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Morte

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Por:   •  13/5/2013  •  416 Palavras (2 Páginas)  •  774 Visualizações

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Uma morte zero km

Ah! Esse Bergerac em mim não dá paz aos meus amigos. Quase sempre, ao ler uma frase, desencadeia-se uma tempestade de palavras, incontroláveis e sem noção.

Entre todas as fobias dormentes no almoxarifado de arquétipos do meu inconsciente profundíssimo e virgem de divãs e terapias, uma é recorrente até o desespero, naquele peep-show demencial.

A questão transcendental da eternidade teima em vir em bandos de spans indesejáveis numa orgia desenfreada entre profanos e sagrados...

Só sei que quando se encerra seu prazo de validade, você faz o check-in no lobby do nirvana e é encaminhado ao patamar que lhe compete, de acordo com as milhas acumuladas nas suas treze existências pregressas, numa cadeia ininterrupta de déjà-vus. Todos os momentos já nascem pretéritos segundo o mito do eterno vir a ser.

Morrer não me assusta , desde que seja de prazer, aliás, eu já morri tantas vezes que me tornei um especialista em ressurreições.

Já morri de raiva, já morri de tristeza e de rir. Já morri de medo e já morri até de dor de cotovelo por absoluto descaso do SUS.

A cada uma de minhas mortes, eu ressuscitei menos experiente e mais ingênuo e com a sede de viver, ampliada à n-ésima potência.

Sempre observei em meus inúmeros velórios, amigos que morriam de alegria por eu ter morrido de raiva e outros tantos que morriam de tristeza apenas por eu ter morrido de alegria.

A cada uma das minhas lápides eu queria que tivessem escrito apenas e tão somente:

“Tá rindo do que, mano.”

Iria para o céu se o diabo não pressentisse a minha morte. Mas se fosse de amor, nem me importaria se ele a percebesse. Aliás, considerando as companhias, até iria preferir.

Hoje eu quero uma morte novinha em folha. Zero quilômetro.

Eu quero e espero uma morte novinha em folha. Uma morte que eu ainda não tenha experimentado. Quero morrer essa morte a cada instante da vida e morrer de alegria a cada uma das mortes de amor que eu conseguir suportar.

Eu quero morrer mansamente de amor, bebericando cada uma das emoções dessa morte lenta. Eu quero morrer de um amor repentino que não me permita análise de causas e de efeitos. Eu quero morrer de um amor selvagem que me cause a sensação de uma morte violenta.

Eu sou especializado em ressurreições e a cada uma de minhas mortes, vou ressuscitar para morrer de alegria e recomeçar o ciclo de mortes e ressurreições.

Por isso, hoje eu quero e espero uma morte novinha em folha.

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