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Desenvolvimento Economico

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Por:   •  10/5/2014  •  2.230 Palavras (9 Páginas)  •  297 Visualizações

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O sistema capitalista desde 2008 está sofrendo sua maior crise desde 1929. Essa crise abalou e continua abalando os alicerces econômicos e sociais em todos os países, especialmente os do centro do capitalismo (Estados Unidos e Europa), cujas políticas econômicas se assentaram num sistema financeiro que, pela exacerbação da oferta de crédito, induziu as pessoas a gastarem muito acima dos rendimentos que auferiam. A expressão máxima disso se deu nos Estados Unidos com a eclosão da crise do subprime.

Esse excesso de gastos, sem lastro em ganho real, endividou por longo período a população desses países, que desde então, passou a consumir dentro dos limites de seus ganhos, deixando como rastro a paralisia do mercado interno com vasto contingente de desempregados e com crescimento da tensão social.

Os países emergentes acusaram o golpe pela retração das exportações aos países do centro do capitalismo, sendo mais afetados aqueles cuja exportação tem maior participação na sua produção.

Após o forte impacto na redução do crescimento ocorrida em 2009, os países conseguiram reagir em 2010, via políticas anticíclicas, com predominância na reativação do consumo, como no Brasil, ou em programas de investimentos feitos pelo governo, como no caso da China, ou ainda em injeções de liquidez para salvar o sistema financeiro e desvalorizar a moeda para ativar exportações, como nos Estados Unidos, países da Eurozona e Japão.

Após o suspiro no crescimento econômico de 2010 começaram a se fazer sentir as sequelas da crise de 2008, já no início de 2011, nos países da Eurozona, especialmente na Grécia, Irlanda, Portugal e, mais tarde Espanha e Itália. Esses países sofreram e, ainda sofrem, as fragilidades dos seus sistemas financeiros, cheio de créditos podres, compostos em sua maioria de títulos soberanos. O setor público atolado em dívidas e déficits fiscais elevados, foi obrigado a buscar socorro para tentar pagar os empréstimos.

O "socorro" a esses países veio da troika, formada pela Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu, que como exigência para a concessão de empréstimos, impôs uma severidade fiscal, baseada na demissão e rebaixamento salarial nos servidores públicos, e redução de benefícios ao sistema previdenciário, com elevação da idade mínima para a aposentadoria. Em reação a essas medidas, a população se mobilizou com greves e variadas formas de manifestação. A tensão social foi e é gerada especialmente pelo crescente e elevado nível de desemprego, que atinge especialmente os jovens. Metade deles não consegue emprego após se formarem.

Algumas análises com foco na globalização comercial atribuem outra explicação para a Eurozona não conseguir sair da crise. Além de déficits elevados nas contas públicas os países "socorridos" apresentam déficits em suas contas externas. Em outras palavras, gastam mais do que produzem. Isso ocorreria, segundo essas análises, pela falta de competitividade de suas empresas perante, especialmente o leste asiático, cujos produtos têm preços mais vantajosos por incorporar menos custos de mão de obra e de tributos do que em países da Eurozona.

A precarização da mão de obra e dos direitos sociais estaria na base da competitividade que está deslocando a produção local da Eurozona para o leste asiático.

Além dos impactos econômicos e sociais tem o desgaste político consequente aos governantes, vistos como responsáveis pelo arrocho na economia. A consequência política foi a derrota eleitoral de vários governos que adotaram a cartilha da troika.

O "socorro" da troika, ao invés de ajudar a solvência fiscal, acabou por agravá-la, pois a redução imposta nas despesas públicas foi inferior à perda de arrecadação devida à retração econômica causada por essa política.

Fato é que vai ficando cada vez mais claro que o alívio financeiro proporcionado pela troika é apenas um paliativo que adia uma solução real dos problemas, continuando e crescendo a insatisfação popular de forma generalizada em todo o continente europeu.

Na base das dificuldades na busca de uma solução duradoura está a oposição do governo alemão a qualquer forma de redução das exigências fiscais feitas pela troika e a concessão de maiores recursos aos governos endividados.

No caso dos Estados Unidos, que ainda esboça alguma reação à crise, o fator político pela disputa presidencial tem colocado uma pedra no sapato nas finanças públicas fortemente endividada e com déficits preocupantes. Tentativas do presidente Obama de tentar descarregar parte do ônus fiscal sobre as camadas mais ricas não consegue progredir face à forte resistência do partido republicano, que quer a redução das despesas do Estado, especialmente aquelas que se dirigem às camadas de menor renda.

2. Impacto no Brasil - O principal impacto foi no comércio exterior. Ficou mais difícil exportar devido ao acirramento da concorrência internacional, que passou a ter uma superoferta de produtos face a uma demanda fragilizada nos Estados Unidos e Europa, responsáveis por mais da metade do consumo mundial.

Assim, a crise de 2008 foi enfrentada pelo governo através de políticas voltadas ao fortalecimento do mercado interno via estímulos ao consumo, pela expansão do crédito das instituições oficiais (Banco do Brasil, Caixa e BNDES) e, também, desonerações tributárias ao setor privado para enfrentar a concorrência externa. Em relação ao estímulo ao consumo merece destaque a política adotada de correção do salário mínimo pelo índice de evolução da economia com referência no resultado de dois anos atrás.

Essas medidas conseguiram recuperar a economia que se expandiu 7,5% em 2010, ou seja, apenas parte da perda ocorrida em 2009 de 0,3%, pois no biênio 2009/2010 o crescimento econômico médio anual foi de 3,5%, abaixo da tendência que ocorreu nos cinco anos (2004/2008) que antecederam a crise, de 4,8%.

Essa perda de dinamismo não foi suficiente para fazer o governo continuar políticas de crescimento econômico. Prevaleceu no governo o diagnóstico do mercado financeiro de que o crescimento de 7,5% registrado em 2010 iria causar inflação, devendo o Banco Central elevar a Selic para conter o que consideravam crescimento acima do potencial de crescimento (máximo crescimento para não gerar inflação), estimado em 4% a 5% (?). Assim, o governo elevou a Selic a partir de maio de 2010, passando de 8,75% até 10,75% em dezembro de 2010, com forte pressão do mercado financeiro, que queria nível bem superior.

Outro fato

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