VENDAS A VISTA VERSUS VENDAS A PRAZO - UMA PROPOSTA PARA A REDUÇÃO DA INADIMPLÊNCIA NO COMÉRCIO DE COROMANDEL/MG

INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos a cidade de Coromandel tem convivido com um comércio interiorano incipiente e baseado na confiança familiar, trazendo reflexos negativos para a economia da região quando se trata da falta de pagamentos dos vencimentos. Se faz necessário então um estudo mais amplo buscando alternativas para a real necessidade de mudança de visão e cultura organizacional dos comerciantes, referente às formas utilizadas para a venda ao consumidor que constitui fator primordial para a diminuição da inadimplência.

Muitas empresas iniciam suas atividades e fecham as portas nos primeiros anos de vida enquanto outras se desenvolvem, crescem e durante o percurso de sua existência se deparam com algumas adversidades que atrapalham esse crescimento levando até mesmo à falência. Uma destas adversidades é a inadimplência que está aumentando e tirando o sono dos empresários, diminuindo o lucro, trazendo somente resultados negativos. Isto está associado à má administração da empresa, onde a concessão de crédito, ou seja, a venda a crediário é feita sem a devida observação. Hoje devido à facilidade com que as pessoas conseguem comprar a prazo, abrir contas em bancos, faz com elas assumam altos compromissos financeiros e conseqüentemente não consigam saldar suas dívidas. Por outro lado estas mesmas instituições financeiras oferecem outros tipos de conveniências para as vendas, como o cartão de crédito, mas devido a uma cultura empresarial antiga, os comerciantes de Coromandel, ainda não possuem estes hábitos de vendas, onde o recebimento é garantido.

Através do estudo sobre as formas de vendas utilizadas pelo comércio de Coromandel, que estão sendo administradas de forma a ocasionar o aumento da inadimplência, apresentou-se propostas de formas diferenciadas de vendas à vista e melhoria de concessão de vendas a crediário. As propostas apresentadas para a redução da inadimplência no comércio de Coromandel foram: identificar alternativas que possibilitem o aumento das vendas à vista, melhorar a forma de vendas a prazo, adotando um sistema de crediário mais rigoroso e incentivar e difundir a utilização de cartão de crédito.

CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DO MERCADO COMERCIAL

O surgimento do mercado tem sua marca inicial e oficial na antiguidade, quando os fenícios aprenderam a produzir produtos que até então não existiam, como o tecido, de acordo com a Temática Barsa:

A atividade comercial fenícia girava em torno de uma série de produções específicas. Em primeiro lugar, o comércio de madeiras (cedro e zimbro) e, vinculada a ele, a construção naval. Em segundo, a exportação de tecidos (os mais famosos eram os tingidos de púrpura), pequenos objetos luxuosos de marfim e bronze e os móveis. (2005, p. 33)

Aprofundando um pouco mais na história, pode-se afirmar que o mercado comercial iniciou-se ainda na pré-história, quando o homem das cavernas trocava suas peles excedentes com outro indivíduo que tinha leite sobrando.

Assim, quando alguém tinha algo que sobrava de suas necessidades do dia-a-dia, ele trocava este excedente por outro produto que ele precisava. Essa troca recebia o nome de escambo. Com o passar do tempo foram sendo criados padrões de troca, onde cada mercadoria tinha seu preço determinado por pedras preciosas, metais, etc.

A condição básica para o surgimento do comércio foi a invenção da moeda, pelo fato de que ela facilitava as trocas, além de tornar as contas mais simples. A criação da moeda impulsionou o comércio, era possível adquirir somente aquilo que realmente era necessário, além disso, ela dava a todos que a possuíssem, oportunidade de buscar em outros locais, mercadorias que antes não era possível adquirir na base do escambo.

Os fenícios iniciaram, portanto, oficialmente o comércio e sua expansão,

utilizando o transporte marítimo para levarem até outros mares e continentes os produtos que produziam, como consta na Temática Barsa:

Os fenícios, instalados em diversas cidades da orla litorânea que havia integrado o antigo território de Canaã, desenvolveram uma intensa atividade comercial que os levou a fundar numerosas colônias ao longo da costa mediterrânea. (2005, p. 32)

A partir daí várias foram as invenções que fizeram as trocas tornarem-se mais rápidas como o navio a vapor e a estrada de ferro. Já no século XX, o transporte e as comunicações, tornaram o mercado comercial um fenômeno mundial.

Hoje muito além da atividade da simples troca de mercadorias por necessidade, o comércio assume uma característica muito mais complexa, vender produtos ou serviços para obter lucro. “Comércio significa a troca de valores ou de produtos, visando ao lucro” (CHIAVENATO, 2005, p. 08). Assim existe a relação de consumo, onde há produção de bens e serviços que são absorvidos pelos consumidores conforme afirma LAS CASAS:

Para que exista troca, certas condições devem ser satisfeitas. Em primeiro lugar devem existir pessoas com vontade de negociar, sendo necessário que tal relação seja benéfica para as partes envolvidas. De uma parte exige-se poder aquisitivo e autoridade para comprar e, de outra produtos ou serviços. Cada parte, porém, é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. (2006, p.16).

Portanto a atividade comercial abrange quem oferece e quem quer obter produtos que satisfaçam suas necessidades. São o lado produtivo e o lado comercial. “Vender é desempenhar atividades de negócios que orientem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário.” (BÁRBARA E SIMÕES, 1975, p 39).

A humanidade hoje é uma aldeia global.Troca de bens, serviços, dinheiro e idéias, são feitas constantemente. A história antiga, onde o comércio existia apenas nas vilas, feudos ou cidades alcançou proporções maiores. Vive-se na atualidade a fase da economia global, onde o comércio determina o crescimento mundial.

CAPÍTULO II

FORMAS DE VENDAS

O item essencial da economia encontra-se na atividade empresarial, podendo também ser denominado comercial, realizado através

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