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Equilíbrio Entre Trabalho E Religião

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Por:   •  3/5/2013  •  2.194 Palavras (9 Páginas)  •  516 Visualizações

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A Lei dos Direitos Civis de 1964 é muito conhecida por proibir a segregação racial em escolas e lugares públicos nos Estados Unidos. Mas foi também uma lei histórica para proteger trabalhadores contra o preconceito, inclusive a discriminação contra indivíduos devido às suas crenças religiosas. Trabalhadores cuja fé se choca com políticas trabalhistas que violam os princípios de sua religião encontram proteção na lei.

Christopher Connell é um experiente jornalista de Washington que escreve extensamente sobre questões de políticas públicas.

No Aeroporto Internacional de St. Paul-Mineápolis, motoristas de táxi muçulmanos imigrantes da Somália arriscam seus empregos e a ira do público por se recusar a transportar viajantes que chegam das férias com bebidas alcoólicas das lojas duty-free.

Em um café Starbucks em Hillsboro, no Oregon, uma barista argumenta que foi demitida não devido a atrasos, mas por usar um colar da religião wicca.

Em Nova Jersey, a refinaria de petróleo ConocoPhilips foi levada à barra dos tribunais pela Comissão de Oportunidades Iguais de Trabalho (EEOC) por se negar a conciliar o horário de um encanador cristão para ele não perder a missa nas manhãs de domingo.

E em Phoenix, Arizona, após uma batalha judicial de seis anos, um júri federal condenou a locadora de carros Álamo a pagar indenização de US$ 250 mil por ter demitido uma representante de vendas muçulmana da Somália por usar véu durante o Ramadã.

Com a população dos EUA tornando-se cada vez mais diversificada, mais trabalhadores estão exigindo o direito de exercer sua liberdade de religião no trabalho. Por lei, eles têm o direito a ter seus horários adaptados na medida do possível. Às vezes, encontram resistência de colegas ou patrões. Porém, em um número cada vez maior de ações judiciais, os empregados têm o órgão responsável pelo cumprimento da lei, a EEOC, do seu lado.

E muitas empresas descobrem que é questão de bom senso comercial fazer essas adaptações.

Uma lei com base na igualdade e no respeito

Luke Visconti, sócio e co-fundador da revista DiversityInc, acredita que as adaptações religiosas “são apenas um modo de tratar seres humanos com respeito e igualdade para ter um ambiente de trabalho produtivo e harmonioso. Não se faz isso por ser politicamente correto; e sim para aumentar a produtividade e a margem de lucro”.

Um benefício adicional para muitas empresas americanas importantes é estarem, ao mesmo tempo, aprendendo “a lidar com clientes que são também muçulmanos ou judeus ou cristãos ou de qualquer outra religião que estão adaptando” na força de trabalho, disse Visconti.

Empresas como a Texas Instruments Inc. criaram “salas de tranqüilidade” nas fábricas para os trabalhadores rezarem, e algumas criaram locais para lavar os pés onde os empregados muçulmanos podem realizar as abluções exigidas por sua crença antes de rezar. A Ford Motor Co. e outras incentivaram — ou em alguns casos, toleraram — a criação de grupos de afinidade de empregados com determinada orientação religiosa, cujos membros se reúnem para preces ou conversas.

Quando a IBM reforçou a segurança após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, uma muçulmana recém-contratada teve medo de perder o emprego porque se recusava a tirar uma foto sem o véu para um crachá de identificação. Mas a gigante dos serviços de informática conciliou a situação emitindo dois crachás de identificação, um mostrando somente os olhos, para usar em público, e outro com foto sem véu a que somente as guardas femininas tinham acesso.

Segundo Georgette F. Bennet, presidente e fundadora do Centro Tanenbaum para o Entendimento Inter-Religioso, “essas pessoas se tornam empregados muito fiéis nesse processo. Não são pessoas que vão embora logo, pois foram tratadas com respeito e ninguém fez com que se sentissem cidadãos de segunda classe”.

O título VII da Lei dos Direitos Civis de 1964 proíbe discriminação trabalhista com base em raça, cor, religião, sexo ou origem nacional. Inicialmente a EEOC declarou que os empregadores deveriam acomodar as práticas religiosas dos empregados a menos que isso causasse “graves inconvenientes para a condução dos negócios”. Em 1972, o Congresso procurou reforçar a lei exigindo adaptações razoáveis que não impusessem “grandes dificuldades”. Mas a Suprema Corte dos EUA afrouxou as proteções em 1977 quando determinou no caso Linhas Aéreas Trans World versus Hardison que qualquer coisa além de um custo mínimo para o empregador era uma grande dificuldade. Grupos religiosos, inclusive os adventistas do sétimo dia e os judeus ortodoxos — ambos estritos guardadores do sábado —, fizeram pressão durante anos para reforçar a lei, mas sem sucesso.

Essas mulheres fazem parte da Associação Árabe-Americana, defendendo 300 mil árabe-americanos na área de cidade de Nova York (Robert Nickelsberg/Getty Images)

Ainda assim, um número cada vez maior de executivos de empresas e gerentes de recursos humanos (RH) está adotando o princípio de que os trabalhadores americanos têm o direito de viver segundo sua fé no local de trabalho, assim como fora dele. Essa é uma questão crucial no setor de RH, de acordo com Eric Peterson, gerente de Diversidade e Iniciativas de Inclusão da Sociedade para a Administração de Recursos Humanos.

“As pessoas não estão necessariamente buscando a liberdade de fazer proselitismo ou a liberdade de converter” colegas, disse Peterson, ex-gerente de Aprendizagem da Diversidade da empresa de consultoria Booz Allen Hamilton Inc. “Elas querem somente viver e trabalhar segundo os princípios de sua crença religiosa.” Isso pode ser um desafio, em especial para não-cristãos, cuja religião “exige que se vistam, se apresentem, se comportem de certas formas que não são necessariamente incentivadas pelo local de trabalho”, afirmou. Quase sempre, “a resolução desse problema não envolve muito dinheiro. É apenas uma questão de abrir a mente e dizer: ‘Ok, de que outra forma poderíamos resolver isso sem ser seguindo o padrão cristão geralmente aceito de agir?’”

A lei contra a discriminação religiosa no local de trabalho aplica-se a todas as empresas americanas com 15 ou mais empregados. Em julho de 2008, a EEOC divulgou um novo manual de conformidade de 94 páginas com dezenas de exemplos específicos em que os empregadores devem conciliar as necessidades e crenças religiosas dos trabalhadores.

“É

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