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Iniciar Um Caminho Novo

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Por:   •  24/3/2015  •  2.466 Palavras (10 Páginas)  •  420 Visualizações

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INICIAR UM CAMINHO NOVO

A catequese está desafiada a viver um momento novo. “Num mundo cada vez mais descristianizado e onde os valores evangélicos estão cada vez mais ausentes, a iniciação cristã, através de uma catequese de inspiração catecumenal, se torna cada vez mais urgente e necessária. Para este novo processo catequético precisamos investir na formação de catequistas que sejam verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, conhecedores de sua Palavra, missionários do Reino e capazes de celebrar a sua fé”. (DAp, n.170).

Tornar a catequese um processo educativo da fé, transmitir a experiência do Deus libertador, que caminha conosco e favorecer um encontro pessoal, profundo e decisivo com o Senhor são sempre um desafio para o catequista. E assumir a catequese como processo que conduz ao centro do Evangelho, à opção por Jesus Cristo, que nos revela o Pai no Espírito Santo e o seu seguimento requer emergir em um processo permanente da fé, com caráter processual, dinâmico e progressivo, envolvendo toda a comunidade, com a ligação entre as etapas da iniciação.

Para fazer a catequese ecoar e repercutir a Palavra de Deus na atualidade, nesse contexto de mudanças rápidas, o catequista é chamado não só a evangelizar, mas também a ser evangelizado. Torna-se imprescindível, cada vez mais, caminhar com os catequizandos e conduzi-los à experiência de Jesus.

O caminho da iniciação cristã no dom do Espírito Santo

Motivada pela luz da Palavra de Deus, nossa igreja diocesana, em comunhão com o Regional Leste 1, quer mergulhar nas fontes que sustentam a caminhada na maturidade cristã, para anunciar e aprofundar a fé na mensagem de Jesus Cristo e da Igreja. Avaliar a prática evangelizadora é um desafio urgente para a Igreja e para os cristãos, a fim de que o anúncio do Evangelho se insira no atual quadro cultural, apareça como fator de identidade cristã, possibilite ensaios marcantes, determine e ilumine a vivência cotidiana, fortifique na crise e desperte esperança. Isso requer um tempo destinado para que amadureça a vontade sincera de conhecer e seguir Jesus, os mistérios do seu Reino, os compromissos de seu caminho e a comunhão na comunidade eclesial. É um itinerário cristocêntrico e gradual, impregnado do Mistério Pascal e que adota o método da Leitura Orante. A pessoa é inserida na vida de Cristo e da Igreja.

O modelo de Iniciação à Vida Cristã apresentado pela Igreja e adotado pela Diocese é o de inspiração catecumenal, isto é, o processo de transmissão da fé dos primeiros cristãos. Segue um itinerário catecumenal conforme o RICA (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos), cujo ponto de partida no processo é o encontro pessoal com Jesus Cristo; o de chegada, a inserção, como discípulo e missionário, no Mistério Pascal de Cristo, liturgicamente celebrado na comunidade cristã.

A iniciação cristã não se resume na mera recepção dos sacramentos. Aqueles que os recebem precisam assumi-los, para efetivamente se tornarem “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13).

Os sacramentos do batismo, da confirmação e da eucaristia são os fundamentos de toda a vida cristã. “Os fiéis, de fato, renascidos no batismo, são fortalecidos pelo sacramento da confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na eucaristia. Assim, por efeito destes sacramentos da iniciação cristã, estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade”. (CIC, n.1212).

Para esse novo processo catequético é necessário investir na formação de catequistas que sejam verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, conhecedores de sua Palavra e missionários do Reino, capazes de celebrar a sua fé. Nesse processo, a presença da comunidade cristã, como fonte e meta da educação na fé, é o fator privilegiado dessa iniciação cristã.

Dificuldades nessa realidade

A catequese ainda é assumida e vista como escola. Muitos a entendem unicamente como espaço de transmissão de conteúdos mentais relativos à fé e não como iniciação à vida cristã. Essa dificuldade nos é revelada pela não continuidade das relações dos catequizandos com a Igreja depois da primeira eucaristia, como se estivessem apenas buscando um diploma.

Temos uma massa de cristãos que participam das nossas comunidades sem a consciência clara da vida cristã. Celebram os sacramentos com preparação insuficiente ou superficial.

A catequese ainda é vista como tarefa exclusiva do catequista. Não fomos suficientemente despertados para a corresponsabilidade da comunidade de fé. Falta o apoio da família, da comunidade local e de alguns padres para o exercício comum da catequese e o seu devido acompanhamento como serviço essencial da comunidade.

O catequista precisa estar em contínua formação humana e cristã. Por isso, não bastam os encontros semestrais. Esses são muito mais momentos de sensibilização para o trabalho catequético e não indicadores de que, ao participar desses encontros, o catequista esteja em condições de realizar bem a tarefa pastoral. O catequista precisa de melhor formação. Em alguns casos, até mesmo ser catequizados! Falta formação continuada no âmbito do conhecimento das Sagradas Escrituras, da Liturgia, dos novos métodos pedagógicos e dos instrumentos científicos que a psicologia, a antropologia, a sociologia e as demais ciências humanas oferecem.

Falta clareza metodológica em nossa catequese. A participação na liturgia supõe uma boa iniciação na catequese, assim como remete a ela. Quem participa das celebrações deseja se aprofundar na compreensão dos ritos e símbolos. Encontros pouco celebrativos e muito orientados para “passar conteúdo” não ajudam a iniciação aos sacramentos. O distanciamento das celebrações litúrgicas da comunidade também dificulta o processo catequético como iniciador da fé.

Existe uma ruptura entre os sacramentos e o testemunho cristão. A preocupação maior prende-se à celebração dos sacramentos, sem incluir esforço para a vivência autêntica da fé. É de responsabilidade dos pais e padrinhos oferecerem aos filhos e afilhados uma experiência de fé no seio da família e no contato com a comunidade. As crianças são sensíveis ao que dizem e fazem seus pais. São os adultos que lhes oferecem um modelo de vivência e testemunho do Evangelho. Pais e mães, padrinhos e madrinhas muitas vezes não estão atentos a esse testemunho no seio da família, ou no convívio com a criança.

Há sinais concretos de que a preocupação da família quanto à vida de fé que oferece aos seus filhos é pouco consistente, incipiente e não

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