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O TEÓLOGO COMO UM FORMADOR DE OPINIÃO PERANTE A SOCIEDADE - Cópia

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Por:   •  4/10/2014  •  2.403 Palavras (10 Páginas)  •  2.331 Visualizações

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Título: O Teólogo como um formador de opinião perante a sociedade

Autor: Ana Paula Raimundo Pereira

RESUMO

Este estudo tem por principal objetivo analisar os critérios e características que os teólogos precisam ter para formar opiniões perante a sociedade sem deixar de lado o valor da sua devida função como teólogo, esclarecer, aconselhar e orientar seus fiéis sempre na direção do Espírito Santo.

A Teologia é, hoje, uma ciência humana intimamente conectada às ciências da religião. Porém, ela se distingue das ciências da religião na medida em que se debruça no estudo, pesquisa e ensino da construção do saber teológico desenvolvido na tradição cristã. Desse modo, a Teologia tem como objeto específico de estudo, a tradição teológica cristã, definida a partir da delimitação do cânon das Escrituras Sagradas (Antigo e Novo Testamento), do estudo histórico-crítico desse cânon, do estudo das diversas interpretações desse cânon em doutrinas, do estudo do desenvolvimento institucional da Igreja e do pensamento cristão na história.

Com está ciência que estuda sobre Deus, o teólogo então tem a missão de ajudar as pessoas a responderem questões como de onde viemos? Ou para onde iremos? Existe

céu e inferno? Como é Deus?

Palavras-Chaves: Deus, Teologia, Opinião

1 - INTRODUÇÃO

Para uma melhor compreensão, vamos definir o que é Teologia. De acordo com o conteúdo que tenho estudado na apostila do ITQ; Introdução a Teologia: Profa Eliane H. Rodrigues, Profa Josilene do Nascimento, 2011. A palavra teologia é de origem grega. Theos significa Deus e Logia indica o sentido de estudo. Sendo assim, Teologia é o estudo sobre Deus ou sobre as coisas de Deus. A teologia, mais que conhecimento de Deus, mais que discurso sobre Deus, é também, sobretudo conhecimento e discurso a partir de Deus, possibilitado por iniciativa e desejo do próprio Deus. Não haveria teologia se Deus não houvesse rompido o silencio e falado sobre si próprio. Assim como não pode haver teologia se o ser humano não se dispuser a escutar e crer que o que foi dito e esta escrito é verdade.

Não haverá, igualmente, teologia se a razão humana, criada e dada por Deus, não se colocar em marcha para organizar e entender o dado revelado de forma organizada e comunicável as gerações de ontem , de hoje e de amanha.

Uma das preocupações humanas que têm escapado freqüentemente dos círculos acadêmicos é o da busca espiritual do sentido da vida. Embora a filosofia tangencie esse campo, não é do seu campo de conhecimento científico aprofundar as discussões sobre as diferentes experiências da fé no divino. Nos últimos anos, tem se firmado, no Brasil, dentro do escopo das ciências humanas, a área de “Ciências da Religião”, voltada especificamente para estudar as diversas manifestações religiosas na história da humanidade e na sociedade atual, servindo-se, para tanto, do método fenomenológico, de pesquisas históricas, análises sociológicas e psicológicas. As Ciências da Religião estudam também a construção do saber religioso e sua organização em teologias e teodicéias. Trata-se de uma área que, em outros países, tem longa tradição em pesquisa e ensino.

2 - O TEÓLOGO COMO UM FORMADOR DE OPINIÃO PERANTE A SOCIEDADE

Como fazer com que uma sociedade incrédula entenda a existência de Deus? Esse é um dos grandes problemas de todo teólogo, que não consegue sequer começar a formar opinião alguma sem crer no principal, Deus. Vemos a preocupação do Apóstolo Paulo em orar pelas igrejas, para que crescessem no conhecimento, pois entendia que isso produziria um viver santo. Sem dúvida o teólogo deve ter esse viver santo e saber que seu viver santo influencia e conscientiza o homem a crer no que foi dito e escrito por revelação de Deus.

Um teólogo como um formador de opinião deve sentir-se completamente desesperado de seus próprios sentimentos e razão, pois, mediante essas coisas, você não atingirá o objetivo…. Dobre seus joelhos em seu quarto, em particular, e com sincera humildade e zelo ore a Deus por meio de seu amado Filho, para lhe conceder graciosamente o seu Espírito Santo, que o iluminará, guiará e dará entendimento. Conforme

podemos ver, Davi orava constantemente neste salmo…”

(Salmos 119)

Verso 18: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”.

Versos 27, 33: “Faze-me atinar com o caminho dos teus preceitos… Ensina-me, SENHOR, o caminho dos teus decretos”.

Versos 34-37: “Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei… Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo. Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça… vivifica-me no teu caminho”.

“Davi usou muitas outras palavras dessa natureza, embora conhecesse bem o texto de Moisés e de outros livros, os lesse e os ouvisse diariamente. Apesar disso, ele desejava ter o verdadeiro Senhor das Escrituras, a fim de, por todos os meios, assegurar-se de que não penetraria nas Escrituras com seu próprio entendimento e se tornaria o senhor delas.

