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Literatura Joanina E Cartas Católicas

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Por:   •  5/5/2013  •  3.112 Palavras (13 Páginas)  •  902 Visualizações

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SEMINÁRIO DIOCESANO NOSSA SENHORA DO AMOR DIVINO

CURSO DE TEOLOGIA PARA LEIGOS Setembro/2007

Disciplina: Sagrada Escritura - Literatura Joanina e Cartas Católicas

Professor: Diácono Fabiano Oliveira Goulart

Aluno: Ronaldo Sebastião Gomes

Entre os dados da análise literária que João nos proporciona há um que sobressai: a centralidade de Jesus. Ele é o objeto teológico de toda sua obra. Tendo como base nossos estudos sobre o quarto Evangelho e outros materiais como subsídio, quem é Jesus para o Evangelho de João? Responda a questão partindo do aspecto revelador como mais característico dos sinais presentes no quarto Evangelho.

O termo Verbo tem algo singular e expressa de fato uma realidade singular. É a tradução do grego logos, o qual significa normalmente a palavra. O que era desde o princípio e nossas mãos apalparam a Palavra da Vida. Esta Palavra da Vida é sem dúvida o Verbo do Prólogo. Nós o apalpamos e o contemplamos como em Jo 1,14 "vimos a sua glória", mas Palavra da vida é um nome muito menos misterioso do que Verbo. O termo Palavra da vida define o personagem por seu papel: ele dá a vida e é sua palavra que tem o poder de dar a vida. O seu nome lhe vem daquilo que ele faz. É nome de função assim como "Autor da vida", "cabeça e redentor", "autor e realizador da fé". Palavra de Deus, fiel e verdadeiro não dizem imediatamente quem ele é, mas sim o que ele faz: ele é a palavra de Deus que se cumpre. Jesus se revelara onde estava, com a grandeza e profundidade de Deus, no mistério de sua filiação.

Ele é o Filho de Deus, sua origem deve ser procurada fora desta terra, para além da brecha aberta no céu, na palavra que ele recebe de Deus: "Tu és o meu Filho amado" (Mc 1,11). João por iniciativa própria dá a Jesus o nome de Verbo. O Verbo que estava junto de Deus desde o princípio, e era Deus antes que surgisse a primeira criatura, não é mais íntimo a Deus, mais profundamente interior ao mistério do Pai do que o Filho bem-amado dos sinóticos, mas sua existência, para além do princípio, lhe permite abraçar todas as dimensões do universo e ser atuante ao longo de toda a nossa história. Ele coexiste com tudo o que vem a existir, porque ele era antes que criatura alguma fosse. Coexistência e preexistência.

Desde que o mundo existe, desde o princípio, o mundo passa, enquanto o Verbo permanece. Desde sempre , o Verbo, em sua existência eterna, é para o mundo, aquilo mesmo que ele virá a ser, um dia de nossa história, em nossa existência carnal. É o mesmo Verbo, a mesma luz, a mesma vida; é da parte do homem, a mesma reação de recusa.

À recusa do homem, o Verbo responde por uma iniciativa inédita: encarna-se. O Verbo permanece o mesmo quando vive e fala como homem e sobre o homem, e quando se revela e fala através da criação, mas ele tem uma maneira de existir e de falar nova e mais rica que diz quem ele é e quem é seu Pai.

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Este estava desde o princípio em Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada foi feito do que foi feito. O que foi feito é vida nele, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam. A alma do homem, embora dê testemunha da luz, não é a luz, mas o Verbo, Deus, é a verdadeira luz, que ilumina a todo homem que vem a esse mundo. E que neste mundo estava, e que o mundo é criatura sua, e que o mundo não o conheceu. Mas que ele veio para a sua casa, e que os seus não o receberam, e que a quantos o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus, desde que acreditem em seu nome. O Verbo, Deus, não nasceu de carne nem de sangue, nem por vontade do homem, nem por vontade da carne, mas de Deus. Mas que o Verbo se fez carne, e habitou entre nós.

Jesus Cristo é a Palavra: ele que fala sempre em seu próprio nome, mesmo quando afirma ter recebido sua palavra daquele que o enviou (Jo 7,16; 8,28.43.51). E se ele é a Palavra, ele é, ao mesmo tempo, a Sabedoria, a Justiça e a Verdade. Palavra de Deus, mas Palavra que é responsável perante Deus, que se apresenta a ele para o ouvir e lhe obedecer. Palavra que ouve e cumpre. Palavra que se apresenta aos homens como vinda de Deus, fala de Deus e fala a Deus. Palavra tão real como as criaturas de nosso mundo, tão distinta de Deus quanto elas. Palavra, porém, forte própria força de Deus, cheia de sua plenitude e de sua verdade. A realidade pessoal de Jesus Cristo, sua personalidade concreta, fazem com que a Palavra e a Sabedoria não sejam mais "entidades mediadoras", mas um mediador, o Mediador, o Verbo. Presente no mundo desde que o mundo existe, presente a Deus desde sempre. Alguém distinto de Deus, capaz de o ouvir e de lhe falar, mas não um segundo Deus já que ele é a própria Sabedoria e a própria Palavra de Deus.

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nos vimos a sua glória (Jo 1,14). O acontecimento para o qual, desde o princípio o Verbo se encaminhava, e que se realizou na presença de algumas testemunhas que podem dizer: vimos a sua glória. A humanidade de Jesus é o único lugar em que o Deus invisível se revela na verdade. Para ir a Deus, não existe outro caminho além da carne do Verbo. Se não fosse esta glória genuína e única, de que nos serviria o Verbo ter vindo habitar entre nós? Se não nos trouxesse o amor com com que Deus nos ama desde sempre, de que lhe serviria ter-se feito homem? A maravilha consiste justamente na visibilidade deste amor e desta glória em sua carne.

A lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo. Como nas declarações da Sabedoria em Israel, a apresentação do Verbo, termina pela oferta dirigida aos homens. Agora que o Verbo se fez carne, toda a luz e avida que ele possuis tornaram-se visíveis e acessíveis na pessoa de Jesus Cristo, razão por que o Verbo deixa de ser mencionado: tornou-se totalmente Jesus Cristo no qual recebemos tudo de Deus.

Quem é Jesus? O que dizem os homens:

1,19s Quem és tu? Eu não sou o Cristo. Quem és então? És tu Elias? Não o sou. És o profeta? Não. 1,29 Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 34 Eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus. 36 Eis o Cordeiro de Deus. 41 Encontramos o Messias. 45 Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas. 49 Rabi, tu és o Filho de Deus, és o Rei de Israel. 3,2 Sabemos que vens da parte de Deus como um mestre. 4,19 Vejo que és um profeta. 42 Já não é por causa das tuas

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