberto, em constante interação com o meio, recebendo matéria-prima, pessoas, energia e informações e transformando-as ou convertendo-as em produtos e serviços que são exportados para o meio ambiente.

• A organização é um sistema com objetivos ou funções múltiplas que envolvem interações múltiplas com o meio ambiente.

• A organização é um conjunto de subsistemas em interação dinâmica uns com os outros. Deve-se analisar o comportamento dos subsistemas em vez de focalizar os comportamentos individuais.

• Os subsistemas são mutuamente dependentes e as mudanças ocorridas em um deles afetam o comportamento dos outros.

• A organização existe em um ambiente dinâmico que compreende outros sistemas. O funcionamento da organização não pode ser compreendido sem considerar as demandas impostas pelo meio ambiente.

• Os múltiplos elos entre a organização e seu meio ambiente tornam difícil a clara definição das fronteiras organizacionais.

II. Modelo de Katz e Kahn

O modelo proposto por eles, à organização apresenta as características típicas de um sistema aberto.

a. A organização como um sistema aberto:

1. Importação (entradas): A organização recebe insumos do ambiente e depende de suprimentos renovados de energia de outras instituições ou de pessoas. Nenhuma estrutura social é autossuficiente.

2. Transformação (processamento): Os sistemas abertos transformam a energia recebida. A organização processa e transforma seus insumos em produtos acabados, mão-de-obra treinada, serviços etc. Essas atividades acarretam alguma reorganização das entradas.

3. Exportação (saídas): Os sistemas abertos exportam seus produtos, serviços ou resultados para o meio ambiente.

4. Os sistemas são ciclos de eventos que se repetem: "O funcionamento do sistema aberto consiste em ciclos recorrentes de importação -transformação - exportação. A importação e a exportação são transações que envolvem o sistema e setores do seu ambiente imediato, enquanto a transformação é um processo contido dentro do próprio sistema.”.

5. Entropia negativa: A entropia é um processo pelo qual todas as formas organizadas tendem à exaustão, à desorganização, à desintegração e, no fim, à morte. Para sobreviver, os sistemas abertos precisam mover-se para deterem o processo entrópico e se reabastecerem de energia, mantendo indefinidamente sua estrutura organizacional.

6. Informação como insumo, retroação negativa e processo de codificação. Os sistemas abertos recebem insumos, como materiais ou energia, que são transformados ou processados. Recebem também entradas de caráter informativo, que proporcionam sinais à estrutura sobre o ambiente e sobre seu próprio funcionamento em relação a ele.

7. Estado firme e homeostase dinâmica: os sistemas abertos caracterizam-se por um estado firme: existe um influxo contínuo de energia do ambiente exterior e uma exportação contínua dos produtos do sistema, porém o quociente de intercâmbios de energia e as relações entre as partes continuam os mesmos. A tendência mais simples do estado firme é a homeostase e o seu princípio básico é a preservação do caráter do sistema: o equilíbrio quase estacionário proposto por Lewin.

8. Diferenciação: A organização, como sistema aberto, tende à diferenciação, isto é, à multiplicação e à elaboração de funções, o que lhe traz também multiplicação de papéis e diferenciação interna.

9. Eqüifinalidade: Os sistemas abertos são caracterizados pelo princípio de eqüifinalidade: um sistema pode alcançar, por uma variedade de caminhos, o mesmo resultado final, partindo de diferentes condições iniciais.

10. Limites ou fronteiras: Como um sistema aberto, a organização apresenta limites ou fronteiras. Os limites ou fronteiras definem a esfera de ação do sistema, bem como o seu grau de abertura em relação ao ambiente.

b. Características de primeira ordem:

1. Os sistemas sociais não têm limitação de amplitude: As organizações sociais estão vinculadas a um mundo concreto de seres humanos, de recursos materiais, de fábricas e de outros artefatos, porém esses elementos não se encontram em interação natural entre si.

2. Os sistemas sociais necessitam de entradas de manutenção e de produção: As entradas de manutenção são importações da energia que sustenta o funcionamento do sistema, enquanto as entradas de produção são as importações da energia que é processada para proporcionar um resultado produtivo.

3. Os sistemas sociais têm sua natureza planejada: São sistemas inventados pelo homem e, portanto, imperfeitos. Eles se baseiam em atitudes, crenças, percepções, motivações, hábitos e expectativas das pessoas.

