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Resenha Edward Carr

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Por:   •  13/1/2013  •  2.688 Palavras (11 Páginas)  •  2.518 Visualizações

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Universidade Federal de Uberlândia

Institudo de Economia

Bacharelado em Relações Internacionais

Teoria das Relações Internacionais I

Discente Caroline Silva Nishimura 11211RIT045

Vinte anos de crise 1919 - 1939

Uma introdução ao estudo das relações internacionais

E. H. Carr

Capítulo I - O começo de uma ciência

O autor introduz o texto com um breve resumo sobre o começo da ciência política internacional. Em 1914 ela ainda não tinha muito destaque, sendo preocupação apenas para os profissionais engajados nela. Nos países democráticos ela não era exercida pelos partidos políticos, e os órgãos parlamentares não controlavam as misteriosas operações das chancelarias. Para o autor, o estudo dessa ciência surgiu em resposta à uma demanda popular, cujo contexto histório inglês era permeado pelo medo de uma invasão estrangeira, criando uma conscientização popular mais ampla e continua dos problemas internacionais. A sua criação serviria ao objetivo de erradicar as doenças do corpo político.

Quando a mente humana começa a execitar-se em algum campo novo, ocorre um estágio inicial em que a vontade de se alcançar o objetivo é extremamente forte e a inclinação para a analise dos fatos é fraca ou inexistente. Esse estágio, chamado de utópico, é quando os pesquisadores dão pouca atenção aos fatos e à análise de causa e efeito, e devotam-se à elaboração de projetos visionários para o cumprimento dos fins que eles visam. Esses projetos são simples e perfeitos, o que lhes garantem uma atração fácil e universal. Somente quando eles desmoronam que os pesquisadores pedirão auxílio à análise, fase em que o estudo sai da utopia para ser considerado ciência.

Ou seja, a solução proposta pelo autor se encontra no realismo, a análise se separa da aspiração. Porém, essa distinção nunca poderá ser absoluta, ja que o cientista político nunca poderá se emancipar totalmente da utopia. Enquanto os fatos físicos não ficam mais próximos de serem mudados se todo o mundo quisessem, se todos realmente desejassem um ''Estado mundial'' ou a ''segurança coletiva'' esses objetivos seriam alcançados. Essa possibilidade leva os estudantes de política à permanecerem por mais tempo no estágio inicial, até ele perceber que nenhum processo pode ser desenvolvido por esse caminho, e que nenhuma utopia política logará sucesso, a menos que se origine da realidade política. O realismo, no campo do pensamento, coloca ênfase na aceitação dos fatos e na análise de suas causas e consequências. Já no campo da ação, tende a enfatizar o poder das forças existentes e o caráter inevitável das tendências existentes e a insistir que a mais alta sabedoria reside em aceitá-los e nos adaptarmos. Utopia e realidade são, portanto, as duas facetas da ciência política. Pensamento político e vida política sensatos somente serão encontrados onde ambos tiverem seu lugar.

Capítulo II - Utopia e Realidade

Para o autor existem dois métodos de abordagem capazes de determinar atitudes opostas no campo político, sendo uma eterna disputa entre os que imaginam o mundo de modo a adaptá-lo à sua política, e os que elaboram sua política de modo a adaptá-las às realidades do mundo. A antítese de utopia e realidade se indentifica com várias outras.

Primeiro ele cita a do Livre Arbítrio e Determinismo, em que o utópico voluntariamente rejeita a realidade e a substitui por uma imaginária, se privando da possibilidade de entender a realidade que está tentando transformar; e o realista analisa um curso de desenvolvimento predeterminado, que ele é incapaz de modificar, se privando da possibilidade de modificar a realidade.

Em seguida, vem a antítese Teoria e Prática, na qual o utópico torna a teoria política uma norma a que a prática política tem de ajustar-se, de forma a tratar o objetivo como o único fato básico; enquanto o realista vê a teoria política como um tipo de codificação da prática política, e corre o risco de tratar o objetivo meramente como o produto mecânico de outros fatos. O processo político não consiste, como crêem os realistas, apenas na sucessão de fenômenos governados por leis mecânicas; assim como não consiste, como crêem os utópicos, na prática de verdades teóricas derivada de estudiosos sábios e com uma consciência interior.

Há também uma comparação entre o Intelectual e o Burocrata, onde o primeiro é treinado a pensar de forma apriorística e o segundo de forma empírica. A maioria dos intelectuais defendem o estabelecimento de um princípio geral, que será o ponto de partida de toda a ciência. Com isso, Carr infere que a fraqueza característica da utopia é também a fraqueza característica dos intelectuais políticos: não entender a realidade existente e o modo pelo qual os padrões se relacionam com ela. Freqüentemente também afirma-se que os intelectuais são menos ciosos de seu pensamento do que os grupos cuja coerência depende de um interesse econômico comum. Sendo relativamente sem classe e socialmente desvinculada, eles incluim em si todos os interesses social, atingindo um nível imparcial e objetivo. Porém, qualquer vantagem derivada disso pareceria pequena se comparada ao distanciamento das massas, cuja atitude é um fator determinante na vida política. A abordagem burocrática da política é, por outro lado, fundamentalmente empírica. No outro lado, o burocrata, mais do que qualquer outra classe, está relacionado com a ordem existente e com a manutenção da tradição.

A antítese de utopia e realidade irá se reproduzir na relação Esquerda-Direita, embora o autor considere imprudente presumir que a tendência seje sempre confirmada. O radical pode ser considerado utópico, e o conservador realista. Ele chama atenção ao fato de que até hoje a direita é fraca em termos de teoria, e sofre por suas idéias inacessíveis. Já a fraqueza característica da esquerda, é o fracasso em traduzir sua teoria na prática. Ela cria princípios de ação política, mas é desprovida de experiência prática que surge do contato próximo com a realidade.

Por último, Carr relacionará a antítese entre utopia e realidade é baseada numa diferente concepção da relação entre política e ética, pois o utópico estabelece um padrão ético que proclama ser independente da política, e procura fazer com que a política adapte-se a ele; e o realista

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