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A Inércia Do Estado Bloqueando Pelo Medo A Sociedade

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Por:   •  18/5/2014  •  778 Palavras (4 Páginas)  •  287 Visualizações

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“A inércia do Estado bloqueando pelo medo a sociedade.”

Valéria Grossio de Oliveira.

O documentário “Notícias de uma guerra particular” retrata a vida nas comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro, na década de 90, sob a ótica dos policiais, traficantes e moradores que todos os dias se veem no meio de um fogo cruzado, uma verdadeira guerra travada entre a polícia e os traficantes, que a cada baixa ocorrida, acirra ainda mais os ânimos e o medo habita por toda a parte.

A polícia, representante do Estado, único órgão do governo a entrar nas comunidades onde há tráfico de drogas, que deveria garantir os direitos dos cidadãos de forma que todos tivessem a sua cidadania assegurada, é corrupta e se faz valer de interesses próprios, não levando em consideração nem mesmo o direito à vida, já que os demais direitos como liberdade, igualdade, oportunidades são verdadeiras utopias nessa esfera da nossa sociedade.

Do outro lado estão os traficantes, organizados em um poder paralelo, cumprindo dentro das comunidades carentes o papel que o Estado deveria cumprir, assistindo a população em suas necessidades emergenciais, como um remédio, um botijão de gás, um alimento e até mesmo cigarro, atendendo o morador no momento da necessidade, mas que em contrapartida, cobra fidelidade e apoio para garantir seu comércio de drogas. O não cumprimento das regras do tráfico são punidas com crueldade para que sirva de exemplo para os demais. É um toma lá dá cá. O traficante “ajuda” em benefício próprio e não efetivamente para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, embora o discurso seja esse.Por último, o morador, que se vê oprimido de um lado por uma polícia corrupta e sem escrúpulos e por outro pelos traficantes que se impõe pela força, fazendo com que o morador não tenha voz, que o medo impere cada vez mais. É uma parcela da população totalmente excluída e marginalizada, que não tem direito a educação, saúde, saneamento básico, que vive dos restos de uma parcela da sociedade inclusa e bem sucedida, que tem um poder aquisitivo que faz com que o Estado a reconheça como cidadãos.

E é aí que começa o processo de recrutamento para soldados do tráfico de drogas. Esse jovem chega à adolescência, passando por uma infância de privações, sem inclusão social, sem educação, sem cultura, em um ambiente de opressão, intimidação e principalmente sem perspectivas e é nesse momento que aparece a “solução” para todos os seus problemas. O traficante lhe oferece uma oportunidade de mudança radical, de miseráveis passam a andar com roupas e tênis de “marca”, não passarão mais necessidade e terão o poder e respeito na hierarquia do tráfico, e pela primeira vez esse jovem experimenta a inclusão, mesmo que sendo no tráfico de drogas. Nem mesmo os riscos eminentes fazem esses jovens desistirem, pois antes do tráfico eles não tinham perspectivas, então se tornam verdadeiros suicidas, pois para eles pior que perder a vida seria voltar a viver como antes de ingressarem no tráfico. As famílias desses jovens não tem muito o que fazer para impedir, porquê além de não ter um apoio efetivo do Estado, ainda temem por sofrer represálias por parte dos traficantes.

Um ciclo vicioso se inicia todos os dias na cidade

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