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Helio Medeiros

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Por:   •  26/12/2014  •  1.566 Palavras (7 Páginas)  •  267 Visualizações

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Seria Jesus uma cópia de deuses pagãos?

Sempre que se aproxima o natal, é comum ver veículos da imprensa associando a figura de Jesus Cristo a mitos pagãos que já existiam antes mesmo do cristianismo. Isso não é nada novo, pois há muito tempo já fui refutado, e hoje, nem mesmo ateus de renome defendem essas teses. Mas, para os militantes neo-ateístas é um “prato cheio”. Eles se agarram a essas teorias como se fosse verdade absoluta e a espalham pela internet com o objetivo de sacanear os crentes, sem ao menos fazer uma pesquisa a fundo para saber se o que ele está compartilhando é de fato verdade. Na medida que a notícia se espalha pelas redes sociais, acaba gerando inquietudes em muitos religiosos, especialmente os mais jovens.

A teoria que gera muitos questionamentos é aquela que afirma que a história de Jesus seria na verdade uma novela teológica, plagiada a partir de mitos pagãos existentes antes mesmo do Cristianismo. A tese defendida é que os autores do NT ao escreverem os evangelhos, plagiaram mitos pagãos para compor a história de Jesus de Nazaré. Existe até mesmo uma suposição de que toda a Bíblia se basearia em princípios astrológicos pertencentes a civilizações mais antigas, como Egípcios e Babilônios. Assim, os 12 signos do zodíaco seriam na verdade a inspiração para as 12 tribos de Israel, os 12 filhos de Jacó, e os 12 apóstolos de Jesus.

Bem, no que diz respeito a Jesus, ficaria sem sentido buscar fora da Bíblia a inspiração para o número (12), no caso dos 12 apóstolos. Digo isto por que o Antigo Testamento é que fornece o pano de fundo mais natural para o movimento de Jesus Cristo.

Mas o que podemos dizer em relação a tese de que a Bíblia como um todo se inspirou em mitos do paganismo?

Bem, isso não faz o menor sentido! O livro do Gênesis foi escrito por volta do século XV aC. E mesmo teólogos liberais que não aceitam a autoria de Moisés, afirmam que ele teria sido composto por volta de 900 a 550 aC. Logo, existiria um consenso entre autores liberais e conservadores de que a história das 12 tribos de Israel e das 12 tribos de Jacó, já seria muito bem conhecida pelos Judeus, por volta do sexto século aC e , provavelmente antes disso. Sem contar o fato de que elas se inspiravam em ocorrências ou acontecimentos bem mais antigos que isso.

Agora, veja um detalhe: A astrologia babilônica que divide os signos do zodíaco em números de 12, data, segundo os especialistas, do quinto ou mais provavelmente, do quarto século aC. Logo, é uma tradição posterior a narrativa bíblica, e, lógicamente não poderia ser um modelo na qual as escrituras se inspiraram. E quem nos da essa informação, não são religiosos ou teólogos, mas, especialistas em astronomia antiga, como o Dr. Jay Pasachoff, do observatório de Havard. Aliás, essa datação, é um consenso entre físcos especializados em história da astronomia.

Uma outra comparação clássica que os teóricos da conspiração gostam de fazer é a suposta correspondência entre a história de Jesus e o mito de Hórus, o deus egípcio com forma de falcão. Os críticos dizem que Hórus nasceu em 25 de dezembro, de uma virgem chamada Ísis. Uma estrela no oriente proclamou a sua chegada. Três reis vieram para adorá-lo. Ele se tornou um grande mestre aos 12 anos. Aos 30 anos foi batizado no rio Eridanus, por um profeta chamado Anup. Tinha 12 apóstolos. Fez milagres e ressucitou El- Osiris. Pregou numa montanha os ditados de Lusa. Era chamado de KRST O Ungido. E finalmente, foi crucificado e reviveu.

Essa lista é tão impressionante que mesmo quem conheça por alto a vida de Jesus, ficaria extasiado com as incríveis semelhaças de um relato e o outro. E o mais instigante, o mito de Hórus dataria há cerca de 3 mil anos aC. Portanto, teria a possibilidade dos autores cristãos ter plagiado Hórus e, posteriormente, feito a história de Cristo.

Impressionante, não?

O problema é que isso é uma MENTIRA deslavada! Apenas para constar; não temos nada, absolutamente nada na história egípcia que apresente essa versão do mito de Hórus. Hórus jamais nasceu em 25 de dezembro, e nem Jesus. A sua mãe, Ísis, não era virgem, ela era a esposa de Osíris, e concebeu seu filho se auto-fecundando com o esperma de seu pai que havia sido morto. Fato é que existe uma história da aparente ressureição no mito original egípcio, mas não tem nada a ver com a ressureição de Cristo. É que Ísis tomou o corpo esquartejado de seu marido e o costurou. Em virtude disso, ele então volta a viver, mas apenas como um rei mumificado no mundo dos mortos.

Não há nada no mito original egípcio falando no batismo de Hórus ou de uma escolha de 12 discípulos, e muito menos que ele operava milagres. Ah, e dizer que ele também era chamado de KRST o Ungido, é a pior falácia que se poderia inventar. Primeiro por que esse título não era aplicado a Hórus, e segundo porque KRST em egípcio significa “Sepultamento”, e não o Ungido.

Os críticos afirmam também que a história da ressureição de Jesus, era uma adaptação do mito romano de Átis, uma divindade muito popular no império. Eles afirmam que Átis, tal como Jesus de Nazaré, foi crucificado, morto, e ressuscitou no terceiro dia.

Mais uma FALÁCIA!

O mito romano de Átis, nunca afirmou tal coisa. A lenda original fala de um jovem infeliz no amor, que depois de castrar-se a sí mesmo, ficou louco e depois fugiu para viver nas florestas. Átis era o filho da grande deusa mãe, Cibele.

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