A UTILIZAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE OTIMIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NAS ORGANIZAÇÕES

A UTILIZAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE OTIMIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NAS ORGANIZAÇÕES.

¹Cristine Sousa Barros – UCFG

RESUMO

A contabilidade ambiental surge como um fator quase que decisivo no desenvolvimento das organizações que trabalham com suas informações. Para adquirir um objetivo satisfatório, faz-se necessário que novos demonstrativos como o balanço social seja inserido nas organizações, pois os mesmos detêm de um apanhado de informação que vai além da parte financeiro. Por meio de uma pesquisa qualitativa, indutiva e descritiva, procura-se evidenciar a forma que as organizações desenvolvem as suas informações; a pesquisa analisa e observa quais as melhorias que a utilização do balanço social traz as organizações. Com os resultados que foram evidenciados na pesquisa, foi possível sugerir possíveis métodos mais estruturados, o que traria um maior alcance das informações contábeis não apenas atreladas ao econômico e também cumprindo algumas expectativas sustentáveis que o mercado necessita. Outro apontamento do trabalho foi evidenciado que a utilização da contabilidade ambiental e do balanço social ainda vem sendo desenvolvido dentro das organizações a passos lentos, mas que os mesmos contribuem significativamente para as novas perspectivas de mercado.

Palavras-chave: contabilidade ambiental, balanço social, informação contábil.

1 – INTRODUÇÃO

A utilização da Contabilidade Ambiental torna-se cada vez mais importante nas organizações, devido a grande preocupação em que todo globo terrestre está envolvido, a preservação do meio ambiente e continuação, em níveis de vida adequados, para toda população.

Dessa forma, um dos métodos de informação utilizado é o Balanço Social que, segundo Kroetz (2000) e Tinoco (2001), é um instrumento de evidenciação da responsabilidade social das entidades, ou seja, é a demonstração da interação da empresa com todos os que a cercam ou que contribuem para sua existência, como o meio ambiente, a comunidade no qual a empresa está situada e os funcionários que fazem parte dela. Conforme disposição expressa dos autores supracitados percebe-se que a contabilidade deixa de ter uma preocupação apenas econômica e passa a ser envolvida pelo elo sustentável (social, ambiental e econômico).

Foi utilizada para este estudo a análise de várias bibliografias da área e explanados autores como: Ribeiro, Tinoco, Torres, Baldo, Ferreira Kroetz, dentre outros de suma importância para desenvolver este trabalho.

O trabalho está dividido em quatro capítulos, a seguir, respectivamente: introdução, fundamentação teórica, considerações finais e as referências.

As organizações começam a traçar perfis que sejam adequados as novas linhas de mercado, com uma grande preocupação sustentável, na qual todas as suas causas devem estar voltadas para o foco ambiental e que todas as suas atitudes não degradem o ambiente e tragam benefícios em suas informações ao mesmo tempo.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - Um breve histórico da contabilidade ambiental.

A utilização da Contabilidade Ambiental como ramo da ciência contábil é recente, pois segundo Tinoco; Kraemer (2004) ela “passou a ter status de novo ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do Relatório financeiro e contábil sobre o passivo e custos ambientais” pelo Grupo de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas em Padrão Internacionais de Contabilidade e Relatórios.

A contabilidade surge como um dos principais instrumentos de informação para a gestão das empresas e não pode deixar de desenvolver métodos capazes de incorporar às suas demonstrações dados específicos sobre o meio ambiente, relativo tanto quanto a poluição quanto a despoluição. Principalmente devido ao postulado da Continuidade, que pressupõe a existência da entidade por prazo infinitivo, o que se adéqua perfeitamente a entidade maior, o nosso Planeta (FERREIRA, 2003).

Dessa forma, entende – se que a contabilidade, em contexto atual, requer dos seus profissionais uma atitude sustentável. Pois segundo Ribeiro (2000), o papel de contador no processo de sustentabilidade vai além e como os demais cidadãos e profissionais (engenheiros, economistas, advogados,médicos e outros),têm a responsabilidade de contribuir para solucionar problemas ambientais,que podem ser de 3 maneiras:(1)determinação dos custos (considerando em especial para os custos sociais);(2)serviço de gerencia e;(3)da informação.

Para Kroetz (2000), com a finalidade de mensurar os impactos recebidos e causados pela entidade em relação aos ambientes social e ecológico, se faz presente a Contabilidade, com sua cultura e tecnologia, oferecendo conjuntamente aos profissionais da área, um arsenal de informações capaz de gerar, demonstrar e analisar o perfil da responsabilidade social da entidade, através da demonstração principal de uma das ramificações da Ciência Contábil (Contabilidade Social): o Balanço Social. Então esse demonstrativo surge com o viés de mostrar que a contabilidade pode ser estendida as questões que causam preocupação atual.

2.2 - O Balanço Social

As discussões sobre responsabilidade social iniciou-se nos anos 60 nos EUA com o repúdio à guerra do Vietnã, onde, segundo pesquisas (TINOCO, 2001) a população começou a boicotar produtos fabricados por empresas que apoiavam o conflito, exigindo que as mesmas passassem a prestar contas de suas ações sociais através de relatórios.

No Brasil, se conhece como primeiro Balanço Social o que foi publicado pela Nitrofértil, estatal baiana pertencente à Petrobrás, em 1984, seguido pelo do Sistema Telebrás e, posteriormente, pelo do Banco do Estado de São Paulo – Banespa, sendo essas empresas consideradas precursoras na área.

A partir desse momento as organizações começam a ter uma grande visão dos seus usuários externos e trazem isso para o próprio âmbito organizacional. Pois segundo Baldo (2002), a responsabilidade social das empresas ocorre da seguinte forma: “se a empresa obtém recursos da sociedade, é seu dever restituí-los não apenas sob a forma de produtos e serviços comercializados, mas, principalmente, através de ações sociais voltadas para a solução dos problemas sociais que afligem a sociedade”. E