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Planejamento Do Serviço Social

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Por:   •  22/9/2014  •  2.299 Palavras (10 Páginas)  •  844 Visualizações

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PLANEJAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL.

PLANEJAMENTO: UMA DISCIPLINA IMPRESCINDÍVEL A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL

Diego Joel Schuh[1]

O interesse pela discussão sobre a questão do Planejamento no Serviço Social iniciou-se por uma demanda criada e elaborada durante a realização do Estagio Supervisionado de Serviço Social III e IV, enquanto acadêmico de Serviço Social da Universidade de Santa Cruz do Sul.

Este trabalho faz parte de uma discussão mais ampla que esta sendo desenvolvida em nosso mestrado de Serviço Social na PUC/RS, acerca das possibilidade e limites da utilização do planejamento como um instrumento de trabalho do assistente social no exercício da gestão municipal da Política de Assistência Social.

Muito embora, não tenhamos iniciado a pesquisa empírica, em conversas formais e informais com alguns assistentes sociais, percebemos a dificuldade que o profissional de Serviço Social tem no sentido de proceder a um ordenamento seqüencial que seja reflexivo e flexível na composição do planejamento de sua intervenção, muito embora, tentam fazer o extraordinário[2] acontecer no Serviço Social.

Criam e recriam propostas de planejamento, que auxiliam na elaboração dos processos de trabalho no fazer profissional, ainda que sem embasamento metodológico específico, e muitas vezes sem a preocupação com critérios científicos, inclusive de avaliação.

Pretendemos com este trabalho demonstrar como se constituiu historicamente a inclusão desta disciplina como elemento constitutivo e imprescindível para a formação profissional, sendo que o mesmo é parte integrante da pesquisa realizada no segundo semestre de 2003, a fim de elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso e fundamenta-se do ponto de vista metodológico a partir da concepção de uma pesquisa qualitativa. Para a sua realização utilizamos como técnicas de pesquisa a revisão bibliográfica e a analise documental

Partimos da premissa que o planejamento é basicamente um processo de racionalidade e portanto “pressupõem seqüência no tempo, não se manifestando num dado momento, mas se realizando continuamente ao longo da história, atravessando estágios diversos”. (BARBOSA, 1980, p.19).

Neste sentido, o Serviço Social também vem se construindo continuamente ao longo da história. Surge a partir do movimento de caridade, ligado a Igreja Católica e hoje trabalha com a tensão entre capital e trabalho expressa, conforme IAMAMOTO (2000) pela questão social em suas diferentes formas de manifestação.

Quanto ao planejamento em Serviço Social, BARBOSA apresenta em seu trabalho, apontamentos históricos pertinentes a esta questão, diz ele: “o planejamento sempre esteve presente no Serviço Social, desde sua primeira sistematização em 1917 por Mary E. Richmond” (BARBOSA, 1980, p.121).

Embora germens da idéia de planificação já estivessem presentes desde a obra de Vives, ao qual deu ensejo ao primeiro plano de assistência social (...) todavia, somente com Richmond ganha postura sistemática, com metodologia que lhe garante a própria estruturação interna: estudar, diagnosticar e tratar socialmente. (BARBOSA, 1980 p.61).

Sendo assim a racionalidade como ”atributo essencial do processo de ação planejada do Serviço Social foi fator desencadeador para a conformação e o reconhecimento da profissão.” (BARBOSA, 1980, p.61).

BARTLETT apud BARBOSA apresenta a avaliação da prática quando diz,

(...) ser importante que o assistente social esteja em condições de proceder corretamente para: ‘(...) avaliar toda a série de situações que enfrenta, seja em relação aos indivíduos e as famílias, aos grupos de pessoas, aos serviços comunitários, ao desenvolvimento da comunidade, aos grandes programas governamentais, ou às questões de política social nacional’. (BARTLETT apud BARBOSA, 1980, p.74).

As primeiras publicações de Serviço Social apresentavam a expressão “plano de tratamento”, que correspondia àquilo que se constituiria no resultado da ação de planejar com o usuário o processo para a solução da questão que ora se apresentava. “Posteriormente, a palavra planejamento passa a ser usada de maneira generalizada, relacionada a toda ordenação lógica e racional das ações do Assistente Social.” (BARBOSA, 1980, p.13).

Justamente pelo Assistente Social desenvolver sua intervenção de forma planejada conjuntamente com o usuário, o planejamento se apresenta para o Serviço Social como um novo campo de debates e as discussões giram em torno da participação direta ou não do usuário nesse processo.

Aprofunda-se a práxis e reelaboram-se os conhecimentos, sempre numa perspectiva de intervenção planejada, ou pelo Assistente Social, ou com a participação direta e indireta do povo com o Assistente Social. (BARBOSA, 1998, p.14).

Sendo assim, planejar a ação como processo natural de ordenação, decisão e controle, passa a não suprir as demandas inerentes à profissão. “Surge a necessidade de utilizarmos o planejamento como processo e como método”. (BARBOSA, 1980).

Conforme BARBOSA (1980), podemos considerar que na fase anterior ao movimento de reconceituação[3] o planejamento delineava-se como um processo, caracterizado pela forma ordenada e racional de tomada de decisões.

Posteriormente, ou seja, a partir do movimento de reconceituação é que o planejamento passa a ser visualizado e adotado também como método e instrumento.

Inicia-se então o ensino da disciplina de Planejamento na formação do assistente social, variando sua inclusão nos currículos de país para país, conforme foi ocorrendo a preocupação de rever o próprio Serviço Social e a conseqüente instrumentalização de seus profissionais. (BARBOSA, 1980, p.121)

A questão do ensino do Planejamento em Serviço Social começa a ser discutida a partir de 1967, “[...] sendo que em 1980 esta disciplina não constava em todos os currículos”. (BARBOSA, 1980, p.14).

As discussões em torno da questão do planejamento no Serviço Social, segundo BARBOSA (1980), tiveram seu inicio marcado e relacionado ao Encontro de Araxá, ocorrido em 1967, que reconheceu o planejamento como nível de intervenção do Serviço Social.

Utilizando pesquisa realizada por SPOZATI, junto as escolas de Serviço Social no Brasil, BARBOSA (1980), apresenta uma reflexão sobre o ensino do planejamento.

Há uma certa tendência para instrumentalizar o futuro profissional de Serviço Social para a prática do planejamento, isto é, mais o planejamento como aplicação

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