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Fundamentos Sociológicos Unidade I - A Modernidade

Por:   •  21/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.121 Palavras (5 Páginas)  •  179 Visualizações

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Fundamentos Sociológicos       Unidade I - A Modernidade

Nome: Bianca Ferrari

Data de entrega: 10/09/2018

Para Berman, a modernidade é um conjunto de “experiências de tempo e espaço, de si mesmo e dos outros, das possibilidades e perigos da vida – que é compartilhada por homens e mulheres em todo o mundo.” É uma unidade paradoxal, em que ao mesmo tempo que pode trazer a mudança e a inovação, pode destruir e retroceder, por isso é um “turbilhão”, que traz consigo muitas informações, grandes descobertas na ciência, a industrialização, a explosão demográfica, os avanços tecnológicos e etc, em que tudo é passível de mudança. Inicia-se com as grandes mudanças nos modos de produção arcaicos do século XVI até o século XVIII, que acarretam com a Revolução Industrial juntamente com o advento do capitalismo, em sua segunda fase apresenta a onda revolucionária de 1790, a Revolução Francesa, uma revolução social que cria um novo público do mundo, em busca de novos direitos – liberdade, igualdade e fraternidade. No século XX há uma expansão do processo de modernização, que vivemos até hoje, com os avanços tecnológicos e o mundo virtual.

O processo de modernização foi acompanhado por muitos autores do século XIX, dando destaque a Nietzsche e Marx. Marx chamou as revoluções de “incidentes desprezíveis”, onde a humanidade teve acesso a ciência e a tecnologia de uma forma que nunca teve antes, no entanto, se via diante de uma enorme decadência em que as máquinas que deveriam ajudar o homem apenas o escravizaram: “na mesma instância em que a humanidade domina a natureza, o homem parece escravizar-se a outros homens ou à sua própria infâmia”; levando assim a humanidade ao nível da materialidade e da ambiguidade do mundo moderno, em que o que pode parecer bom, no final pode ser ruim, “tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado”. Já para Nietzsche a humanidade se vê “em meio a uma enorme ausência e vazio de valores, mas, ao mesmo tempo, em meio a uma desconcertante abundância de possibilidades”, que reflete na nossa sociedade até hoje, em que vivemos diante um turbilhão de acontecimentos e descobertas e não sabemos ao certo o que fazer com elas, cria-se então o niilismo – uma grande desconstrução da verdade, que resulta no fim as crenças.

O filme “Daens: um grito de justiça” evidencia diversos aspectos da modernidade (segunda metade do século XIX). A trama que se passa em Aalast, na Bélgica, pós revolução industrial, demonstra a vida dos operários e as dificuldades diárias com sua situação de trabalho em contrapartida com a vida da aristocracia que visa apenas o lucro e não o bem-estar dessa parcela da população. O longa dá destaque ao sistema capitalista e ao seu modo de produção, que na época, sem nenhuma regulamentação trabalhista, homens, mulheres e crianças trabalhavam incansavelmente diante de máquinas, em ambientes insalubres e correndo risco de vida por salários tão baixos que não eram o suficiente para seu próprio sustento. Em uma passagem, aristocratas discutem sobre a competição entre os mercados e que para conseguirem equiparar-se com outros deveriam abaixar ainda mais o salário dos operários - que já não recebiam quase nada - o que parece ser uma ideia absurda passa por quase todos os homens da sala como algo a ser considerado. Pode-se concluir então que a humanidade desses trabalhadores é esvaziada e tornam-se pura mercadoria, aplica-se o conceito de reificação de Marx em que não há mais relações humanas e sim de troca (fetichismo da mercadoria).

Assim como Engels analisa em “As grandes cidades”, o filme retrata as condições de habitação dos operários como precárias e praticamente inabitáveis: minúsculas casas com muito mais moradores do que de fato o local suportaria, as ruas são sujas pois é onde todos os lixos são descartados, incluindo dejetos e cadáveres, quando a família não tem dinheiro para enterrá-los. Esse ambiente hostil é também um grande proliferador de doenças que, pela falta de saneamento possui as condições perfeitas para uma nova epidemia. No entanto, esse show de horror é vivido apenas pelos pobres, enquanto essa realidade é mascarada da cidade em que os aristocratas vivem, sendo essas moradias afastadas das largas avenidas com comércio luxuoso e mansões que caberiam uma comunidade inteira e vivem nela apenas uma família. Infelizmente, essa realidade não foi vivida apenas no século XIX, hoje a situação continua a mesma no Brasil e suas periferias. Existe o conhecimento da pobreza, porém como alega Simmel em “A metrópole e a vida mental” a atitude blasé é praticada pelo homem e a situação que não o atinge, torna-se indiferente e a indiferença praticada pela população marginaliza ainda mais as periferias do Brasil a fora. Essa atitude de indiferença afeta também nas relações sociais, em que as classes não se misturam e, portanto, não existe uma relação entre o operário e o aristocrata além do trabalho.

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