Primavera Arabe

A temática apresentada no artigo, versa a respeito da problemática das revoluções que se instauraram em meio aos Estados árabes, com foco nos modelos de sistemas políticos que estariam por transformar-se, levando em consideração não tão somente seu poder de absorção societal (endógeno), mas também como os olhos internacionais do “quarto poder”, a mídia e seus expectadores.

Tratando de expectadores, entende-se que o autor dialoga diretamente com o lado ocidental do cenário internacional, uma vez que um dos pontos defendidos no artigo é o relativismo cultural, onde não existe um modelo correto a ser aplicado em todas as sociedades, logo, deveríamos analisar a problemática através de uma ótica como se fossemos um cidadão árabe.

Pode-se mencionar que às luzes da primavera árabe os principais atores do movimento foram os Estados orientais do Egito, Iêmen, Líbia e Bahren (Estados de cunho jurídico político nacional e com alcance internacional para o tema), onde se desencadeou a problematização citada; além é claro, da cobertura da mídia internacional para disseminação das informações, tais quais a BBC e CNN (a mídia é vista como o “quarto ator” do cenário internacional representado como transnacional). Foi posto também algumas emissoras locais que como elucidado pelo autor, não receberam muita credibilidade por falta de reconhecimento no cenário internacional, pois como mencionado no artigo, existe uma visão superior voltada para o ocidente, assim como os EUA(internacional) e a EU(supranacional).

É sabido que o grande fator para a eclosão das revoltas no ceio social, foi a discrepância econômica gerada entre as classes, onde independente da pessoa tentar elevar-se intelectualmente através dos estudos, a mesma somente conseguiria alcançar um emprego através de contatos e influencia política, nicho que concentra o poder econômico em suas mãos. Concomitante a essa situação que gerou a problemática estudada, o setor econômico entrou em precária situação, onde investimentos cairam, a diminuição do fluxo de ajuda externa também entrou em declínio, o turismo decaiu e a produção do petróleo declinou vertiginosamente, tendo em vista que a libia passou sua produção de milhares de barris por dia em 2010 para menos de um.

No tocante aos processos culturais, vê-se que o mundo ocidental posiciona-se contra a comunidade árabe, levando como argumento principal, os dogmas democráticos e humanos intrínsecos aos sociais do ocidente. Contudo, deve-se levar em consideração a argumentação do relativismo cultural, onde não há, por exemplo os direitos humanos universais, mas sim os universais humanos, tendo em vista que não é producente julgar como errôneo determinada cultura.

A posteriori do estudo apresentado, entende-se que o autor tentou transmitir uma posição neutra frente a problemática, disseminando o conhecimento por parte enfocada nos atores orientais e ocidentais, fundamentando sua ótica, como dito anteriormente, na tentativa de posicionarmos nos mesmos como um membro da comunidade árabe para melhor compreender o case, logo, entende-se que uma vez posto fatos de ambos os lados, abstendo-se de uma ideologia tendenciosa, torna-se crível os argumentos apresentados.

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