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A Reviravolta

Por:   •  11/6/2018  •  Resenha  •  767 Palavras (4 Páginas)  •  145 Visualizações

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Capítulo 7: A Reviravolta

Em 1583, William Lee voltou de seus estudos na universidade de Cambridge para se tornar padre local em Calverton, Inglaterra. Elizabeth I tinha recentemente determinado que todos os seus súditos tinham que usar um barrete de tricô. Lee notou que o único jeito de produzir os barretes era por meio do trabalho manual das tricoteiras e por isso demorava muito para cada item ter fim. Observando sua mãe e sua irmã Lee notou que ao invés de uma peça ser confeccionada por duas agulhas e um fio de linha, poderia ser confeccionada por várias agulhas que conduzissem um fio.

Lee ficou obcecado pela ideia e decidiu criar uma máquina de tricotar meias. Quando a máquina ficou pronta ele se dirigiu a Londres para mostrar a sua criação para a rainha e solicitar uma patente. Alugou um prédio para montar a máquina e com o auxílio de seu representante local no Parlamento, Richard Parkyns, foi apresentado a Henry Carey, Lorde Hundson, membro do Conselho Privado da Rainha. Carey, conseguiu que a Rainha Elizabeth fosse conhecer a máquina , mas sua reação foi devastadora, além de não conceder a patente a Lee, disse que a máquina traria ruína ao seu povo por privá- los de emprego e os mesmos se tornaram mendigos. Arrasado, Lee foi tentar a sorte em França onde também fracassou. Retornou à Inglaterra onde pediu a patente a Jaime I, sucessor de Elizabeth, que também recusou o pedido com as mesmas justificativas de sua antecessora. A máquina de tecer meias era uma inovação que prometia um gigantesco salto na produtividade, mas também muita destruição criativa.

A reação à brilhante invenção de Lee ilustra a tese central deste livro. O medo da destruição criativa é o principal motivo pelo qual não teve uma melhoria dos padrões de vida entre as revoluções neolítica e industrial. Para que tenha crescimento econômico sustentado é necessária novas tecnologias e novas maneiras de fazer as coisas como as de Lee. A sociedade pode enriquecer, mas o processo de destruição criativa constitui uma ameaça aos que trabalham com a tecnologia antiga, como as tricoteiras que a tecnologia de Lee deixaria desempregadas. As inovações como a máquina de tecer implicam também na possibilidade de reconfiguração de poder político. Sendo assim, o que levou Elizabeth e Jaime à não aceitar a patente foi o medo de saírem perdendo politicamente. Em geral é possível superar a resistência de trabalhadores como as tricoteiras, mas a Elite quando vê seu poder em risco, constitui uma enorme barreira à inovação.

Antes da Inglaterra do Século XVII, as instituições extrativistas foram a norma. Às vezes, mostravam- se capazes de gerar crescimento econômico, especialmente quando tinham elementos inclusivos como em Veneza e Roma. Ainda assim, não admitiam destruição criativa . O crescimento por elas criado não era sustentado e findava em virtude da falta de inovações e das disputas políticas internas.

A expectativa de vida de um morador de Abu Hureyra não era muito diferente daquela de um cidadão da Roma Antiga. A expectativa de vida de um romano típico era próxima da de um habitante médio da Inglaterra no século XVII. Em termos de renda, em 301 d.C. o imperador romano Deocleciano emitiu o Edito dos Preços

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