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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO HABILITAÇÃO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Por:   •  19/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.446 Palavras (26 Páginas)  •  196 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

HABILITAÇÃO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA

        

Família Negra O Boticário

Diego Bandeira Rabello

Rio de Janeiro

Dezembro⁄2018

Sumário

Capítulo 1 – Os negros no Brasil

  1. – O comércio de negros
  2. – A divisão do negro entre casa grande e senzala
  3. – A família brasileira

Capítulo 2 – Mídias Sociais

2.1 – Interatividade e Ruptura do pólo de emissão na internet

2.2 – As mídias sociais e a Produção de conteúdo

2.3 – Facebook

Capítulo 3 - A propaganda da Família Negra – O Boticário

3.1 –

3.2 –

3.3 –

Considerações finais

Referência Bibliográfica


Capitulo 1: Os negros no Brasil

  1. O Comércio de Negros

A escravidão consiste em fazer com que um homem obedeça de forma completa a outro, não sendo apenas uma propriedade que satisfaça as suas vontades, mas donde o trabalho também possa ser conseguido através da força se assim o quiser, define PINSKY.[1]

PINSKY afirma ser um equívoco pensar que o negro veio ao Brasil por contra própria e sim, trazido à força. A partir dessa afirmação, tomamos como sinal que o escravismo existiu no Brasil, pois, para PINSKY, se a decisão de vir tivesse sido espontânea, opcional, derivado da vontade existente, ele não teria atitudes de passividade, cumprindo obrigação contra a vontade e nem própria.[2]

A América, entre os séculos XVI e XIX, importou 10 milhões de africanos, cerca de quatro milhões deles foram desembarcados no Brasil, segundo FLORENTINO. Ele também afirma que esses números propõem uma organização de um sistema diferenciado entre Brasil e a África, ou seja, o Brasil passou a ser uma releitura da África. Ter escravos era como conviver na África com africanos e o mecanismo (a escravidão) foi repetido por tanto tempo que foi criado um jeito de pensar na classe senhorial, o jeito de pensar dos senhores brancos, o que ele chama de “a mentalidade radicalmente reificada”, ou seja, houve escravidão por tanto tempo que isso chegou a afetar o modo de pensar economicamente das classes dominantes. [3]

Até meados de 1790, o Brasil importou mais de dois milhões de africanos pelo porto do Rio de Janeiro, cinquenta mil no século XVI, quinhentos e sessenta mil durante o século seguinte, e mais de um milhão e quatrocentos mil africanos entre 1701 e 1790 tornando-se o maior importador de africanos que utilizava o circuito Sul-Sul do tráfico atlântico.[4]

De acordo com ELTIS o tráfico de escravos pelo atlântico foi onde ocorreu a maior transferência de pessoas forçadas com grande distância. Teve início em torno de 1560 por meio do impulsionamento comercial do açúcar, onde os negros africanos foram substituindo paulatinamente os indígenas que eram utilizados como força de trabalho nos primeiros engenhos de açúcar entre o período de 1560 a 1620.[5]

PINSKY[6] diz que cerca de quatrocentos mil escravos saíram da África e nunca chegaram ao Brasil, sendo mortos nesse trajeto. O historiador ALENCASTRO[7] afirma que 40% dos negros que eram levados presos, ainda no interior da África sem chegar ao litoral, morriam nos primeiros seis meses.

Segundo ELTIS[8], os primeiros africanos a serem levados para o “Novo Mundo” deram partida na Europa (contrariando a idéia de que vieram primeiramente da África) a partir do século XVI. As embarcações a principio levavam apenas os africanos nas rotas iniciais. A Primeira viagem então com os africanos como ponto de partida à África com destino as Américas, ocorreu em 1526.

Antes de meados do século, todos os navios negreiros transatlânticos vendiam seus escravos no Caribe espanhol; as minas de ouro em Cibao, Hispaniola, eram grandes compradoras. Cartagena, na atual Colômbia, foi o primeiro destino na América Espanhola continental de um navio negreiro — no ano de 1549. Do lado africano, a grande maioria das pessoas envolvidas nos primeiros tempos do tráfico de escravos vinham da costa da Alta Guiné, tendo passado inicialmente pelas feitorias portuguesas em Arguim, e mais tarde nas ilhas de Cabo Verde.[9] 

FLORENTINO[10] afirma que umas das principais características no tráfico negreiro era o risco que se corria, pois constantemente enfrentavam perigos que poderiam ocasionar a morte. Esses riscos transitam em todas as etapas do tráfico, das vendas/trocas realizadas em solo africano dos negros, até as que eram cobiçadas como mercadorias para serem encaminhadas às Américas, onde eram desejadas como mercadoria humana.

Durante o processo de tráfico de escravos pelo mar, ocorria a perda da mercadoria humana por meio de incursões de piratas ou mesmo por naufrágios, relata FLORENTINO.[11]

Já no século XIX, o Rio de Janeiro, se consolida mediante a todo esse gênero comercial como o principal centro de comercio africano do Brasil, afirma FLORENTINO.[12] Ele diz também:

Entre 9% e 13% daqueles comerciantes marítimos que atuavam no setor de abastecimento por meio do porto carioca eram traficantes de escravos, estando a eles consignadas de 11% a 14% das estradas – generalizando, pode-se situar em 10% sua participação perante o total de comerciantes, e nos mesmos 10% a proporção de suas consignações diante do total de consignações destinadas ao mercado interno.Naturalmente muitos dos produtos provenientes de regiões como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Cabo Frio e Bahia destinavam-se ao abastecimento dos negreiros que constantemente partiam para a África. Entretanto a expressiva participação dos traficantes no setor de abastecimento indica que suas atividades iam além do tráfico [13]

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