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Abordagem Realista - Hans Morgenthau e Edward Carr

Por:   •  16/5/2016  •  Resenha  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  2.184 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Resumo: Abordagem Realista - Hans Morgenthau e Edward Carr

        Dentro das escolas de pensamento das Relações Internacionais, a Teoria Realista pode ser classificada como a mais influente e antiga teoria que ampara a lógica das Relações Internacionais. A abordagem Realista, amparada na filosofia de Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes, surgiu justamente em contraposição ao Idealismo vigente. Sabendo disso, os autores Hans Morgenthau (1904-1980) e Edward Carr, representam em suas respectivas obras: Política entre Nações e Vinte anos de crise, um marco para o realismo moderno e para a teoria das relações internacionais, sendo alguns dos principais expoentes dessa teoria. Ambos desenvolvem pensamentos amparados em princípios realistas que regulam a natureza humana, o equilíbrio de poder, a essência da política e o sistema internacional como um todo; procuram desenvolver uma teoria compreensível da “política de poder”. Carr desenvolveu em sua obra forte critica perante o Idealismo que regulava as teorias de relações internacionais, raciocínio que é retomado por Morgenthau, que se destaca pela construção das bases teóricas realistas.

        Morgenthau defende em sua obra a ideia de que a teoria não pode explicar a realidade em sua totalidade, contudo, pode ser usada para realizar uma leitura dos fatos primordiais dela.  A partir da imutabilidade histórica e de um consequente conjunto de forças atenuantes, o autor realça a superioridade do Realismo perante as outras correntes, para se compreender o sistema político internacional de forma mais clara e realista, Morgenthaue reconhece, segundo sua tese e a partir das premissas teóricas do Realismo, a política de poder que envolve esse sistema e a constante luta pela sobrevivência e novamente pelo poder que faz as engrenagens do sistema funcionar.

        O intuito do Morgenthaue com sua obra Política entre Nações é, portanto, compreender sistematicamente as forças que regulam as relações políticas entre os Estados usando como ferramenta para sua análise um arcabouço teórico que detêm maior alcance da realidade, o Realismo.    Confrontando o sistema internacional e sua política a partir da ótica Realista, Morgenthau compreende que a política internacional é gerenciada a partir de leis dotadas de objetividade (como, a busca pela sobrevivência) que são fruto da natureza humana de caráter denso e imutável, sendo estas universais “[...] quaisquer homens que tentem desafiá-las terão de incorrer no risco de fracasso” (MORGENTHAU, 2003, p. 05). O autor então refuta as determinações dotadas de “moralidade” que regulam as ações de algum Estado perante a política internacional, considerando a prudência uma grande virtude política. Portanto, os fenômenos políticos tem como base o desejo de dominação que o homem exerce sobre outro. Não há moralidade, pois os interesses dos Estados são sempre individuais e determinados em termos de poder.

        Há conceitos basilares que Morgenthau enfatiza para a retificação de seus argumentos, como o conceito de poder, que segundo ele é compreendido como um fim não um meio da política, além de consistir em uma busca universal de toda política, inclusive a política internacional. O segundo conceito aplicado pelo autor é balança de poder. Se, como exposto anteriormente, a política internacional consiste em uma busca e luta pelo poder, a limitação do exercício desse poder só pode ser efetiva com a confrontação de outro poder que se lhe opunha o que é chamado pelo Morgenthau de balança de poder. Isso ocorre devida a aspiração por poder por vários Estados e a necessidade da manutenção do status quo, que acaba resultando em uma balança.  Há também o equilíbrio na balança de poder que é sinônimo de uma estabilidade dentro de um sistema composto de uma variedade de forças autônomas que também é denominado pelo autor como equilíbrio de poder.

         Em sua conclusão Morgenthau compara o Realismo a outras teorias e evidencia a eficácia e aplicabilidade mais objetiva da teoria Realista, visto que o realismo efetiva e sustenta a autonomia política. Segundo ele, além de possuir suas próprias leis e regras, a política raciocina através de interesses definidos em termos de poder, seja o objetivo aumentá-lo, mantê-lo ou demonstrá-lo. Além disso, reitera-se o papel das forças que determinam as relações internacionais e os meios pelos quais elas se realizam, sendo uma dessas o equilíbrio de poder, ferramenta utilizada por estadistas sob o objetivo de se manter a estabilidade nas relações interestatais e preservar os elementos.

Edward Carr, por sua vez, propõe um foco de discordância com a abordagem idealista que se formulou nos períodos subsequentes a Grande Guerra, o autor critica a ideologia liberalista e como a mesma não consegue avaliar o sistema internacional em sua plenitude pratica, desde que, esse sistema propõe uma avaliação do mundo a partir de uma Idealização do que ele deveria ser e não como ele é como faz o Realismo. Então Carr classifica o idealismo em sua obra como uma utopia e diversas vezes tenta contrapor essa “utopia” às premissas realistas.

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