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História do Cristianismo na América Latina e a Colonização Religiosa dos Povos Originários

Por:   •  17/9/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.774 Palavras (8 Páginas)  •  660 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Nesse trabalho, estaremos trazendo um estudo sobre a história do cristianismo na América Latina e a colonização religiosa dos povos originários, analisaremos como a questão religiosa na construção histórica e analítica sobre o processo de evangelização no Brasil Colônia, assim como seu impacto cultural, linguístico e social, o modo como as expressões religiosas dos povos originários indígenas no primeiro momento e dos povos africanos em seguida foram comprometidas pela busca da hegemonia religiosa e como os debates desenvolvidos pela teologia moderna e contemporânea podem, ou não, contribuir com estas reflexões.

  1. DESENVOLVIMENTO

Para o povo colonizador a visão partia-se da concepção de que o índio era apenas um pagão carente de salvação e de doutrinamento, não imaginando que esse modelo de evangelização provocava a sua inexistência como indivíduo e como reagiria no processo de escolha ou não de uma religião. Na visão cristã medieval, todo e qualquer homem ou mulher que não aceitasse o cristianismo como sua religião era considerada estrangeira e pagã. Alguém poderia ser considerado como infiel por jamais ter ouvido sobre a verdade cristã, como acontece com os pagãos. Mas também poderia alguém renunciar a sua fé e aceita, como sucede com os judeus que se tornaram infiéis à promessa, ou com os hereges que chegaram a renegar a realização da promessa em Jesus Cristo (HÖFFNER, 1977, p. 47).

Foi através de Tomás de Vio Caetano que começou a distinguir e estabelecer normas de comportamento para com os pagãos. No caso dos pagãos o entendimento era que eles nunca fizeram parte do Império Romano, logo não ofenderam a Igreja. Nem o Estado e nem tão pouco a Igreja poderiam fazer algo contra estes. Isso não significa o pleno reconhecimento de um Estado pagão livre (HÖFFNER, 1977). De acordo com Höffner, Egídio Romano produziu a declaração a respeito do tratamento ao Estado pagão. Para ele toda a terra estava sujeita à Igreja, e ela era a portadora das chaves do Reino a intermediadora entre Cristo e a vida humana. Sendo os pagãos infiéis a Deus são declaradamente inimigos Dele, se eles possuíssem posses, teriam de maneira imprópria, pois, a Terra e a sua plenitude pertenciam aos filhos de Deus sob os cuidados da santa Igreja Romana, daí então a sentença: “os pagãos não dispõe nem mesmo de um direito particular de propriedade. Pagão algum é, justamente, proprietário de sua casa, de seu campo ou de sua vinha ou de outra coisa qualquer” (HÖFFNER, 1977, p. 60).

A busca por extinguir as diversas línguas nativas tinha por finalidade normatizar a evangelização, pois não se podia confiar de fato se o índio havia se convertido ao cristianismo, e se convertido estava de fato vivendo-o (QUADROS, 2001, p. 214). E mesmo um Bartolomeu de Las Casas, com certa empatia pelos índios, pensou, agiu e protestou como um colonizador, ele vê o índio na mesma pastoral da Igreja Católica, igual a que deixou na Espanha (HOORNAERT, 1994, p. 391).

De acordo com Koshiba (1994), os povos indígenas que tiveram o primeiro contato com os portugueses no século XVI, Narloch (2011), faz uma análise interessante sobre os retratos que os historiadores fizeram dos índios brasileiros em diversos momentos de nossa história: no início, no tempo do descobrimento, os nativos eram descritos como seres incivilizados, eram como animais que precisavam ser domesticados; já no século XIX, uma corrente de estudiosos propagou a imagem do indianismo romântico retratando o nativo como o bom selvagem, “dono de uma moral intangível”; no século XX foi acrescentando-se à imagem da cultura indígena original e pura, a questão da sua destruição “pelos gananciosos e cruéis conquistadores”. A história contada dessa forma retrata os índios como seres passivos que não tiveram outra opção a não ser lutar contra os portugueses ou se submeterem a eles. Já os jesuítas foram enviados ao Brasil, para promover a evangelização e defender e propagar o cristianismo. Assunção (2003) relata que, o principal objetivo da coroa portuguesa era defender as terras descobertas juntamente com a colonização. “O principal objetivo da Companhia de Jesus” no Brasil “era converter os indígenas à fé católica”. (ASSUNÇÃO, 2003, p.11).

Já Fausto (2009, p.23) afirma que os jesuítas “não tinham respeito pela cultura indígena, pelo contrário, para eles chegava a ser duvidoso que os índios fossem pessoas” e cita o padre Manuel da Nóbrega dizendo que “índios são cães em se comerem e matarem, e são porcos nos vícios e na maneira de se tratarem”. Por esse motivo, Nóbrega pregava, segundo Koshiba (1994), a subjugar o índio como forma de torná-lo obediente através do medo, os jesuítas souberam cuidar melhor do assunto. Para Nóbrega, uma vez obtida à sujeição com os indígenas recolocados sobre uma nova base social, estaria preparado o terreno para que recebessem a fé. (KOSHIBA, 1994). Isso significava trazer os índios para o convívio com os cristãos, porém, eram submetidos ao trabalho escravo pelos povoadores, que também abusavam de suas mulheres contrariando o conteúdo da palavra de Deus que eles tentavam tanto transmitir aos indígenas. (KOSHIBA, 1994). Por isso, os jesuítas começaram a defender os aldeamentos para separar os índios já cristianizados dos colonizadores, considerados “maus cristãos” pelos jesuítas.

Os índios começaram a viver em casas que os separavam em ao invés das moradias coletivas, já não tinham a vida ritmada pela natureza e sim ao tempo cronológico como os europeus. Sua conversão era acompanhada pela educação forçada pedagógica da cultura portuguesa, sendo que, sufocava suas manifestações culturais próprias. Suas práticas sexuais tribais foram extintas e substituídas por regras do trabalho e a oração. Foi introduzido o hábito de cobrir o corpo com roupas, as várias línguas regionais foram extintas e substituída pelos jesuítas.

Não sendo diferente, a utilização dos africanos como mão de obra escrava durante a colonização do Brasil, os escravos de várias regiões da África traziam consigo vários credos religiosos, o contato entre nações africanas diferentes empreendeu a troca e a difusão de um grande número de divindades. Mediante essa situação, a Igreja Católica se colocava no dilema de representar a religião oficial do espaço colonial. Em algumas situações, os jesuítas tentavam reprimir as manifestações religiosas dos escravos e lhes impor a religião cristã, ou não se importa com os cantos, batuques, danças e rezas ocorridas nas senzalas. Mas a instrução religiosa católica dos negros era sumária. Os párocos católicos lhes ensinavam somente as principais orações e os rudimentos do catecismo.

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