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Trabalho De Arquitetura

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Por:   •  15/5/2014  •  2.151 Palavras (9 Páginas)  •  277 Visualizações

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Nos anos anteriores à indicação olímpica se desenvolveram em Barcelona importantes intervenções, sobretudo no espaço público, notáveis pela vontade de reconstruir a cidade e qualidade dos projetos envolvidos. Projetos que propõem uma maneira de entender a ação urbanística e, especialmente, de confiar na qualidade da concepção arquitetônica como um valor de importância social e cidadã. Com eles se ensaia certo método de intervenção sobre a cidade que vai caracterizar, até os dias atuais, o urbanismo de Barcelona.

Nos primeiros anos da administração socialista (1979-86) houve um esforço por parte da administração municipal em garantir que a voz da população fosse ouvida. O intuito era uniformizar as condições de vida nos espaços da cidade. Essas pequenas atuações locais, que após 1986 serão marcadas por profundas mudanças de escala e complexidade, eram denominadas metástase benigna.

Com Oriol Bohigas a frente da diretoria de planejamento, deu-se em Barcelona uma grande transformação. Novos parques e praças surgiram em meio ao tecido urbano e antigos prédios foram reconstruídos e reabilitados. Junto de seus Discípulos e colaboradores, radicalizara a proposta de modestas intervenções pontuais com um projeto de construção de cem praças no intuito de provocar uma reurbanização geral. Contudo, Não demorou muito para que tal política revelasse sua fragilidade, reforçando a fragmentação urbana. Porém, visando neutralizar as novas patologias da cidade, foi-se cristalizando um novo ciclo de gestão urbana. As Olimpíadas eram um bom pretexto para uma correção de rumo.

Com o tempo o planejamento de Barcelona foi se convertendo num paradigma dentro do que estamos chamando de urbanismo de "terceira geração", pois contava com um ingrediente indispensável e muito bem explorado: o marketing que as Olimpíadas de 92 propiciariam.

Deste modo, o city marketing e os planos estratégicos aparecem como importantes instrumentos do chamado novo planejamento urbano, no qual buscaria recuperar sua legitimidade por meio da intervenção pública na cidade.

CONCEITO:•.

As Olimpíadas propiciaram a retomada da denominação antiga de planejamento, mas obedecendo a uma nova fórmula que procurava conjugar micro intervenções a um plano mais geral. As novas estratégias viriam tornar isso mais efetivo: infraestrutura, sistema viário, restaurações, residências (as vilas olímpicas), redes hoteleiras, novos equipamentos esportivos, sem falar na valorização do seu bem natural maior, a face para o mar, calçadões na zona portuária, praias etc. E o mais importante, o reforço dos valores mais representativos de Barcelona, no campo das artes: Miró, Picasso, Tapiés; do urbanismo e da arquitetura, Cerdá, Gaudí, o Modernismo catalão, "regionalismo crítico" pós-moderno etc.

O processo que se iniciou em 1980, acabou ganhando uma dimensão maior em todos os sentidos, tratava-se de estabelecer uma meta clara, que não se esgotasse no evento de 1992 e que dissesse respeito ao que se aspirava com todas estas melhorias para a cidade como centro vital, na região e na Europa; em suma, definir o lugar de Barcelona como metrópole europeia.

Era a necessário apostar fortemente na promoção publicitária, explorar e potencializar aquelas características pelas quais a cidade é prontamente identificada, aquilo que constitui a imagem-Barcelona. Realçar às próprias tradições locais: em grande parte vinculadas à sua própria arquitetura dos desenhos urbanos originais, (os quarteirões de Cerdá ou a cidade moderna do Plano Maciá) como as suas casas modernistas do Bairro de LaGracia, dentre elas, em especial as postas em desfile nos novos projetos de design urbano e Vilas Olímpicas. Na receita, um pouco de tudo: das gentrificações de praxe às exortações cívicas, endereçadas aos chamados atores urbanos, que de recalcitrantes se tornariam cada vez mais cooperativos em torno dos objetivos comuns de city marketing.

O que se pretendia construir era a imagem prestigiosa da cidade, voltada sobre tudo para o exterior em função da competitividade sistêmica na qual Barcelona se lançava, o que a obrigava a satisfazer a qualquer custo as novas exigências do capitalismo de imagens, do desenvolvimento do terciário avançado a uma arquitetura up to date, a ponto de incluir toda uma série de edificações que seguissem o padrão das novas centralidades empresariais das megacidades. Quanto mais peças no mostruário melhor, porque afinal o que estava na vitrine era a própria capital da Catalunha.

O projeto de intervenção

Em Barcelona é eleito Narcis Serra como alcaide. Este senhor chama o arquiteto Oriol Bohigas para trabalhar no Ajuntamento, e o nomeia como diretor de planejamento da cidade, delegado do sector de urbanismo, marcando assim o início do processo democrático da administração municipal.

Em 1976, é aprovado o Plano Geral Metropolitano, considerado como o ponto de partida para todo o processo de planejamento urbano. Este plano irá dar prioridade a aspectos econômicos, procurando inserir Barcelona nas cidades referenciais do mundo.

O plano aponta para dois grandes eixos de atuação, a saber, um maior incentivo ao setor de serviços e o estímulo ao turismo. Barcelona apostou muito na sua imagem, na promoção internacional, através de grandes infraestruturas. Para isso, a cidade necessitava de ter mais museus de padrão internacional, salas de concertos e de ópera, equipamentos culturais modernos e atrativos. Este plano também incidiu na mudança significativa de usos do solo.

O PGM, como o ponto de partida e de referência de todo o processo, previa uma série de ações distanciadas no tempo. Foi dado prioridade a partir de 1979, a projetos intencionais, como o desdobramento e remodelação da ordem urbana da cidade.

Existiam basicamente dois tipos de patologia na cidade, que era necessário contornar.

Por um lado a situação de degradação, causada pela perda da indústria e por outro a periferia, que apresentava muitas deficiências, com uma estrutura urbana que não coincidia com a cidade.

Bohigas definiu que como ponto estruturante a qualificar seria a frente marítima, que estava completamente degradada, dando mais tarde lugar à Vila Olímpica, e que vai abrir Barcelona ao mar. “Barcelona, abierta al mar” é o slogan da década de 90. Assim pensou que uma das estratégias para conseguir o dinheiro seria a candidatura aos jogos olímpicos de 1992, que veio a conseguir em 1986. Este evento

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