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UM EXAME CRÍTICO DOS RITUAIS MAÇÔNICOS À LUZ DAS SAGRADAS ESCRITURAS

Por:   •  20/11/2020  •  Monografia  •  20.291 Palavras (82 Páginas)  •  187 Visualizações

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MAÇONARIA VERSUS CRISTIANISMO

UM EXAME CRÍTICO DOS RITUAIS MAÇÔNICOS À LUZ DAS SAGRADAS ESCRITURAS

Trabalho apresentado à Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia de Porto Alegre, Departamento de Teologia Prática, em cumprimento parcial aos requisitos para o grau de Bacharel em Teologia.

Lindolfo Pieper

Porto Alegre

1975

INTRODUÇÃO

       Maçonaria é um termo francês que provêm do germânico Makon, do alemão Machen, que significa fazer, construir; daí pedreiro, construtor ou arquiteto. A aplicação do nome se justifica pelo fato da primitiva sociedade originalmente ter se derivado de pedreiros especializados da Idade Média, que, com seus segredos profissionais e conhecimentos de construção formavam uma espécie de sindicato. A Maçonaria é uma sociedade secreta, que, com os seus mistérios, símbolos e, especialmente, segredos, tem despertado a curiosidade de muitos, provocando muitas controvérsias e sendo causa de muitos estudos.

       Para alguns a Maçonaria é uma sociedade secreta como tantas outras; para outros é uma espécie de religião, em que se entrega a alma ao diabo para adquirir riqueza; e ainda para outros é um mistério oculto, cujo nome provoca a lembrança do “bodão preto”. A verdade é, por paradoxal que pareça, quase nada se sabe sobre esta misteriosa organização, nem mesmo os maçons.[1] Alguns escritores a tem como um meio de produzir obras literárias; alguns políticos consideram-na como um inimigo da pátria; e alguns líderes eclesiásticos a vem como um perigo que se alastra como joio no seio da igreja.

       Os autores maçons procuram a todo custo apagar essa imagem, e, através de volumosas obras, dar um aspecto um pouco mais digno a sua organização, chegando mesmo ao contra-senso de tornar conhecido aquilo cujos segredos não podem ser revelados. Nessa tentativa utilizam tudo que é elemento, mesmo a mentira, para dignificar a organização. Invocam acontecimentos marcantes da história como frutos de sua participação, inventam nomes importantes como sendo maçons, pessoas que nada têm a ver com a Maçonaria, tais como Tiradentes, Joana D’Arc, Spurgeon, Frei Monte Alverne; ou então lhes conferem o título, mesmo que estes se neguem a participar do seu trabalho, como Rui Barbosa, Goethe etc., com o fim exclusivo de dar uma imagem mais nobre à sociedade.[2]

       Com isso tem-se conseguido enganar a muitos. Com a sua nova política tem-se conseguido dar uma imagem melhor à organização, amenizando um pouco os seus opositores e até se aproximar da igreja, tornando possível que os seus membros se filiem a ela sem maiores conseqüências. Por isso é necessário que se tome consciência do que realmente é a Maçonaria, que se estude as suas bases na essência, nua e crua, tal como ela é, sem dar ouvidos a propagandas ou vozes parciais, para então se fazer um julgamento honesto e tomar as necessárias medidas.

       É justamente esse o objetivo do presente estudo: desvendar o véu que encobre a Maçonaria, descobrir a verdade e apontar os erros e as imediatas conseqüências que ela envolve. Numa análise objetiva e imparcial procurou-se demonstrar o que é realmente a Maçonaria. E como se trata de um trabalho teológico, procurou-se trazer essencialmente o que interessa à igreja e, sempre que possível, com pontos de vista bíblicos.

       Ao se estudar a Maçonaria deve-se ter alguns cuidados. Antes de tudo deve-se ter em mente que ela é uma organização complexa, com uma multidão de Lojas, as quais divergem em alguns aspectos (lojas são oficinas ou locais de reunião). Deve-se estudar por isso só o que é essencial, aquilo que é comum e fundamental em todas as Lojas, que são os rituais.

       Realmente, é nos rituais que todas as Lojas se unem, em que convergem todos os pontos divergentes e as torna uma. Sobre este aspecto não há dúvida, com o que todos os autores concordam, mesmo as maiores autoridades maçônicas.[3] Diz, por exemplo, o Dr. Swinburne, referindo-se aos rituais, que “o fundamento de toda a Maçonaria é o mesmo em todos os lugares”.[4] Leadbeater, do 33º grau, embora não fale propriamente de rituais, afirma que todas as Lojas têm a mesma constituição, deveres e regulamentos. Citando as palavras de Anderson, diz: “Mas a antiga Loja da Cidade de Iorque e as Lojas da Escócia, Irlanda, França e Itália, pretendendo independência, têm seus próprios Grãos-Mestres, embora em substância, suas constituições, deveres, regulamentos, sejam os mesmos de seus irmãos na Inglaterra”.[5] Walton Hannah, uma das grandes autoridades sobre a Maçonaria, concorda de que os rituais maçônicos, embora diferentes em alguns aspectos, são fundamentalmente os mesmos, tanto no conteúdo como no objetivo, o que claramente se comprova na sua exposição sobre os diferentes rituais das diversas Lojas.[6] E Nickei afirma: “As cerimônias praticadas na Inglaterra variam das praticadas na Irlanda, França e América, e as cerimônias desses países diferem uma das outras, porém são básica e fundamentalmente as mesmas”.[7]

       Os rituais nos levam para um segundo elemento que se deve ter em mente quando se for estudar a Maçonaria. Fala-se muito hoje que a Maçonaria moderna não é a mesma de alguns anos atrás, que hoje ela é diferente. Mas a verdade é que ela em nada mudou; mudou sim de política, de tática, para ter uma melhor apresentação, mas interna e essencialmente continua a mesma. Concordam com isso as maiores autoridades maçônicas. Gervásio de Figueiredo 33º grau, diz, por exemplo, no prólogo do livro Pequena História da Maçonaria, da autoria de Leabeater, que embora a Maçonaria aparentemente tenha passado por muitas transformações, ela é e continua sendo a mesma de sempre, com as mesmas bases, estruturas e ensinamentos. Entre outras coisas, ele acrescenta: “Estas páginas também nos ensinam que se exteriormente a Maçonaria, em seu conjunto, sempre se adaptou inteligentemente às limitações de determinadas época ou nação, internamente manteve intactas as suas bases e estruturas, e os ensinamentos mais íntimos perpetuados e transmitidos por sua tradição”.[8] 

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