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Por:   •  2/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.747 Palavras (11 Páginas)  •  195 Visualizações

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1 Introdução

A história nos prova que o valor do indivíduo depende do lugar onde se encontra. No Brasil, o acesso a bens e serviços essenciais, públicos e até mesmo privados é tão diferencial e contrastante, que uma grande maioria dos brasileiros acaba privada de bens, serviços e benefícios. A sociedade é constituída por diferenças formadas pela ordem das carências acumuladas no correr dos anos atravessando as dimensões da vida social, sendo que os movimentos sociais sempre tiveram destaque dentro do contexto histórico. Para tanto, torna-se necessário uma análise sobre a questão social no atual contexto, buscando analisar o verdadeiro papel do Estado tendo como objeto de estudo a Organização Tatu, uma empresa de médio porte no setor de telecomunicações e suas “ações sociais” junto aos colaboradores, visto que as organizações privadas passaram a praticar ações antes de responsabilidade estatal assumindo uma grande parte das funções de responsabilidade do setor público.

2 Justificativa

Historicamente, a questão social foi tratada sob o ângulo do poder, vista como uma ameaça que a luta de classes representava à ordem instituída. Neste processo, o regime capitalista de produção foi tanto um processo das condições materiais da vida humana, quanto um processo que se desenvolve sob relações sociais, históricos e econômicos. Neste estudo, busca-se apresentar uma análise sobre a questão social que em seu conceito originário é considerada como função do Estado e hoje, integra-se às organizações privadas, realizando uma análise sobre o pensamento capitalista, Estado liberal, comunicação e questão social. Portanto, busca-se verificar a relação entre os estudos, as modificações na sociedade, o papel do Estado e das empresas privadas na sociedade, visto que as ações ou falta das mesmas possuem influência na sociedade atual e futura, pois ao longo dos anos as modificações advindas do novo sistema poderão resultar em conseqüências na sociedade, afetando indivíduos, organizações e Estado.

3 Fundamentação teórica

É fato conhecido que a questão social tem a ver com a emergência das classes operárias e seu ingresso no cenário político, por meio das lutas desencadeadas em prol dos direitos atinentes ao trabalho, exigindo seu reconhecimento como classe, dando origem a uma ampla esfera de direitos sociais públicos atinentes ao trabalho. Neste contexto Melo cita que: [...] a arbitragem dos conflitos na esfera de política social fica a cargo da burocracia pública e os estudos exploram a relação entre o corporativismo e política social concluindo que a política social sanciona desigualdades entre os grupos ocupacionais e produz estratificação (Melo, 1999, p.76).

Portanto, a questão social permeia todo o processo evolutivo da sociedade. Melo (1999, p.60) enfatiza que “a história do pensamento político brasileiro, neste século se confunde, em larga medida com a historia de uma reflexão sobre o Estado Nacional”, visto que o processo de construção do estado brasileiro converge para a questão do papel do Estado. Isto é, os primeiros estudos sobre o estado brasileiro foram até então tratado de forma generalista e agora está dando “[...] lugar a uma produção mais empírica que se recusa a tematizar o papel do Estado de forma globalizante, passando a discutir uma política ou parte dela” (Melo, 1999, p.61), sendo que, paralelo às novas teorias tem-se o avanço da produção e da organização social capitalista que vêm acompanhados por questões sociais complexas e intensas. No Brasil, somente a partir dos anos 70 a questão social passou a merecer um destaque maior dentro do sistema capitalista, influenciando as ações das organizações e do Estado, sendo refletida também nos estudos, onde, de acordo com Melo a nova agenda de pesquisas reflete “a renovação importante ocorrida nos estudos sobre política social no final dos anos 70 e início dos anos 80 (...) as categorias centrais de análise são os processos de acumulação e legitimação” (Melo, 1999, 73).

De acordo com Cardoso (s/p), em sua primeira fase os trabalhos sobre a questão social eram baseados em idéias fundamentais, enfatizando a espontaneidade dos movimentos, visto ser uma inovação dentro do sistema, surgindo como um novo meio de participação até então oferecidos pelo Estado, associações e outros. Após os anos 80 cria-se uma nova relação entre os movimentos sociais os partidos políticos e as agências públicas, surgindo uma fase de ampliação do modo de gerir as áreas de políticas públicas com a aceitação e abertura de espaços novos onde os movimentos sociais passam a ter destaque, isto é, pode-se observar que, em um certo sentido, se “antes o objeto do “encantamento” da imaginação social brasileira era a ação estatal, nos anos 90, esse objeto passa a ser representado, de forma paulatina e ainda embrionária, pela sociedade civil” (Melo, 1999, p.82). Neste contexto tem-se o Estado liberal que não admite o conceito de acesso aos bens pelo simples fato de ser membro da sociedade e neste Estado há um alto grau de mercantilização dos bens.

Daí, segundo Laurell, a análise de política públicas no Brasil tem forte identidade anglo-saxônica, com ênfase para norte-americana. Entretanto, é importante destacar que a forma do Estado Liberal organizar a proteção social ocasiona vários efeitos, constituindo um mecanismo que condiciona a proteção social à contribuição social, provocando desigualdades sociais de consumo. Claro está que existem diferenças constitutivas dos Estados de uma nação para outra, sendo que as diferenças podem ir desde a conformação das instituições estatais, das ideologias, dos processos políticos até a estrutura de classe dos países desenvolvidos. Sendo que o estado liberal defende a reconstituição dos mercados (privatizações), a competição (eliminação de programas de benefícios) e o individualismo (descentralização). Neste cenário, as organizações privadas visualizaram mais do que uma oportunidade de projeção, mas também de dependência no meio onde está inserida, através da implantação de “programas sociais”, que reafirmam o pensamento do Estado liberal aumentando a dependência dos indivíduos dentro do sistema capitalista. Os conflitos de interesse são resolvidos através de mecanismos informais de arbitragem e negociação, numa prática que se combinam livremente a interpretação das leis produzindo uma legalidade informal. Parte desta relação pode-se verificar no pensamento de Engels, onde "nada se produz sem desígnio consciente, sem fim desejado", visto que nem sempre os indivíduos

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