Porem a teologia não pode desistir, pois esse trabalho deve ser feito. Seus resultados são de imensa importância para a evolução da missão teológica, que é fazer a sociedade crer em Deus, e seguir seus princípios deixados registrados na Bíblia. No entanto, somente a Bíblia tem a resposta mais segura e compatível com a origem da vida e dos seres criados. Formar opiniões que resultem à esta reação da sociedade é muito difícil. Segundo DALSASSO (2006) a importância de formar opinião é:

Formar opinião é relevante porque gera crença, que é o núcleo da vontade, da decisão e da mudança. Geralmente, os formadores de opinião são agentes organizações, instituições ou pessoas que adquiriram exposição e respeitabilidade por terem cumprido realizações notáveis [...] Quando eles se pronunciam, a sociedade ou segmentos dela aceitam seus pontos de vista como verdades irrefutáveis, determinantes.

Gerar crença em Deus depende então que teologia surpreenda o meio social de forma impactante. Devemos agir com grandes estudos e muito bem fundamentados, não simplesmente falando de fé (que é indispensável ao teólogo), mas usando argumentos

racionais sem estipular dogmas, buscando responder os problemas que atingem a

sociedade em que vivemos. Como afirma ZILLES (2008):

Cada vez mais o papel do teólogo torna-se imprescindível para a vida da igreja e da sociedade não basta repetir doutrinas e fórmulas dogmáticas, oferecendo respostas a perguntas hoje não-feitas. Sua missão na igreja é buscar respostas para problemas novos e velhos à luz da fé e da razão [...] Se fé é necessária para fazer teologia, isto não significa que é suficiente. O teólogo deve buscar "as razão de sua fé" (1 Pd 3,15), no mundo de hoje, com discernimento crítico, uma plausibilidade racional da fé, falar com coerência do Deus testemunhado pelas Sagradas Escrituras. [...] Mesmo tratando do ministério de Deus, o

teólogo não se pode furtar às exigências da racionalidade crítica.

Assim definimos que a produção teológica nos tempos contemporâneos, não deve apenas se basear na fé, mas assim como nosso culto ao Senhor (Romanos 12,1), os estudos referentes à teologia devem apresentar características que provem da

racionalidade humana também.

Para orientarmos, tanto nossas igrejas, quanto a sociedades necessitamos sermos teólogos de excelência. A apostila de introdução à teologia do SGEC, fala disso:

Sua função é esclarecer a fé da comunidade, aprofundá-la, redizê-la, dentro de uma síntese atual, de tal forma que a fé mantenha seu enraizamento no passado e ao mesmo tempo,

reflita sobre as questões do presente.

[...] Ficando evidente a importância da formação de teólogos que impressionem o meio secular com suas argumentações com caráter racional, comprovando o porque da nossa fé, e assim formando opiniões que venham a ser base da verdade que pregamos.

percebe-se que a teologia ainda é superestimada a toda e qualquer área acadêmica. Fora, porém, desse ambiente religioso, ela se sente até mesmo inferiorizada diante de outras ciências mais respeitadas e divulgadas no chamado mundo secular. O cerne da tensão talvez esteja em que a teologia, diferente de outras ciências, constitui um saber irredutível, onde uma nova luz nunca deve desmerecer ou negar a luz anterior. É um saber progressivo, mas não necessariamente "experimental" como exigem as normas do moderno método científico.

[...] e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

(Romanos 12:2)

3 - COMO SER UM VERDADEIRO TEÓLOGO

Ser teólogo não é ser um profissional da fé, mas um vocacionado por Deus. Já ouvi muitos questionamentos sobre teologia, dentro das igrejas. E é quase uma unanimidade, entre irmãos de algumas delas quando dizem: “Cuidado, se estudar teologia perderá a fé!” Será que a teologia não é importante ou necessária nos dias de hoje? Tudo o que precisamos é somente declarar nosso amor por Jesus?

A reforma protestante nasceu como marco dessa mudança de paradigma. Teologicamente a igreja estava tão afastada do propósito de Deus, que se transformou em uma instituição voltada para dentro de si. Era necessário voltar para a iluminação das escrituras. Se hoje existem igrejas denominacionais, pentecostais, históricas e até mesmo aqueles que acreditam que podem ser crentes sem uma igreja, saibam que para isso houve a necessidade de uma reforma teológica, uma volta as doutrinas bíblicas.