4. Os sistemas sociais apresentam maior variabilidade que os sistemas biológicos: Por isso, os sistemas sociais precisam utilizar forças de controle para reduzir a variabilidade e a instabilidade das ações humanas, situando-as em padrões uniformes e dignos de confiança por parte do sistema social.

5. As funções, as normas e os valores são os principais componentes do sistema social: As funções descrevem as formas de comportamento associado a determinadas tarefas; As normas são expectativas gerais com caráter de exigência, atingindo a todos os incumbidos de desempenho de função; Valores são as justificações e aspirações ideológicas mais generalizadas.

6. As organizações sociais constituem um sistema formalizado de funções: representam um padrão de funções interligadas que definem formas de atividades prescritas ou padronizadas.

7. O conceito de inclusão parcial: a organização utiliza apenas os conhecimentos e as habilidades das pessoas que lhe são importantes. Os demais aspectos das pessoas são simplesmente ignorados. Assim, a organização não requer e nem solicita a pessoa inteira. Por isso, as pessoas so incluem-se apenas parcialmente nas organizações.

8. A organização em relação a seu meio ambiente: o funcionamento organizacional deve ser estudado em relação às transações com o meio ambiente. Essa relação envolve os conceitos de sistemas, subsistemas e supersistemas.

c. Cultura e clima organizacionais:

Cada organização cria sua própria cultura com seus próprios tabus, usos e costumes. A cultura do sistema reflete as normas e os valores do sistema formal e sua reinterpretação pelo sistema informal, bem como decorre das disputas internas e externas das pessoas que a organização atrai seus processos de trabalho e distribuição física, as modalidades de comunicação e o exercício da autoridade dentro do sistema.

d. Dinâmica de sistemas:

As organizações sociais criam mecanismos de recompensas a fim de vincular seus membros ao sistema, estabelecem normas e valores para justificar e estimular as atividades requeridas e as estruturas de autoridade para controlar e dirigir o comportamento organizacional.

e. Conceito de eficácia organizacional:

As organizações sobrevivem enquanto forem capazes de manter negentropia, isto é, importação sob todas as formas, de quantidades maiores de energia do que elas devolvem ao ambiente como produto.

f. Organização como um sistema de papéis:

Papel é o conjunto de atividades solicitadas de um indivíduo que ocupa uma determinada posição em uma organização. A organização consiste em papéis ou aglomerados de atividades esperadas dos indivíduos e que se superpõem. A organização é uma estrutura de papéis.

III. Modelo sociólogo de Tavistock

Foi proposto por sociólogos e psicólogos do instituto de relações humanas de Tavistock. a organização é um sistema aberto em interação constante com seu ambiente. Mais do que isso, a organização é um sistema sociotécnico estruturado sobre dois subsistemas:

1. Subsistema técnico: o subsistema técnico envolve a tecnologia, o território e o tempo. É o responsável pela eficiência potencial da organização.

2. Subsistema social: o subsistema social transforma a eficiência potencial em eficiência real. Compreendem as pessoas, suas características físicas e psicológicas.

O modelo de sistema aberto proposto pela abordagem sociotécnica parte do pressuposto de que toda organização "importa" várias coisas do meio ambiente e utiliza essas importações em processos de "conversão", para então "exportar" produtos e serviços que resultam do processo de conversão.

Essa importação seria a aquisição de matérias primas; a conversão seria a transformação das importações em exportações, ou seja, dos insumos em produtos ou serviços; e a exportação seria a colocação dos resultados da importação e da conversão.

 Apreciação Crítica da Teoria de Sistema

De todas as teorias administrativas, a Teoria de Sistemas é a menos criticada, pelo fato de que a perspectiva sistêmica parece concordar com a preocupação estrutural-funcionalista típica das ciências sociais dos países capitalistas de hoje.

Uma apreciação crítica da Teoria de Sistemas revela os seguintes aspectos:

1. Confronto entre teorias de sistema aberto e de sistema fechado

Os sistemas abertos trocam energia e informação com seus ambientes e são por eles influenciados. A abordagem de sistema aberto trouxe uma nova e moderna concepção para a Administração, a partir dos seguintes aspectos:

a. A natureza essencialmente dinâmica do ambiente conflita com a tendência essencialmente estática da organização.

b. Um sistema organizacional rígido não pode sobreviver na medida em que não consegue responder eficazmente às mudanças contínuas e rápidas do ambiente.

c. Para garantir sua viabilidade, a organização como sistema aberto oferece ao ambiente os produtos que ele necessita e, se for o caso, cria nele a necessidade de tais produtos.

d. O sistema precisa de constante e apurada informação do ambiente sobre sua natureza, sobre a qualidade e a quantidade dos insumos disponíveis e sobre a eficácia ou adequação dos produtos ou respostas da organização ao ambiente.

