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Livro manuscrito: A Pequenina e Seu Anjo

Por:   •  17/3/2016  •  Artigo  •  5.186 Palavras (21 Páginas)  •  317 Visualizações

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A Pequenina e seu anjo

por Autor

        Dois meses depois do meu aniversário de quinze anos, alguém muito importante e especial pra mim, meu irmão, faleceu em um acidente de carro, foi horrível ouvir essa notícia nas primeiras horas do dia, foi como se me tirassem o chão, tivessem enfiado uma faca bem no meio do peito, é uma dor insuportável, pois imaginamos, pelo menos eu, em participar de velórios de outras pessoas e jamais de alguém da sua própria família. Minha mãe, simplesmente surtou, pois ele havia deixado uma filha de apenas 3 meses de vida.

Depois de todas as despedidas com muita alvoroço, pra mim ainda não tinha caído a ficha que isso era realmente real, fiquei sem noção, como dizem, “avoada”, olhando para o sofrimento da minha mãe e eu não saber o que fazer. Tinha meu pai, que nos ajudou, obvio, ele que tentava nos animar e meio que consolar.

Eu não chorava muito, pois queria passar força pra minha mãe, mas doía muito em meu peito, uma dor que somente Deus sabe o tamanho.

O tempo se passava e aí sim, tive que aceitar que tudo aquilo realmente foi verdade.

Dois anos se passaram mas parecia que foi apenas dois meses, pois a dor e o sofrimento permanecia instalada no peito. Voltei a minha rotina quase normal, pois voltei a estudar e frequentar a igreja e assim distraía um pouco a cabeça e vivia um pouco mais.

Eu ía a igreja, mas não era como antes, sabia que algo havia mudado, sentia algo diferente quando orava, mas pensava que era apenas por causa da saudade que sentia do meu irmão. Eu desanimei, acho que minha fé meio que esfriou, pois não entendia por que Deus havia levado meu irmão, sendo que ele tinha uma filha para educar, para amar, para se fazer presente na sua vida. Me afastei. Deixei de ir à igreja.

Três anos depois da morte do meu irmão, eu já me sentia bem melhor, já encarava a vida com outros olhos, já conseguia fazer com que eu não pensasse tanto na dor e assim vivia um pouco melhor, mas houve uma noite que meu peito começou a doer, uma vontade imensa de chorar, mas não era deitada na cama, e sim de cara no chão, foi então que não lutei pra isso acontecer, foi arrebatador o que senti, me ajoelhei com o meu rosto no chão e comecei a chorar, coloquei tudo o que havia guardado há anos pra fora, desabafei com Deus, e simplesmente eu sentia que parecia que Ele me ouvia e ao mesmo tempo me acalentando, quando senti Ele passando a mão em meu rosto e falando que eu deveria voltar à me congregar. Meu choro foi sessando, eu fui me acalmando, quando eu começo a falar, meio que dizer que não queria mais voltar pra lá, que queria ficar do jeito que eu estava, mas eu já não ouvia mais nada além da minha voz. Foi então que fui para cama e adormeci.

 No dia seguinte me sentia muito bem, acordei alegre, cantando, coisas que havia um bom tempo que não fazia. Sentia uma paz em meu coração inexplicável.

No finalzinho da tarde, me deu vontade de ir ver o pô do sol, foi então que percebi que na noite passada havia acontecido algo extraordinário pois consegue perceber a beleza magnifica do sol, e magnitude das estrelas. Naquele lugar escolhido para ver o pô do sol, tornou único, meu lugar secreto, onde, todo final de tarde eu ia para lá.

Depois de uma semana que ia ver céu, comecei a sentir uma vontade imensa de falar com Deus, de comentar quão perfeição Ele havia feito ao criar a terra, mas era falar e não orar, como conversa com um amigo.

Todos finais de tardes, falava pra Deus sobre como Ele havia pintado o céu nesse dia, e é lindo de mais, cada novo dia o céu estava de uma forma diferente, era como se fosse uma tela pitada, tinha toda delicadeza tanto no pô do sol quanto no aparecimento das estrelas e da lua. Foram vários dias de conversa até que um certo dia, resolvi voltar para igreja como Deus havia me falado e foi o dia mais incrível da minha vida inteiro, pois conheci Deus de verdade, senti seu toque outra vez, passei senti-Lo de perto, passei a tê-Lo como meu melhor amigo.

Nossas conversas era cada vez mais real, pois a medida que eu O buscava eu O sentia como se fosse um amigo do dia a dia, é algo muito maravilhoso. Ele me fazia rir, me fazendo lembrar de momento especiais, Ele me falava sobre a delicadeza do vento, me fez enxergar a beleza nas coisas simples, a importância da família, a magnitude do amor, me levou a outro mundo, me fez sentir a verdadeira felicidade.

Conversar com Ele, a cada dia me mudava mais e mais.

(É isso que Ele quer, ter um relacionamento de amizade com os seus filhos, Ele ama tá perto de cada um de nós.)

Ele me faz saber o peso e a importância das palavras, me ensinou a saber usa-las de forma simples, mas verdadeira, pois com Deus tudo é simples, mas intenso a ponto de deixar sorriso bobo no rosto. Meu rosto brilhava de tanta felicidade que é esta com Ele, caminhar com Ele, conversar com Ele, O ter verdadeiramente como o nosso melhor amigo, é maravilhoso uma vida em comunhão com Deus, com Papai.

Papai, me faz sentir criança outra vez, me colocava para dormir, sorria comigo, faz cafuné, sorrir comigo... Ah! Quão maravilhoso é estar com Ele, em nosso lugar secreto, muita coisa aprendi, assim como muita coisa enfrentei. Ele além de me fazer sentir maravilhada com seu doce amor, me ensinou sobre as suas palavras e revelou-me qual era meu dom, e incrível que pareça, revelou-me o dom do Amor, dom mais magnifico que alguém pode ter.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:1-13 Texto da Bíblia Sagrada.

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