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A Missão Integral

Por:   •  12/6/2016  •  Resenha  •  1.518 Palavras (7 Páginas)  •  427 Visualizações

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MISSÃO INTEGRAL

O cristianismo pós Segunda Guerra Mundial se propagou de modo surpreendedor, como nunca antes visto na história das religiões. Efeito deste crescimento foi a igreja tornar-se num movimento mundial. E se existe igreja, existe missão; elas são correlatas, estão ligadas, já não cabendo “a tradicional distinção entre igrejas que enviam e igrejas que recebem” (p.157). Diante deste crescimento pode-se extrair a ideologia da igreja nos últimos anos, onde o crescimento numérico é considerado como a principal missão, tal eclosão traz consigo grandes problemas que colocam em risco o futuro do cristianismo em certas regiões do mundo. Diante disso, o autor expõe que “o maior desafio que a igreja enfrenta é o desafio de uma missão integral” (p.158). Deve considerar-se que o avanço do cristianismo após a Segunda Guerra Mundial se deu pelos povos mais carentes e os adeptos do animismo, por isso analisando os avivamentos ocorridos na atualidade, como o ocultismo; islamismo; budismo; hinduísmo; xintoísmo e outras religiões ocidentais, todas estas ligadas ao “peoples’s movements” (movimento de gentes), levanta-se então a suspeita que o crescimento da igreja seja parte desse avivamento que ocorre em todo mundo. “O quadro geral do avivamento religioso num momento em que o mundo está se unificando sob o impacto da tecnologia ocidental mostra que no ser humano há um ‘vazio metafísico’ que a tecnologia moderna não pode preencher” (p.158). Quando se considera o fato do crescimento da igreja em diferentes lugares do mundo esta em sincronismo com o progresso de outras religiões fora do contexto cristão, gera-se então um entendimento que o crescimento da igreja precisa ser reavaliado, levando-se em conta o propósito de Deus para a vida e missão da igreja. A igreja tem se multiplicado devido ao poder transformador do evangelho na vida das pessoas ou é simplesmente decorrência de uma necessidade do transcendente que o ser humano possui e procura em religiões? Quando se depara com este questionamento, vê-se que tal crescimento é apenas um lado positivo do cristianismo atual, porém existe o lado negativo, representado pelas contrariedades que colocam a igreja em um grande desafio.

        “Em primeiro lugar, alguns dos movimentos massivos com um alto índice de crescimento não são mais que um paganismo batizado” (p.159). No séc. XVI, a Igreja Católica Romana cristianizou toda a América Latina, resultado disso se observa hoje onde grande parte da população se denomina católica, mas não seguem os verdadeiros preceitos do catolicismo. É um continente batizado e não evangelizado. Existe uma possibilidade de tal fato ocorrer com o cristianismo, onde devido ao movimento massivo a igreja tornou-se um “símbolo de modernidade, junto ao qual se permite que sobrevivam conceitos e costumes totalmente não cristãos” (p.159). O sincretismo é uma característica dos movimentos massivos e traz ameaça para o cristianismo, dado tal fato, para-se para pensar se realmente o evangelho tocou e transformou essa massa cristã. “Talvez a necessidade mais urgente relacionada com o rápido crescimento da igreja seja uma nova ênfase num discipulado cristão que inclua a submissão de toda a vida ao senhorio de Jesus Cristo” (p.159).  Um segundo ponto a ser analisado é que, mesmo com o crescimento do cristianismo, ainda existem muitos lugares que ainda não foram evangelizados, sobretudo países mulçumanos e a China, país mais populoso do mundo, onde a igreja foi reduzida a um movimento “subterrâneo” de células. “Na Ásia, um continente com mais de dois bilhões de pessoas, não há mais que cinquenta milhões de cristãos” (p.159). Mesmo com tal evolução do cristianismo, diante de todos os países do mundo os cristãos ainda são uma pequena minoria. “A evangelização e o discipulado são, pois, um desafio que a igreja deve encarar hoje em todas as partes, e encará-lo em contraposição à visão secularista derivada da civilização ocidental. O crescimento impressionante da igreja em algumas áreas do mundo é certamente pequeno em comparação com a expansão do materialismo moderno que erigiu o homo consumens como o modelo da vida ideal” (p.160). A igreja desta geração precisa confiar inteiramente no poder do evangelho, poder este capaz de libertar a sociedade do consumismo implantado pela tecnologia ocidental. O evangelho é a maior contribuição que pode se oferecer para humanidade!

        Uma necessidade urgente da igreja é a unidade e colaboração na obra missionária. No conselho Missionário Internacional, realizado em Whitby (Ontário), em 1947, verificou-se a necessidade de união entre “Igrejas antigas e Igrejas novas”, para o cumprimento de sua responsabilidade missionária. Porém hoje alguns ainda não aceitariam a afirmação de A. J. Boyd: “As igrejas antigas  e as igrejas novas já não podem ser vistas como protetoras e beneficiárias respectivamente, ou mesmo como as que enviam e as que recebem. Devem ser vistas como colaboradoras não meramente num sentido contratual, mas como colocadas por Deus nesta relação. Elas unem-se pela vontade de Deus, para fazer a vontade de Deus; são colaboradoras na obediência”(p.161). De fato o que foi tratado em Whitby é de grande valia para igreja, no entanto as recomendações não foram levadas ao campo prático por muitos envolvidos. Fatos que comprovam isso são: “o crescente poderio numérico das missões protestantes norte-americanos depois da Segunda Guerra Mundial e a persistente separação dentre as ‘missões estrangeiras’ e as ‘Igrejas locais’ ao redor do mundo; a prevalência de políticos e padrões da obra missionária que pressupõem que a liderança da missão cristã está nas mãos de estrategistas e especialistas ocidentais, as escolas de missão mundial sediadas no Ocidente, sem participação de professores do terceiro mundo, e finalmente a frequência com que uma igreja estabelecida no Ocidente mantém uma relação unilateral com uma Igreja jovem. Enquanto esta situação prevalecer, a colaboração não passa de um mito” (p.161,162). Hoje com o fim da era colonial é possível reconhecer com clareza os verdadeiros problemas da missão cristã, criou-se uma nova possibilidade de que o evangelho seja apresentado como uma mensagem centrada em Jesus Cristo e não como a ideologia do Ocidente. “Livre de seus enredos com a Europa e a América do Norte, a missão cristã pode ser vista agora como uma tarefa motivada pelo desejo de que Jesus Cristo seja reconhecido como o Senhor do universo e o Salvador de todas as nações” (p.163).  Um evangelho que abrange todo universo, precisa de uma igreja que abranja na mesma proporção, onde todos reunidos participem efetivamente na missão mundial como membros iguais do corpo de Cristo, essa missão não é meramente uma conveniência prática, mas sim a consequência necessária do propósito de Deus para Igreja e para toda humanidade, revelado em Jesus Cristo. “Porque há um mundo, uma igreja e um evangelho, a missão cristã não pode ser outra coisa que missão realizada em colaboração mútua” (p.164).

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