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A Língua De Elália

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Por:   •  31/5/2012  •  665 Palavras (3 Páginas)  •  668 Visualizações

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A LÍNGUA DE EULÁLIA

RESENHA CRÍTICA

O autor procura mostrar do que são capazes os falantes da nossa língua, acabando com mitos e derrubando preconceitos. Explica por exemplo que “ingrês”, “frauta” e “pranta” palavras taxadas como erradas pela gramática normativa são na verdade arcaísmos, ou seja, uma palavra ou expressão que deixou de ser usada na norma atual, mas foi muito usada em um período antigo. Para isso o professor Bagno conta a historia de três estudantes universitárias, dos cursos de letras, pedagogia e psicologia, que ao sair de férias resolvem ir para uma chácara em Atibaia-SP, aonde mora Irene, professora e pesquisadora, que é tia de Vera, estudante do curso de letras. Ao chegar lá as estudantes conhecem Eulália, empregada da casa e que diferente delas não tem formação acadêmica e possui um falar diferente. Ao perceber que as meninas acharam estranho o modo de Eulália falar Irene resolver explicar algumas ocorrências do português falado do no brasil, a partir daí o autor começa a discutir a pluralidade da língua portuguesa falada no Brasil, abordando como tema principal o uso da variedade não-padrão. O pesquisador no seu livro preocupa-se em explicar varias ocorrências tidas como erradas, quebrando o preconceito de que brasileiro não sabe falar português. O livro busca sempre comparar o Português padrão com o não-padrão para provar que há mais semelhanças que diferenças entre eles. Neste contexto discute que os falantes da norma não-padrão têm dificuldade de aprender a norma padrão, primeiramente porque o primeiro é transmitido naturalmente, já o segundo requer aprendizado e como na maioria das vezes essas pessoas pertencem à classe baixa, abandonam a escola cedo para trabalhar ou desistem de estudar por serem discriminadas linguisticamente. Outro ponto importante também é relatado, inclusive a determinação de que nesta ou naquela região o português é "melhor falado", na ocasião em que o autor cita o estado do Maranhão como modelo mais idealizado pelo senso comum e desvirtua essa corrente quando afirma que "não é essencial falar do jeito que se escreve" porque a fala é inevitavelmente distorcida por transformações decorrentes da sua prática ao longo do tempo e estas não se enquadram nos padrões gramaticais que devem ser exigidos apenas para a escrita, resgatando o seu valor originário a partir do pensamento grego de que a gramática é a arte de escrever bem. A linguagem utilizada por Marcos Bagno durante todo o texto tem uma intenção provocativa e de convencimento. Seus argumentos são coerentes e caracterizam bem a sua discussão. O leitor é levado a se questionar, muitas vezes, do quanto se encaixa como praticante dos preconceitos e mitos destacados na obra. Obviamente, existem situações menos genéricas nas quais não se pode ignorar o fato de que a gramática normativa existe e, como o seu próprio nome determina, é a ela que se deve recorrer para a instituição de regras de base para a construção do pensamento, da escrita e da oralidade em determinados ambientes. Logo o livro traz a tona de uma maneira leve e de fácil assimilação o contexto da nossa língua, mostrando que, não existe o "certo" ou "errado" em uma língua falada, afinal, ela depende de alguns fatores, como os sociais ou regionais; no

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