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Protestantismo no Brasil

Por:   •  11/3/2017  •  Artigo  •  1.773 Palavras (8 Páginas)  •  250 Visualizações

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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO

COMENTÁRIO IGREJA E MISSÃO INTEGRAL NO TEXTO DO PACTO DE LAUSANNE

                                                                                 Adriano Ferreira Martins

                        S Ã O   P A U L O

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Adriano Ferreira Martins

COMENTÁRIO IGREJA E MISSÃO INTEGRAL NO TEXTO DO PACTO DE LAUSANNE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final do curso de Teólogos e Teologia Latino Americana da Faculdade Batista Teológica de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Jonas Madureira

S Ã O P A U L O

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Fé cristã e cultura contemporânea

A missão integral na encruzilhada: reconsiderando a tensão no pensamento teológico de lausanne.

Guilherme Vilela Ribeiro de Carvalho

O Congresso de Lausanne

Uma das questões que o Congresso de Lausanne procurou responder foi a relação entre evangelização e responsabilidade social, contribuindo com uma nova conceitualização da missão integral. Novo impulso foi dado ao movimento na América Latina com a realização do Congresso Mundial de Evangelização – Lausanne (1974). Contraditoriamente, para os latino-americanos representou um avanço, enquanto que para os norte americanos e muitos europeus Lausanne foi apenas mais um Congresso de reafirmação dos antigos fundamentos puritano-pietistas que apontavam para a urgência da salvação das almas. Billy Graham em sua palavra inicial não deixava dúvidas: “Mesmo que tenhamos que discutir problemas políticos e sociais, nossa prioridade aqui é discutir a salvação de almas”.

Os ventos do Congresso de Lausanne sopraram também aqui no Brasil. Os brasileiros introduziram definitivamente as idéias da Teologia da Missão Integral em solo pátrio com a realização do Congresso Brasileiro de Evangelização em Belo Horizonte em 1983. Figuras como Manfred Grellert, Robinson Cavalcante e Caio Fábio D’Araújo Filho vão ganhar grande destaque e tornam-se importantes líderes evangelicais, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990. Estes desejavam disseminar uma teologia holística que “alcançasse a pessoa toda com todo o Evangelho em todo o seu contexto social e cultural”.

No entanto surgem diversas concepções sobre esse assunto entre fundamentalistas, conservadores ou aqueles com uma visão um pouco mais moderada. Russel Sheed defende que são coisas distintas, sendo a evangelização algo prioritário. Já Antônio Carlos Barros defende que a ação social e evangelização estão ligadas contrariando o Pacto de Lausanne, em contrapo0nto concorda que a partir de Lausanne algumas coisas ficaram  mais definidas no mundo evangélico.

Fato é que, por melhores que fossem as intenções, a Teologia da Missão Integral não conseguiu alcançar as igrejas brasileiras na dimensão que seus idealizadores esperavam. Restringiu-se quase que exclusivamente a alguns presbiterianos, batistas, metodistas e pouquíssimos de outras denominações. Um de seus principais mentores no Brasil, o Bispo Dom Robinson Cavalcanti na Revista Ultimato externava seu desencanto ao falar “do ‘crescimento decadente’ do protestantismo brasileiro – seu abandono, quase por completo, das fontes reformadas; sua adoção de práticas do pragmatismo secular, a intolerância do exclusivismo fundamentalista”.

No momento em que se considera que a missão consiste de dois componentes separados, admite-se, em princípio, que cada um deles possui vida própria. Isso, então, implica dizer que é possível ter evangelização sem uma dimensão social e envolvimento social cristão sem uma dimensão evangelística. Além disso, se sugerimos que um componente é primordial, o outro secundário, dizemos implicitamente que um é essencial e o outro opcional.

 A práxis. Isso mesmo. A Teologia da Missão Integral desenvolvida na América Latina é o um discurso longe da prática. É a teologia cuja assistência e visão vem de fora; é alheio. É a pobreza vista com olhar caridoso de cima para baixo. A pratica torna se um problema, pois muitos lideres compreendem a ideia de missão integral da igreja mas tem dificuldade de colocar em pratica. Tendo em vista que a existência da falta de comprometimento de alguns membros com os deveres sociais, além disso a concepção de algumas comunidades de que seus projetos sociais pouco contribuem para acrescentar novas pessoas a igreja.

O fato é que a missão integral se tornou um conceito, atrelada a ideias de um senso comum que associa a evangelização somada a ação social, com uma perspectiva reducionista, apesar de logica, compromete se com causas sociais para adquirir o direito de anunciar o evangelho, para dar credibilidade as suas ações evangelísticas, pois o que importa mesmo é a conversão das pessoas e o crescimento da igreja.

 O ser humano é um todo. Partindo da perspectiva bíblica, o ser humano poderia ser definido como sendo uma comunidade integrada de corpo e alma. Entretanto, a ausência de compreensão do indivíduo como ser integral, pela própria Igreja, tem levado a mesma a desvalorizar não somente o ser humano na sociedade, como também o próprio evangelho para o qual ele foi chamado a proclamar no mundo. Só existe fidelidade na evangelização quando existe fidelidade na missão integral da Igreja.

A obra de missões não pode ser reduzida a anseios egoístas. Fazer missões requer o desejo intenso de manifestar a glória de Deus aos perdidos. Tudo o que pode resultar desse fato é secundário. Na igreja primitiva notamos a organização administrativa que ocorria como fruto da pregação do evangelho de Deus entre os povos. Muitos eram aqueles que se achegavam ao povo de Deus em busca do Pão Espiritual e de pão para os seus estômagos. Havia uma distribuição diária de alimento aos necessitados (Cf. Atos, 6:8). A comunidade cristã vivia uma comunhão profunda refletida não apenas em seus afetos, mas também em seus bens (Cf. Atos, 4:32). Tudo isso era resultado do evangelho pregado pelos apóstolos, porém não eram o objetivo da obra missionária.

Em nossos dias temos visto o alargamento da visão missionária em relação à ação social. Graças a Deus, muitos missionários têm resgatado o tema da responsabilidade social da igreja sobre os pobres. Contudo é preciso ter cautela sobre as exigências que a justiça social faz a missão que realizamos. A missão da igreja não pode ser determinada, ou até mesmo modelada pelas exigências sociais. Concordo com Jonathan Leeman em seu artigo “O Deus do Evangelho Missional não é um Deus muito Pequeno”? Quanto aos problemas que ameaçam a missão integral da igreja. Embora ele tenha baseado seu texto em poucas fontes, as suas reflexões são pertinentes para a missão. O Deus da missão precisa ser pregado em toda a sua glória e majestade. Não podemos reduzir a sua santidade em favor de uma resposta às cobranças sociais.

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