A velha perspectiva de sistema fechado levou a TGA às seguintes distorções:

a. A teoria administrativa ficou limitada às regras de funcionamento interno, à apologia da eficiência como critério básico da viabilidade organizacional e à ênfase em procedimentos e não em programas.

b. A perspectiva de organização como sistema fechado levou à insensibilidade da teoria administrativa tradicional, às diferenças entre ambientes organizacionais e à interdependência entre a organização e seu ambiente.

c. Já que o ambiente não faz diferença, a perspectiva da organização como sistema fechado leva à insensibilidade para a necessidade de mudanças e adaptação contínua e urgente das respostas da organização ao ambiente.

2. Características básicas da análise sistêmica

As características da teoria administrativa baseada na análise sistêmica são:

a. Ponto de vista sistêmico: A moderna teoria visualiza a organização como um sistema constituído de cinco parâmetros básicos: entrada, processo, saída, retroação e ambiente.

b. Abordagem dinâmica: A ênfase da teoria moderna é sobre o dinâmico processo de interação que ocorre dentro da estrutura de uma organização.

c. Multidimensional e multinivelada: A moderna teoria considera a organização do ponto de vista micro e macroscópico. A organização é micro quando considerada dentro do seu ambiente (nível da sociedade, comunidade ou país) e é macro quando se analisam as suas unidades internas.

d. Multimotivacional: A Teoria de Sistemas reconhece que as organizações existem porque seus participantes esperam satisfazer vários objetivos individuais por meio delas.

e. Probabilística: A teoria moderna tende a ser probabilística.

f. Multidisciplinar: A Teoria de Sistemas é uma teoria multidisciplinar com conceitos e técnicas de muitos campos de estudo, como Sociologia, Psicologia, Economia, Ecologia, pesquisa operacional etc.

g. Descritiva: A teoria moderna é descritiva. Ela descreve as características das organizações e da Administração.

h. Multivariável: A teoria moderna assume que um evento pode ser causado por vários e numerosos fatores que são inter-relacionados e interdependentes.

i. Adaptativa: A moderna teoria administrativa assume que a organização é um sistema adaptativo. Para se manter viável (continuar a existir) em seu ambiente, a organização deve continuamente adaptar-se aos requisitos cambiantes do ambiente.

3. Caráter integrativo e abstrato da teoria de sistemas

A Teoria de Sistemas é demasiado abstrata e conceptual e, portanto, de difícil aplicação a situações gerenciais práticas. Ela é uma teoria geral das organizações e da administração, uma síntese integrativa dos conceitos clássicos, neoclássicos, estruturalistas e behavioristas.

4. O efeito sinérgico das organizações como sistema abertos

Sinergia é o esforço simultâneo de vários órgãos que provoca um resultado ampliado e potenciado. Uma das razões para a existência das organizações é o seu efeito sinérgico ou sinergístico. O sistema aberto provoca um resultado maior do que.a soma de suas partes quando apresenta sinergia: a reunião das partes proporciona o surgimento de novas potencialidades para o conjunto, qualidades emergentes que retroalimentam as partes, estimulando-as a utilizar suas potencialidades individuais.

5. O “homem funcional”

O indivíduo comporta-se em um papel dentro das organizações, inter-relacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto. Nas suas ações em um conjunto de papéis, o "homem funcional" mantém expectativas quanto ao papel dos demais participantes e procura enviar aos outros as suas expectativas de papel.

6. Uma nova abordagem organizacional

O enfoque do todo e das partes, do dentro e do fora, do total e da especialização, da integração interna e da adaptação externa, da eficiência e da eficácia. Nessa nova abordagem organizacional, o importante é ver o todo e não cada parte isoladamente para enxergar o emergente sistêmico.

7. Ordem e desordem

A principal deficiência que se constata na noção de sistemas abertos é o conceito de equilíbrio. Modernamente, predomina o conceito de que toda organização é caracterizada simultaneamente por ordem e desordem. Ordem, na medida em que congrega repetição, regularidade e redundância e é capaz de auto-regulação para a preservação da estabilidade. E desordem, pois é também produtora de eventos, perturbações, desvios e ruídos que conduzem à instabilidade e à mudança.

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