No AT, quando o povo de Israel se rebelava contra Deus, ele levantava uma profeta que trazia novamente a “doutrina” do culto monoteísta ao povo. Jesus afirmou que seu propósito era cumprir toda a lei, através da aplicação prática da doutrina no dia a dia, passava dias na sinagoga “ensinando” todo o povo, e João afirmou que Ele era a própria Palavra da Verdade. Deus ao longo da história levantou reformadores, que tinham como único objetivo despertar a igreja de sua apatia e carnalidade, trazendo novamente a reflexão teológica à tona. Enfim, Deus, contou, conta e sempre contará com os teólogos para re-escrever a história. Portanto, negar a teologia, é negar o próprio Deus. A razão, em nossos dias tem dado lugar ao “sentir” e “perceber” como se a nossa relação com Deus fosse unicamente extra-sensorial. O que não é verdade, Deus se revela na sua Palavra e nas coisas criadas. Amar a Deus é amar a sua palavra, e se devotar a estudá-la e aprender Dele, através da revelação contida na Escritura Sagrada. Nossa sabedoria, mentalidade, conhecimentos, intelecto, isto é, aquilo que nos difere da maioria dos animais, é e deve ser usado, como instrumentos de adoração a Deus, como? Estudando Teologia, adquirindo “conhecimento a respeito de Deus”. Vivemos em uma geração facilmente influenciada pela visão de um líder carismático, e se for pragmático também, melhor ainda, pois responde a necessidade do mercado religioso. Tornamo-nos cativos de argumentos que derrubam todo esforço intelectual dentro das igrejas, substituindo a plenitude do Espírito, pela distração ministerial, promovendo doutrinas inúteis e uma vida fadada a mortandade espiritual. A Boa teologia é aquela pautada nos textos bíblicos, que gera vida abundante, pra quem dela se vale, e que não satisfaz os caprichos humanos.

Teologia nada mais é do que o entendimento de quem Deus revela ser e quais os seus feitos por nós. Teologia diz respeito a vida diária, ao nosso relacionamento com Deus e com os outros, e a maneira como nós olhamos o planeta e a criação. Teologia envolve tudo o quê vemos, e até o que não vemos. Teologia são para aqueles que amam a Deus e que jamais gostariam de decepcioná-lo. Estudar teologia é um sinal de maturidade espiritual, como Paulo afirmou:

“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino." (1 Coríntios 13:11)

Um teólogo procura o tempo e a hora para tornar a religião em um saber racional, no caso, um saber chamado teologia (estudo de Deus: teo = Deus; logia = estudo). Sua atitude diante da religiosidade é quase sempre objetiva, uma vez que a religião em si e mais precisamente a fé tem caráter subjetivo. Uma coisa é termos fé, outra é estudarmos os fenômenos da fé. Para o primeiro caso, basta crer, acreditar num dogma ou numa doutrina como verdade a ser vivida. No outro, esta mesma fé será interpretada, relativizada e, conseqüentemente, racionalizada, O teólogo, então, é aquele que deseja ser os olhos da razão dentro de uma experiência que normalmente só pode ser vivida sem questionamentos, ou seja, na fé, que não questiona, não interroga, apenas crê. Por isso nada impede que um teólogo venha a ser um religioso fervoroso ou uma pessoa completamente descrente de Deus. Uma coisa não impede a outra. No exercício ou não da fé, crente ou descrente. No exercício da profissão, teólogo sempre. A imagem que algumas pessoas fazem de um teólogo é de alguém que está constantemente enclausurado no último aposento de uma casa, às voltas com obras raras, escritas em dialetos desconhecidos do grande público ou com livros pesados e grossos. Algo assim como no filme o Nome da Rosa, não? Mas, na verdade, um teólogo é uma pessoa bem mais próxima de nós do que pensamos. Ele presta serviços de consultoria a escritores, por exemplo, que estejam usando a religião para contar alguma história ou fornece orientação a grupos religiosos em geral, principalmente organizações não-governamentais. Outra confusão que é feita com freqüência: um padre ou um pastor podem ser um teólogo mas um teólogo nem sempre é um religioso. Podemos encontrar um teólogo dando aulas em cursos universitários da área de ciências sociais, como: Letras, Antropologia, Sociologia. Aliás, é cada vez maior nos meios acadêmicos a intertextualidade entre as disciplinas. E em relação à teologia isso é sentido de forma evidente. Trata-se de um fenômeno recente a redescoberta da leitura teológica do mundo nas áreas de ensino voltadas para o

conhecimento do comportamento humano em geral.

4 - CONCLUSÃO

Fica bastante claro neste estudo que, para sermos e desempenharmos bem nossa função como teólogos junto a sociedade, precisamos antes de tudo buscar cada dia mais e mais o discernimento e a inspiração do Espírito Santo para junto a sociedade estar procurando esclarecer e refletir sobre as necessidades e problemas do mundo atual. Para o teólogo ter sucesso no seu desempenho deve estar sempre examinando as Sagradas

Escrituras, lá temos todas as respostas, que Deus na sua infinita bondade e

sabedoria nos deixou.

5 - REFERENCIA

Bruno Batista Bizarri; Trabalho de Introdução a Teologia, O teólogo como um formador de opinião perante a sociedade.

SGEC. Apostila Introdução à Teologia. Curitiba: SGEC, 2011.

ZILLES, URBANO. O Perfil do Teólogo Hoje. Teocomunicação, Porto Alegre/RS, pag. 341 e 342, dezembro/2008.

Bíblia Sagrada

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