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Democracia e terror

Por:   •  21/6/2016  •  Relatório de pesquisa  •  1.472 Palavras (6 Páginas)  •  251 Visualizações

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O debate do dia 31/03 se iniciou com a apresentação do artigo “O islamismo como ideologia política de caráter secular”, de Felipe Pathé Duarte. O texto trata do islamismo e como ele funciona, mencionando-o como um movimento político e social, mas também como uma ideologia utilizada para justificar os conflitos decorrentes da luta pelo poder. No debate foram apresentadas diversas informações a respeito da cultura islâmica, de forma que ocorresse uma aproximação com essa realidade para que o assunto pudesse ser mais aprofundado. Foi falado sobre o hábito de assistência ao próximo quando este não tem condições de fazer a peregrinação à Meca; ato que deve ser realizado por um muçulmano ao menos uma vez na vida; também foram mencionadas as diferentes vertentes da ideologia islâmica (sunitas e xiitas), inclusive foram feitas comparações com religiões ocidentais para que a aproximação e capacidade de análise dentro do assunto fossem maiores.

Muito foi falado a respeito do terrorismo, mas sempre buscando enfatizar que não é algo hegemônico entre os seguidores do islamismo, e que não deve ser tratado de tal forma, apesar de atualmente ser um fato que influencia diversas formas de xenofobia ao redor do mundo todo. Os alunos, de modo geral, defenderam que o terror e a violência no oriente não devem ser vistos de forma estrutural pelo ocidente. O que levou a uma reflexão particular minha sobre o uso exagerado da generalização, e como isso afeta grande parte das pessoas de uma forma negativa, atrapalhando na hora de se abrir para absorver conhecimento a respeito de culturas, ideias, e até mesmo para conhecer pessoas novas, o que além de não acumular nada quanto ao campo do conhecimento, ainda pode levar a diversas formas de preconceito sem que ao menos se perceba.

Foi tema de debate também, o artigo “Surgimento e trajetória do Estado Islâmico”, escrito por Cláudio Júnior Damin. O texto aborda a formação e a organização complexa deste grupo cujo objetivo é construir um califado e expurgar os infiéis, ou seja, todos os que não cumprem com uma rígida interpretação da sharia, que é basicamente a lei islâmica. O ISIS surgiu em meio à rede Al-Qaeda após a deposição de Saddam Hussein, e tem uma enorme capacidade de recrutamento, principalmente tratando de jovens muçulmanos que vivem em zonas periféricas. Isso se deve a diversos motivos, entre eles foram debatidos em sala a busca por uma motivação por meio da religião, além de que o EI oferece pagamento mensal para seus combatentes e ajuda financeira quando casam, para que comecem uma família. A principal fonte de recursos do grupo foi posta como sendo a venda de petróleo, obras de arte e relíquias no mercado negro, além do recolhimento de impostos que é feito nas regiões que por ele são dominadas de certa forma.

Este grupo, em específico, conforme foi comentado em sala, tem como forte arma a mídia. O EI sabe como usá-la a seu favor de forma a causar mais repercussão dos ataques por ele feitos, e assim, espalhar o terror de forma mais ampla e eficaz. Foi dado como exemplo o ataque que o grupo fez a França no dia 13 de novembro de 2015, discutiu-se como essa facção tem plena noção e planejamento quando se fala em causar verdadeiros impactos, visto que, o ataque ocorreu em uma sexta-feira 13, dia com um significado simbólico para o ocidente, representando o dia do terror em aspectos ficcionais. Além disso o grupo realmente selecionou os locais dos ataques a dedo, levando em conta que ambos estavam sendo palco de eventos lotados e, inclusive, um dos locais estava sediando um jogo de futebol entre duas seleções, algo que atrai mídias de todas as partes do planeta, e com elas, milhões de espectadores. Portanto foi possível analisar e discutir como a própria imprensa acaba espalhando o medo, que é justamente um dos objetivos do ISIS.

Imprensa também fez parte do debate quando mencionado o texto “Globalização, democracia e terrorismo”, cujo autor é o historiador Eric Hobsbawm. Em seu texto, o autor cita que, justamente a imprensa é um dos fatores que enfraquece, de certa forma, o funcionamento da democracia como é posta em seu conceito mais “puro”. E isto se deve ao fato que a democracia é refém da opinião pública, e, como a imprensa é o que influencia as pessoas no momento de formar suas opiniões, ao menos grande parte delas, os Estados Nacionais acabam se tornando reféns também do que é apresentado pelas mídias. Parando para pensar nesta situação, me veio uma sensação paradoxal, pois assim como a imprensa tem o importante papel na democracia de noticiar os acontecimentos, ao menos em teoria, de forma imparcial, denunciando erros e acertos de governantes, ela também pode ser extremamente perigosa se for corrompida. Quando digo corrompida, quero dizer tanto no sentido de ser comprada pelos próprios representantes do povo para noticiar apenas o que lhes convém, quanto no sentido de ser parcial ao invés de apenas entregar a notícia ao público.

Ainda, é importante ressaltar que esta influência exercida pela mídia é de extrema importância, visto que, um Estado Nacional não consegue funcionar sem a participação e o apoio de grande parte da sua população. O que, segundo Hobsbawm cita em seu texto, é um dos pontos que, de certo modo, enfraquece a democracia atualmente em diversas localidades. Como exemplo, ele questiona a legitimidade democrática na eleição de autoridades, como o congresso dos Estados Unidos, que foi eleito por apenas um terço do eleitorado, diante à premissa de eleição popular como principal critério democrático. E também cita o caso da União Europeia, que não está tão sujeita à opinião pública, visto que, a participação popular nas eleições parlamentares da Europa foi de menos de 50%.

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