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GRAJAU - A História do Bairro de São Paulo

Por:   •  5/4/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.245 Palavras (9 Páginas)  •  5.301 Visualizações

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FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

DESIGN DIGITAL

Grajaú:

O distrito e a sua identidade.

SÃO PAULO

2015

Grajaú:

O distrito e a sua identidade.

Atividade Prática Supervisionada apresentada ao curso de Design Digital da Faculdade Anhanguera de São Paulo.

Professor: Felipe Maia

São Paulo

2015

SUMÁRIO

1 - Apresentação 4

2 - História do Grajaú 6

3 - Referências Culturais do Grajaú 7

4 - Representatividade, Grafite e Arte Urbana 8

5 - Equipamentos Sociais 10

6 - Referências Bibliográficas 11

1. Apresentação

Grajaú é um distrito do município de São Paulo, administrado pela subprefeitura da Capela do Socorro, dentro da região administrativa da Zona Sul da cidade. Seus limites são os distritos de Pedreira, Cidade Dutra, Parelheiros e o municípios de São Bernardo do Campo e Diadema. Possui uma população de mais de 360 mil habitantes, segundo o IBGE (2010), sendo o mais populoso da capital.

Situada em área de mananciais, a região se encontra entre duas grandes represas, a Represa Billings e a Represa de Guarapiranga.

Segundo o Google, a área que compete ao Grajaú é a seguinte:

Entretanto, moradores e pessoas de regiões próximas o enxergam da seguinte forma:

É muito conturbado o consenso sobre se ele é um bairro, distrito ou até mesmo subdistrito. Há quem diga que ele é um subdistrito de Interlagos, que, segundo o Google, é apenas um bairro.

Não é nada raro ouvir a frase “moro ali em Interlagos” ou “perto de Interlagos”, de algum morador do Grajaú tentando localizar alguém sobre onde mora em uma conversa com pessoas que não são e ou estão na região.

2. História do Grajaú

O atual Distrito do Grajaú fazia parte do chamado ‘Sertão Santoamarense’ e era cortado apenas por uma estrada que ligava Santo Amaro a Intanhaém no Litoral Sul do Estado de São Paulo. A primeira ocupação era feita pelo Povo Guaraní que resiste até hoje na região da Subprefeitura de Parelheiros. Ainda no século 19 colonos alemães se estabeleceram na região.

Em 1925 iniciou a construção da Represa Billings que alcançou em 1949 seu formato atual. A represa criou não apenas as bases para a consolidação de um forte processo de industrialização, mas incentivou ao mesmo tempo a ocupação da região do Grajaú para implantação de chácaras, sítios e empreendimentos de lazer (anos 50 e 60).

O pólo industrial de Santo Amaro se tornou rapidamente um dos maiores parques industriais da América Latina. Seu crescimento foi impulsionado pela presença de energia produzida pela Represa Billings, pela abundância de água, pela disponibilidade de áreas e pela construção da de vias de transporte como a Marginal Pinheiros. A expansão do pólo industrial também exigia uma forte presença de mão-de-obra que vinha majoritariamente migrando da Região Nordeste do Brasil para São Paulo.

Ainda nos anos 70 foi decretada a área de proteção aos mananciais (1976) na qual o Distrito Grajaú se encontra inserido. Sem controle público da área de proteção aos mananciais se transformou rapidamente em válvula de escapa da tensão criada pela atração de migrantes nordestinos e a inexistência de uma política habitacional. Em função da legislação de proteção ambiental o preço da terra em toda a Capela do Socorro e em específico no Grajaú despencou e abriu a porteira para o surgimento de inúmeros loteamentos clandestinos. Até hoje, o Grajaú tem concentração de loteamentos clandestinos e de favelas acima da média paulistana.

A ocupação urbana da Capela do Socorro em geral e do Distrito do Grajaú em específico seguiu, portanto, interesses econômicos no sentido de alimentar o crescimento do pólo industrial. A região decretada área de proteção e, ao mesmo tempo, abandonada sem nenhum tipo de controle e vigilância abrigou de forma precária a mão-de-obra atraída pelo processo de industrialização. Nesse sentido, o Poder Público não apenas deixou de investir em uma política habitacional minimamente decente, mas acabou por fechar os olhos para a ocupação clandestina das margens da Represa Billings. Destarte, atendeu os interesses econômicos, reduziu os conflitos sociais e ocupou a população que construiu ‘sua’ cidade por conta própria.

Assim, os trabalhadores contribuíram de forma significativa para o processo de construção da riqueza social sem poder contar, de outro lado, com a presença do Estado no sentido de assegurar uma regulação através da política social de suas demandas por moradia, saúde, transporte etc.

É por isso também que o Grajaú sempre contou com uma dinâmica intensa de organizações e lutas populares. A forte presença de Comunidades Eclesiais de Base impulsionou já nos anos setenta e oitenta o ressurgimento de um tecido associativo ainda em plena ditadura militar. Simbolicamente por esse processo de organização e mobilização popular é a luta do Movimento de Saúde por um hospital público na região do Grajaú que começou ainda nos anos oitenta e desembocou na inauguração do Hospital do Grajaú em 1998.

Portanto, o Grajaú é historicamente marcada por uma forte presença de migrantes que contribuíram para o desenvolvimento de São Paulo, mas não puderam contar com a presença do Estado para construir uma urbanicidade que pudesse efetivar

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