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Economia Do Brasil

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Por:   •  24/3/2015  •  727 Palavras (3 Páginas)  •  179 Visualizações

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Herança maldita

"Ganhe quem ganhar a eleição, em 2015 o crescimento será ainda muito baixo e talvez até negativo"

Todo fim de ano publico um artigo sobre as perspectivas econômicas para o ano seguinte. Nos últimos quatro anos, previ que o crescimento econômico decepcionaria. Infelizmente, nos três anos que já se passaram, essas previsões se concretizaram. Em 2014, não é preciso nem esperar o fim do ano. Terminado o primeiro trimestre, já há elementos suficientes para afirmar que haverá mais decepção em 2015.

Dois fatores que permitiram que o Brasil avançasse 2,5 vezes mais rápido entre 2004 e 2010 do que antes se esgotaram: incorporação de mão de obra e maior utilização da infraestrutura já existente. Desde 2003, quase 20 milhões de brasileiros sem emprego passaram a trabalhar. O desemprego caiu de 12% para 5%.

Quanto à infraestrutura, dificuldades financeiras e operacionais no setor público e problemas regulatórios impediram um crescimento dos investimentos na magnitude necessária, criando um apertado gargalo para o desenvolvimento. Só poderíamos crescer como antes acelerando a produtividade, o que exigiria trabalhadores mais bem preparados e equipados. Como não investimos o bastante em educação e treinamento, nem em máquinas, a taxa média anual de expansão do PIB desde 2011 caiu para apenas 2% e em 2014 continuará nesse ritmo. Pior, há razões para crer que o crescimento vá desacelerar em 2015.

Não apenas crescemos pouco, mas bagunçamos a casa. Piorou o desempenho das contas externas e das contas públicas e a inflação subiu. Cedo ou tarde, esses desequilíbrios terão de ser corrigidos. Enquanto os ajustes forem feitos, provavelmente em 2015, nossa economia crescerá ainda menos. Para limitar a deterioração da balança comercial e tentar proteger nossa indústria dos importados, o governo desvalorizou o real, aumentou impostos sobre produtos estrangeiros, compras no Exterior e em sites de importados. Isso permitiu que a indústria nacional elevasse preços e recompusesse suas margens. Às altas de preços dos produtos industrializados somaram-se fortes elevações dos preços dos serviços, mantendo a inflação acima da meta de 4,5% ao ano desde 2009.

A inflação não está apenas elevada, está grávida. O dragãozinho dos preços controlados pelo governo nasce após as eleições. Há mais de um ano, os preços de ônibus, metrô, gasolina, energia elétrica e outros têm sido represados para conter a inflação e as manifestações de rua. Esses preços terão de ser realinhados para evitar o colapso dos serviços e das contas públicas. Só a diferença entre o preço internacional do petróleo e os preços nacionais de seus derivados custa à Petrobras mais de R$ 40 bilhões anuais. A utilização de usinas termoelétricas para geração de energia elétrica custará de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões só neste ano, e mais ainda em 2015. A renúncia fiscal com a desoneração de salários custará mais R$ 24 bilhões só em 2014. O ajuste das contas públicas é inevitável. Ele virá através de elevação de preços, corte de gastos do governo ou aumento de impostos, provavelmente os três. Os reajustes pressionarão a inflação, forçando o BC a aumentar ainda mais os juros, que já estão no nível mais alto desde

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