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O Meio Ambiente e Sustentabilidade

Por:   •  10/9/2017  •  Resenha  •  1.256 Palavras (6 Páginas)  •  235 Visualizações

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"Qual a importância do estudo das Teorias de RI para a discussão do Meio Ambiente e da Sustentabilidade?"

        Atualmente é mais comum falar de energias renováveis e não renováveis e as implicações que isso tem na política internacional e também a utilização desenfreada dessas energias. No primeiro capitulo do texto Energia e Relações Internacionais de Igor Fuser ele diferencia o que seria energias não-renováveis (energia de estoque) e energia renováveis (energia de fluxo). A primeira é basicamente o que representa a matriz energética global, amplamente utilizada na atualidade como fonte de energia, incluindo nessa denominação as energias de origem fóssil, surgindo por meio da decomposição de seres vivos, temos como exemplo o carvão, petróleo e o gás natural, assim como a energia nuclear que é obtida por meio do urânio extraído da terra. Já a segunda tem origem do sol, sendo assim sua produção é contínua, sem a necessidade de ter um estoque que vai diminuindo conforme o uso. Exemplos desse tipo de energia contínua são as hidrelétricas, que obtém sua energia da força das águas e tendo como principal fonte as chuvas, seu único problema é que esse tipo de energia fica concentrado em países onde a abundância de rios são grandes, como o Brasil e China. Energia eólica também é um exemplo de energia renovável, sendo que sua fonte de energia é a força dos ventos, porém essa energia também fica restrita apenas alguns países.

        Infelizmente as energias renováveis não estão disponíveis para toda a população mundial, então grande parte dos países tem nas energias não-renováveis sua principal fonte de energia. Pode-se dizer que a revolução industrial foi a grande propulsora da utilização das energias de estoque, sendo que com o surgimento das indústrias e com o advento da energia elétrica por meio da utilização de petróleo e carvão, as indústrias poderiam trabalhar 24 horas do seu dia sem interrupção, já que hidrelétricas não são uma opção na Europa e energia solar limitaria a produção. Tudo isso desencadeou o surgimento do motor elétrico, a iluminação das cidades à noite e a invenção dos motores por combustão interna, fazendo com que tudo isso desencadeasse uso flexível da energia nos processos econômicos  e na individualização da vida social em um grau nunca visto na história da humanidade.

        O Estados de modo em geral tem no petróleo sua principal preocupação tanto em questão de segurança como de defesa nacional. O Choque do Petróleo ocorrido em 1973 fez com que os países consumidores de petróleo adotassem políticas de segurança energética, de um lado procuram medidas para o aumento da eficiência energética, buscando fontes alternativas de energia e de fornecedores situados fora da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) e do outro lado uma maior presença militar dos Estados Unidos no Oriente Médio e Norte da África, onde se localizam 60% das reservas conhecidas do petróleo. Com isso, os recursos energéticos são fonte de forte negociação internacional, seu comércio envolve forte negociação e articulação de interesse, tanto dos Estados quanto das empresas, que obtém grandes lucros na sua produção, refino, distribuição e venda.

        As discussões sobre este tema leva cada vez mais estudantes e teóricos de Relações Internacionais a escrever sobre como as energias podem influenciar a política internacional. O realismo tenta explicar como os recursos naturais são necessário para a produção industrial e principalmente na produção do aparato militar. Na visão de Morgenthau, na guerra o importante é a eficácia do material bélico, cuja fabricação e funcionamento dependem de determinadas matérias-primas. Robert Gilplin, outro realista, aponta que a escassez de recursos faz com que diminua o crescimento econômico, incentivando o Estado a expandir seu controle territorial, político ou econômico sobre o Sistema Internacional, utilizando o uso da força para apoderação de recursos escassos. Infelizmente a teoria realista está totalmente focada nos países desenvolvidos, esquecendo que grande parte dos recursos energéticos se encontram em países ''periféricos'' ou ''em desenvolvimento'', esquecendo assim dos atores chave na disputa internacional por matérias primas.

        O institucionalismo liberal acredita que a cooperação tomará o lugar do conflito como marca do sistema internacional e que a interdependência econômica é capaz de dar a resposta aos conflitos como por exemplo a redução dos estoques disponíveis dos recursos energéticos. Keohane e Nye mostram que a interdependência pode ser fonte de conflito e um recurso de poder, sendo que os Estados procuram se precaver diante das incertezas geradas dependência externa e todo o esforço gerado para manter o controle os fatores que condicionam o desempenho econômico pode levar a situação de tensão e conflito. Essa teoria aborda apenas do ponto de vista dos países rico como os EUA e ignoram as preferências dos Estados e dos atores sociais dos países periféricos que são produtoras de matérias-primas energéticas.  

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