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A Morte Das águas

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Por:   •  5/9/2014  •  Artigo  •  532 Palavras (3 Páginas)  •  159 Visualizações

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A MORTE DAS ÁGUAS

Darci Godói Quintão

A sábia natureza surpreende pelos seus caprichos. Pequena fonte de água pura percorrendo o caminho tortuoso, por entre pedras e vegetações exuberantes, adquire volume e força, alimentada por outras delicadas e distantes fontes. A cada quilômetro absorve mais e mais água, como se para se concentrar em seu leito toda água existente em sua região.

Indomável, segue adiante como se consciente fosse do seu papel. Cresce caudaloso e mais se agigantando é contido pela mão do homem, por sólida barreira de concreto, supostamente intransponível, desejoso de mostrar ao curso da água o seu poder. Consegue apenas contê-lo, dele roubando as energias para gerar nova riqueza, como se não bastasse o que a natureza pacífica, ordeira e constante oferece ao mundo: a vida!

Vida vegetal, vida animal, sobrevivência !

Em seu leito, ainda um pouco mais que um filete de água, vivem seres minúsculos e seres dependentes de sua perenidade.

A natureza sábia e caprichosa ensinou ao homem, certamente não tudo, mais muito do seu saber, pois o homem, ao conter as águas que correm, inicialmente se esqueceu da vida que as águas geram e, depois, lembrado pela própria natureza, facilitou para os minúsculos e os grandes seres vivos dessas águas, a comunicação entre o que foi contido e seu prolongamento por outros vales, antes de exclusivo serpentear em busca de maior espaço.

Antes filete de água, agora já volumoso Rio, majestosa corrente de água turva, indomável, agressiva, derrubando barrancos, inundando margens, trazendo consigo variados tipos de conviventes, como o dourado e o surubim, que são alimento para tantos e tantos ribeirinhos.

Caprichosa, a natureza reserva para o homem a mais bela das surpresas!

Oferece suas águas, até na sua totalidade se for preciso, aos homens para que delas se utilizem racionalmente, irrigando até então terra estéril.

Sugada do seu leito natural com avidez por meios mecânicos movimentados pela energia, também roubada do próprio Rio, suas águas são transportadas em leito uniforme e em tamanha lentidão que leva o homem a pensar na morte do Rio.

Conduzidas como criança pela mão de um adulto, as águas não têm mais aquela liberdade que fascina e aquela imponência que amedronta.

Derivando para novos leitos, estreitos, seguem as águas seu caminho agora imposto pelos homens.

No entanto, as águas como que saudosas das outras companheiras que seguem seu caminho Rio abaixo, sabem da sua finalidade, da sua missão, do seu destino.

Penetrando por região árida, no seus terminais encontrarão seu destino: darão vida a outras vidas para que estas vidas trabalhadas e colhidas pela mão do homem, dêem ao próprio homem - que quis conter as águas para delas roubar energia, que separa águas de outras águas, que as confina em leito estreito - vidas para, novamente, usar das águas para dar vidas às plantas, para dar vida aos próprios homens.

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