PIETÁ

PIETÁ: A partir da imagem abaixo, escreva um CONTO. Observe o que foi estudado antes para a composição de seu texto. Máximo de 30 linhas. Utilize a língua culta.

Era noite. O silêncio absoluto foi quebrado pelos soluços de uma mãe. Não havia mais lágrimas, apenas uma dor insondável cortando-lhe o coração. A ordem biológica tinha sido violada! Os pais deveriam sepultar os filhos. Olhando para o rosto de seu filho desfalecido em seus braços, Maria se lembrava das últimas palavras dele, poucos dias antes daquele terrível acontecimento.

- Mãe está chegando a minha hora, quando terei de cumprir a missão que me trouxe a Terra.

Ela respondeu: - Ainda não compreendo o que você quer dizer, Jesus! Há tanto tempo estamos juntos, aprendi muito com você, presenciei muitos dos seus milagres, mas ainda não entendo o que diz.

Jesus deu um longo suspiro e contemplou o horizonte que estava deslumbrante com o por do sol tingindo o céu com cores incríveis. Voltando a face para Maria disse:

- Os profetas falaram da minha vinda, da minha missão e do sacrifício que terei de fazer para salvar a todos aqueles que creem em meu nome.

Pegando a mão de Maria, Jesus a apertou com força e com os olhos rasos d’água disse:

- Não tenho escolha terei que deixa-la. Fez-se uma longa pausa entre eles. Ele continua:

- Quando penso no que terei que enfrentar, as forças me faltam. Gostaria de fugir, fingir que as profecias não são para mim, entretanto, não quero decepcionar o meu Pai.

Maria sente o coração apertando dentro do peito. Sugere então para Jesus.

- Vamos fugir, assim como fomos para o Egito fugindo de Herodes quando ele tentou matar você quando ainda era pequeno.

Jesus concorda e vão para o quarto arrumar as malas. De repente Jesus cai no chão em prantos e grita: - “Pai, Pai, meu Deus e Pai perdoa-me a fraqueza”. Sai correndo de casa em direção ao Monte das Oliveiras.

Eles só voltaram a se encontrar no caminho para o Gólgota. Quando o viu todo ensanguentado, com um manto vermelho nas sobre os ombros, uma coroa de espinhos na fronte e uma cruz pesada sobre os ombros, ela desfaleceu e foi amparada por Maria Madalena e Joao, discípulo de Jesus. Ele olhou para ela e mesmo em meio a tantos sofrimentos sorriu. Era o seu amado filho. Ele estava moído, ferido, irreconhecível como dissera o Profeta Isaias:

- Ele será moído pelas nossas iniquidades.

Pregado na cruz. Ele disse: - está consumado! Suspirou e morreu. Retiram Jesus da cruz e o depositaram nos braços de sua mãe. Maria pegou seu filho nos braços e o limpou com tanto amor, carinho e cuidado que comoveu a todos que olhavam aquela cena. Ouviram-na falar num fio de voz: - Deus me deu este filho que tanto amo, ele agora o está levando de volta. Jesus o maior de todos os profetas, o filho de Deus Altíssimo agora estava em inerte em seus braços. Não havia mais lágrimas, apenas o silencio, o vazio, a dor e a solidão de uma mãe que contempla o filho morto em seu colo.

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