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A Origem do Sexo

Por:   •  14/5/2019  •  Resenha  •  1.075 Palavras (5 Páginas)  •  149 Visualizações

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História Contemporânea

UFRJ

Annelise Munksgaard

P1

As Origens do sexo (capítulo 5)

  • Século XVIII;
  • Modificação da visão em relação à prostituição (eram vistas como algo ruim da sociedade e recebiam punições severas; influência da Bíblia);
  • Meados do século XVIII, prostitutas eram tratadas com mais compaixão e representavam a natureza da masculinidade e feminilidade na sociedade ocidental;
  • O resgate e a reabilitação das prostitutas tornou-se uma das grandes preocupações sociais;
  •  Prostituta passa a ser aceita e tolerada, baseada na ideia de que eram vítimas de sedução e abandono;
  • A noção de que as prostitutas deveriam ser punidas foi suplantada pelo princípio de que a prostituição não era legalmente punível;
  • Ideia básica de que a prostituição era um mal necessário surgiu com o catolicismo medieval;
  • O fim da punição se deu pela fascinação pela penitência (retratada por imagens de Maria Madalena), além da percepção da ineficácia da punição;
  • Visão tradicional: o castigo era a melhor forma de incentivar os pecadores sexuais a se reformarem;
  • Visão tradicional cai em decadência pois percebe-se que esse tipo de punição só evita o mal durante o tempo em que opera, raras vezes produziu uma reformação e é substituída pela ideia de “reabilitação” das mesmas através de orações e catecismos;
  • Ganha força, popularidade e sensibilidade a ideia de “transformar mulheres ruins em boas” através de uma instituição de caridade para prostitutas penitentes, principalmente na Inglaterra;
  • O sucesso das instituições de caridade para prostitutas exemplificou uma mudança profunda e duradoura no tratamento da imoralidade sexual;
  • Há um grande destaque das organizações não governamentais, colocando de lado o papel da Igreja e do estado na punição das prostitutas;
  • Políticas públicas assumem que as mulheres não são totalmente responsáveis por sua conduta sexual, precisando assim ser resgatadas de circunstâncias que estavam acima de seu controle;
  • Filantropia pretendia trazer 3 tipos de benefício: espiritual, demográfico e econômico, tendo como principal objetivo resgatar pecadores da perdição;
  • Nas casas penitenciárias o regime espiritual que prostitutas penitentes eram submetidas pretendia colocá-las num estado apropriado de prontidão para o paraíso;
  • “Para facilitar sua recuperação e renascimento, dava-se preferência a candidatas mais novas e maleáveis, e não se poupavam esforços para obliterar o passado. Uma mulher podia adotar um novo nome. Ninguém tinha permissão de investigar  seu histórico. O contato com o mundo exterior era minimizado. Por meio destes métodos, pretendia-se limpar a reputação e reformar o caráter de cada penitente.”
  • Fim do ócio e do vicio, dando lugar a hábitos de disciplina e sobriedade;
  • “Reeducar prostitutas deste modo possibilitava sua reabilitação no mundo, restaurando-lhes a saúde e a virtude, e curando para sempre sua “doença da mente”.
  • Tinha como objetivo preparar o caminho para seu retorno a uma família, a instituição que melhor garantia a harmonia pública e privada. Restaurar o tecido da vida doméstica era uma preocupação central dos dirigentes da entidade, que dedicavam um tempo e um esforço consideráveis à reconciliação das penitentes com seus pais e amigos.
  • Havia uma perspectiva de estimular o casamento e a fertilidade;
  • “Uma vida honesta estava ao alcance de qualquer homem ou mulher que assim desejasse, e que a pobreza era uma consequência, jamais uma causa, da prostituição.” Com o passar do tempo este conceito foi mudando e começou a ser entendido que na verdade as deficiências de emprego que eram uma das principais causas da prostituição.
  • Sua finalidade principal era a doutrinação religiosa ininterrupta, através de um completo isolamento do mundo, leituras e aulas particulares, rituais coletivos e uma rígida rotina diária. Todos os dias, e ainda mais intensamente aos domingos, havia várias horas de “devoção e meditação individual” obrigatória, orações regulares, e um culto numa capela. Duas vezes por semana elas assistiam a palestras formais sobre os princípios básicos do cristianismo, e todas eram submetidas a um exame público sobre o assunto. Mau comportamento levava a expulsão.
  • O regime todo lembra o de uma seita religiosa, empenhada em fazer uma lavagem cerebral em seus membros durante meses de cativeiro.
  • Havia uma contradição muito grande pois ao mesmo tempo que a propaganda não cessava de enfatizar que a mulher era inocente e não tinha culpa de sua condição degradante como prostituta, nas casas de madalenas eram submetidas a noção mais profunda de que eram corrompidas, depravadas, além do sentimento de  culpa para que pudessem se arrepender a nascer novamente como cristãs
  • Além da doutrinação religiosa, a principal meta da vida dentro da instituição era trabalhar o mais duro possível.
  • Algumas tinham sorte, realmente conseguiam ter uma vida digna, trabalho e casamento mas mesmo entre aquelas que chegavam ao fim da estadia e partiam com mérito, muitas tinham um futuro incerto diante de si. Era difícil arranjar um emprego seguro, principalmente para uma mulher suspeita. Por isso, muitas recaíam no pecado e retornavam à prostituição.
  • Em seu lugar surgia agora, do desejo de entender a prostituição em termos sociais e científicos, uma visão muito mais determinista e perniciosa. Num nível superficial, ela proclamava a inocência de mulheres aprisionadas por forças que estavam além de seu controle. Na prática, no entanto, ela tornava muito mais categórica a crença de que a virtude e a moralidade não eram nem qualidades humanas inatas nem exclusivamente produto da escolha individual, mas sim atributos intimamente ligados à condição social.
  • Mesmo enquanto o movimento para o resgate de mulheres decaídas se expandia, havia na verdade um crescente pessimismo em relação à escala cada vez maior do problema, e à possibilidade de reabilitar de fato as prostitutas comuns.
  • a preocupação predominante era simplesmente tirá-las das ruas.
  • Em lugar da reabilitação, os abrigos, portanto, estavam cada vez mais focados no “acolhimento e quarentena” de mulheres decaídas, tanto para proteger a sociedade quanto para o próprio benefício delas.
  • Embora tivesse começado como alternativa à punição, a filantropia institucional assim transformou-se cada vez mais num meio de disciplinar a sexualidade das classes mais baixas.
  • Começa-se a aceitar que as causas fundamentais do comércio sexual eram circunstâncias sociais e econômicas, e não questões de caráter pessoal. Por sua vez, as feministas viam a prostituição como emblema de todas as injustiças mais profundas de uma sociedade dominada por homens.
  • No começo do século xx, o escopo das campanhas de resgate sexual havia se estendido para o mundo inteiro. A noção de que a prostituição, em sua maior parte, é em última instância involuntária tornou-se corriqueira no pensamento ocidental moderno, assim como a base da legislação e da política social.

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