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OS MANUSCRITOS DE QUMRAN

Por:   •  17/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.241 Palavras (13 Páginas)  •  303 Visualizações

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TATIANE FERREIRA MARQUES

OS MANUSCRITOS DE QUMRAN

Trabalho apresentado ao Seminário Teológico do Oeste, em cumprimento as exigências da disciplina HERMENÊUTICA I, relativo ao resumo do capitulo três do livro “A Bíblia e seus Intérpretes: uma breve história da Interpretação” de Augustus Nicodemos Lopes.

Orientador: Lídia Lopes.

Rio de Janeiro

2015

LOPES, Augustus Nicodemos. Capítulo 3: A Comunidade do Mar Morto. In: LOPES, Augustus Nicodemos. A Bíblia e seus Intérpretes: uma breve história da Interpretação. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 65-81.

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RESUMO:

No capítulo três do Livro a Bíblia e seus Intérpretes, Augustus Nicodemos informa sobre antigos manuscritos encontrados em 1947, em cavernas próximas as comunidades da vila de Qumran, a margem norte do Mar Morto, na palestina. Tais manuscritos ficaram conhecidos como Manuscritos do Mar Morto e trouxeram uma luz quanto as técnicas Hermenêuticas dá época e os intérpretes do Antigo Testamento.

Embora haja semelhanças na exegese de tais manuscritos, com os textos do Novo Testamento, não há provas de que os escritores do primeiro século tiveram contato como nativos de Qumran e nem vice verso. Não há um consenso único se tais documentos foram produzidos em Jerusalém e posteriormente escondidos em cavernas, antevendo a invasão da cidade em 70 d.C., ou se estes foram escritos pelos Essênios que moravam no mosteiro da irmandade de Qumran, sendo, porém, esta última a mais acolhida pelos eruditos estudiosos, importando, que poderiam refletir o tipo de interpretação Judaica praticada por uma linha do judaísmo em vigor na época.

Os manuscritos encontrados, não trouxeram em si informações sobre a comunidade que os abrigava, as informações obtidas são indiretas e deduzidas, utilizando-se dos próprios documentos e de informações fornecidas por autores antigos de renome, como Flávio Josefo, Plínio, o Velho e Filo de Alexandria, que descreveram características, possivelmente dos membros dessa comunidade, mas com divergências, dificultando a comprovação exata sobre história e identidade da irmandade. Porém a maioria dos estudiosos identifica a comunidade como Essênios.

É possível sistematizar suas principais Crenças, convicções que formavam sua base doutrinária e prática, Augustus Nicodemos cita apenas as de maior influência nos intérpretes bíblicos da comunidade.

O verdadeiro Israel: A comunidade acreditava ser o remanescente fiel de Israel, mencionado nas Escrituras de forma profética, e desta forma não comungavam as mesmas tradições judaicas da palestina, visto que acreditavam que estes haviam desviado-se do propósito original, acreditavam que como haviam se retirado para o deserto para se separarem, eles eram o alvo da nova aliança profetizada por Jeremias, sendo a antiga rompida no exílio, e tendo Deus estabelecido esta nova aliança com o verdadeiro Israel, sendo o líder fundador o “Mestre da Justiça”, desta forma entendiam que eram detentores da correta interpretação das Escrituras.

Os últimos dias: Como a consciência certa de sua posição real, entendiam que estavam vivendo os últimos dias da história, e aguardavam a manifestação final de Deus na batalha entre o bem e o mal, batalha esta relatada em um rolo chamado Rolo da Guerra, onde acreditavam ser parte integrante dessa guerra e que lutariam contra o mal como guerreiros da Luz, inclusive aparenta que alguns juntaram-se aos zelotes, um ramo judaico de resistência, na fortaleza de Massada, crendo que esta era a batalha final citada nesse rolo. Porém Massada foi conquistada pelos Romanos levando muitos da resistência ao suicídio.

Messianismo: Pela interpretação de Zacarias 4.14, os fariseus criam na vinda de um Messias como Líder político, descendente de Davi e outro religioso, descendente de Arão, como o Sumo sacerdote, e os Essênios acreditavam ainda no terceiro, o profeta, que restauraria o ministério profético cessado em Malaquias.

As Escrituras: Quanto as Escrituras, eles aceitavam o Antigo testamento como palavra de Deus, dando especial atenção a Lei de Moisés, porém somente aos líderes e especialmente ao Mestre da Justiça, era revelado o verdadeiro sentido das Escrituras, e por não acreditarem como os judeus da palestina, na finalização do cânon, acreditavam que a bíblia estava ainda aberta para novas inspirações, incorporando desta forma seus Escritos, que eram preservados por força de Juramentos.

Os Escritos encontrados nas cavernas foram neste capítulo classificados a seguir.

Bíblicos: A Comunidade demostrou com a preservação desses achados, um alto apreço pelas Escrituras, foram encontrados na comunidade fragmentos com partes de mais de vinte e um livros do Antigo testamento em hebraico, encontraram um rolo contendo o livro de Isaías completo, parte de Levíticos, mais de cem Salmos, parte da Septuaginta, fragmentos de livros apócrifos como Gênesis em Aramaico, Tobias, Eclesiástico, Livro do Jubileu, Enoque e alguns testamentos dos Doze Patriarcas, no geral preservadas as leituras do texto Massorético, com pequenas adições e omissões. Quanto a Novo testamento, não há comprovações que os livros que foram encontrados na língua grega, refiram-se a ele, pois não há indícios que a comunidade tinha conhecimento de sobre Jesus.

Religiosos: Por se tratarem da vida religiosa, tais escritos são a maior base para um melhor entendimento da vida e prática dos membros da comunidade, parecendo ser em sua maioria de autoria do Mestre da Justiça. É possível que a Regra da Comunidade, seja o mais antigo documento, nele eram descritas as instruções sobre iniciação na fé essenica, vida em comunidade, extratos litúrgicos, um código penal, entre outros, contendo se necessárias, passagens das Escrituras para validar suas regras. Outro documento encontrado em Qumran, foi fragmentos extensos de um pacto chamado Pacto de Damasco, que continha exortações e estatutos, escritos possivelmente pelo Mestre da Justiça, embasado em histórias e ensinamentos do Antigo testamento, esse documento no campo da hermenêutica possivelmente seja o de maior valor, pois mostra como esses líderes interpretavam as Escrituras. O Rolo da Guerra já mencionado, detalha a ordem da grande batalha final, bem como armas, táticas e como se desenrolaria

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