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Pós Modernismo nas RI

Por:   •  26/3/2017  •  Resenha  •  1.182 Palavras (5 Páginas)  •  384 Visualizações

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TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II
Discente: Gabriel Mantovani Covo
Enfoques postcoloniales en Relaciones Internacionales: un breve recorrido por sus debates y sus desarrollos teóricos – Fernando Galindo Rodríguez

Na introdução do artigo, o autor esclarece que a referência “enfoques” pós-coloniais no lugar de teorias” pós-coloniais não é casual. Isso responderia à necessidade de oferecer um campo teórico mais amplo do que a definição de teoria poderia oferecer, levando em conta os persistentes debates que abarcam essa definição em RI. Para tanto, o uso do termo “enfoques” responde fundamentalmente a necessidade de posicionar uma extensa e heterogênea gama de correntes teóricas críticas que convergem no que, de maneira geral, poderia ser considerado como pensamento não-ocidental ou pensamento contra hegemônico no estudo das relações internacionais.

Portanto, neste artigo o autor pretende desenvolver três elementos; primeiro, as posturas que convergem no estudo do mundo internacional desde uma posição crítica não-ocidental ou contra hegemônica; segundo, a correlação direta e reflexiva entra a experiência da colonização e seu poder, que dá forma à realidade passada e atual nos planos local, nacional e global; terceiro, a linha teórica herdada dos estudos culturais e estudos pós-coloniais gestados por autores provenientes de ex-colônias anglo-saxônicas e que têm decidido direta e indiretamente o estudo crítico das RI.

Então, inicialmente, o autor faz uma leitura sobre Pós-colonialismo e a disciplina de Relações Internacionais, apontando que, precisamente, uma primeira parte do debate pós-colonial tem enfoque no questionamento à genealogia histórica de que o que verdadeiramente importava no surgimento da disciplina, não era entender a natureza das relações internacionais, e sim desenvolver as instituições legais e os mecanismos que foram capazes de superar as relações internacionais então existentes, ou simplesmente os pressupostos epistemológicos e ontológicos constitutivos da disciplina Uma segunda parte do debate, tem enfoque no questionamento do que David Slater denomina “as geografias de referência, a posição do escritor, a reflexibilidade e a geopolítica do conhecimento”. Uma terceira parte do debate foca no estudo dos elementos constitutivos que foram deliberadamente relegados da construção histórica, geográfica, econômica, política, militar e social do mundo internacional.

Nesta ordem de ideias, a fisionomia da disciplina tem um marcado caráter ocidental auto constitutivo e auto referencial da realidade internacional, em virtude de uma posição hegemônica e um legítimo pensamento científico-social que a academia ocidental constrói e supervisa e que os enfoques pós-coloniais evidentemente debatem a partir da “insuficiência do pensamento ocidental”. Ou seja, o debate pós-colonial se centra no estudo das relações Norte-Sul no contexto global e é exatamente por isso que, os enfoques dos estudos pós-colonais em RI se concentram em análises no estudo das relações contemporâneas de poder, hierarquia e dominação que se articulam em relação à experiência colonial, e que se reproduzem e mantêm-se por meio de discursos e práticas que reafirmam essas relações a nível local e global.

Em seguida, o autor explana que o sistema internacional tem um caráter ontológico estatal. Neste sentido, a ontologia estatal evidencia que a ordem constitutiva do internacional parte da premissa que as relações internacionais são exclusivas de entidades estatais soberanas e juridicamente reconhecidas - assim como desde o começo dos estudos na área na Europa. Este argumento justifica o colonialismo e a imposição de regras internacionais de organização social e estatal em sociedade não ocidentais com outras normas de organização política e econômica. Assim, no contexto da expansão colonial, os territórios não europeus precisavam dessas características, o que justificou as ações dos atores determinantes da ordem internacional. Isso confirma, segundo Meera Sabaratnam, que existe uma conexão evidente entre as formas de produção de conhecimento e os interesses determinantes que, conectados a formas legais instituídas, legitimam o colonialismo europeu e as hierarquias de poder.


Assim, o autor inicia as críticas ao Pós-colonialismo. A primeira crítica se dirige a nacionalidade e a origem de seus representantes, assim como a seus lugares de produção acadêmica. A maioria dos autores provem do que se conhece como Terceiro Mundo, mas suas formações e trajetórias acadêmicas têm sido cursadas nas academias do Primeiro Mundo, o que segundo Tiyamble faz uma “representação diaspórica” que produz pensamento desde o ocidente para o mundo não ocidental. A segunda crítica aponta que as análises pós-coloniais concedem um excessivo valor ao cultural e ao discursivo, em detrimento dos elementos materiais, o que torna a leitura culturalista e as análises abstratas. A terceira crítica é que o pós-colonialismo tem elementos contraditórios em sua formulação. Por um lado persegue um objetivo emancipatório mas por outro, toma elementos teóricos pós-modernos e pós-estruturais que questionam o primeiro, ou seja, pretende reivindicar as ações dos subalternos frente às ações do capitalismo e dos poderes dominantes, através de alguns aportes teóricos numa combinação de pós-estruturalismo, pós-modernismo e teoria crítica que, em essência, seria contrária a seu objetivo emancipatório.

Em resposta a essa leitura culturalista, autores como Phillip Darby e Paul James realizam uma nova leitura do pós-colonialismo na década de 90. Essa nova leitura evidencia as críticas anteriormente expostas e, inclusive, elementos da economia política derivados da teoria da dependência, do estruturalismo e de novos enfoques críticos da globalização.  Para esses autores, a teoria pós-colonial de RI ofereceu ao mundo acadêmico alguns elementos necessários. Em primeiro lugar, uma contestação teórica não ocidental frente aos parâmetros acadêmicos e investigativos ocidentais e assim mesmo, restabeleceu o debate sobre a continuidade e relevância da experiência imperial que as leituras liberais da globalização omitem. Em segundo lugar, evidenciou a relação saber-poder existente entre a produção de conhecimento e os interesses hegemônicos ocidentais. Enquanto o pós-colonial quer visibilizar os subalternos, as RI, falam de quem detem o poder e, portanto, posicionam seu centro na Europa e Estados Unidos, ou chamados estados poderosos. Em terceiro lugar, abarcou o estudo genealógico, a construção do passado como fonte de análise, o poder da representação, a reafirmação de existência de identidades múltiplas e o conceito de resistência frente à ordem internacional estabelecida.

A partir disso, o autor inicia uma leitura geopolítica do tema. Nesse sentido, partindo da obra de Slater, argumenta-se que a existência de categorias geopolíticas como Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo, assim como Norte e Sul, são categorias geopolíticas coerentes aos discursos predominantes de cada época e têm como objetivo a delimitação política e geográfica do espaço internacional de acordo aos parâmetros estabelecidos pelos poderosos.

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