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A TRADIÇÃO OCIDENTAL ATÉ 1900

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Por:   •  22/8/2014  •  10.465 Palavras (42 Páginas)  •  1.071 Visualizações

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A TRADIÇÃO OCIDENTAL ATÉ 1900

A história registrada da linguística ocidental começa em Atenas: Platão foi o primeiro pensador europeu a refletir sobre os problemas fundamentais da linguagem no inicio do primeiro milênio depois de cristo, da linguística hebraica e árabe durante o Renascimento, da Índia por volta de 1800, para citar apenas as mais significativas, a tradição ocidental tem seu próprio e claro padrão de desenvolvimento.

Da Índia á China, á Grécia e a Roma, aos povos semíticos e de volta ao Ocidente. Cada tradição tem sua própria história e só pode ser explicada à luz de sua própria cultura e de seus modos de pensamentos. Elas e as demais grandes tradições continuaram a se desenvolver paralelamente até os dias de hoje.

A linguística grega e a romana formam um continuum com a medieval :os romanos se basearam nas iniciativas dos gregos alguns aspectos do pensamento pré-renascentista, sobre tudo etimologia e a da littera, são mais facilmente apreendidos se as ideias antigas e medievais forem consideradas em conjunto.

2.1 Grécia : a linguagem como ferramentas para entender a realidade

A história registrada da linguística ocidental começa com um confronto entre duas visões da linguagem fundamentalmente:

* A linguagem como fonte de conhecimento.

* A linguagem como um simples meio de comunicação.

A linguagem tem algum vínculo direto e essencial com a realidade, espiritual ou é puramente arbitrária?

Embora esta seja a opinião dominante no mais das vezes, a suposição tácita na linguística de hoje, nem sempre ela foi ponto pacífico.

O primeiríssimo texto ocidental sobre a linguagem, o Cratilo de Platão, perto do final do século V a.C Explorando as causas que subjazem ao ambiente físico e cosmológico do homem, os filósofos pré- socráticos identificaram duas forças vitais: phýsis, a natureza, o poder inexorável que governa o mundo visível ; e nómos, crença, costumes o lei instituída por ação divina ou humana .

No plano da línguagem, os gregos se preguntavam se a conexão entre as palavras e aquilo que denotavam provinha da natureza, plýsei, ou era imposta pela convenção, thései.

O Crátilo sustenta que a língua espelha exatamente o mundo ; Hermógenes defente a ócrate contrária, a de que a língua é arbritária ; e ócrates representa a instâcia intremediária, ressaltando tanto os pontos fortes quanto as fraqueza dos argumento dos outros dois e levando-os,por fim, a uma solução conciliatória.

As palavras são ferramentas: assim como uma lançadeira defeituosa não pode ser usada para tecer, também as palavras precisam ter propriedades que as tornem apropriadas ao uso no nomoteta (“ legislador”)são entendidas por convenção, thései apreendeu esta realidade de modo imperfeito. Aristóteles (384-322 a . c) os signos escritos representam os signos falados: os signos nos falados representam impressões (pathemata) na alma, e as impressões na alma são a aparência das coisas reais, logos, Diógenes, enunciado significativo dirigido pelo pensamento racional, um enunciado (phone) que pudesse ser representado na escrita,a distinção entre logos a palavras ou enunciado visto como uma entidade significativa, e léxis, a palavras visto como forma, é fundamental para o pensamento linguístico estoico e pós-estoico(= verbo ou cópula mais adjetivo).

Filósofos posteriores-como Aristóteles, discípulo de Platão, e os estoicos- observaram mais atentamente o constituinte semântico do enunciado. O pronome é usado no lugar de um nome, tem função dêitica e mostra relações entre as pessoas, a preposição (próthesis) é definida como um parte do discurso que tem somente uma forma, o advérbio é colocado antes ou depois de um verbo, mas carece de qualquer conexão sintática íntima com ele.

Em todas essas definições, a importância preponderante do significado é visível tanto nos critérios predominantemente semânticos usados para distinguir as partes do discurso quanto nas categorias mesma que se chegou, ênfase dos gregos nos aspectos de significados do enunciado, e não nos aspecto formas.

2.2 Roma: codificação e transmissão

Tal como se deu COM a maior parte dos elementos de sua vida intelectual, os romanos atribuíam aos gregos a introdução da gramática na cultura latina. Suetônio (c. 69-140), em sua obra sobre os mais famosos professores de gramática e retórica (De grammatids et rhetoribus), relata como o estóico Crates de Maios quebrou a perna durante uma missão diplomática em Roma em 169 ou 168 a.C. e se entreteve durante sua convalescença dando palestras sobre gramática. Embora registre os nomes de uns vinte gramáticos entre aquela época e a sua própria, Suetônio nos deixa extremamente mal informados sobre a história inicial da gramática em Roma. A sugestão de Karl Barwick de que a doutrina estóica foi a influência predominante em Roma, ao passo que no mundo grego a escola alexandrina de filologia tinha suplantado os estóicos, já não é tão amplamente aceita.

Não obstante, as reflexões estóicas e pitagóricas são visíveis na obra do filósofo-historiadorantiquário Marcos Terêncio Varrão (116-27 d.C.). De suas mais de setenta obras somente duas sobreviveram, incluindo seis livros dos vinte e cinco originais de seu grande compêndio sobre o latim, De lingua latina.

Não surpreende que a obra fosse desconhecida e não tenha exercido nenhuma influência durante toda a Idade Média. Na Antiguidade, porém, seu impacto foi imenso. As inclinações de Varrão como historiador e filósofo conferem a seu trabalho um sabor muito diferente do das outras obras romanas sobre linguagem que chegaram até nós. Nas porções remanescentes do De língua latina, Varrão estabelece duas dicotomias problemáticas: o papel da natureza e da convenção na origem das palavras, e a questão da analogia e da anomalia na regulação do discurso. Tal como Platão, Varrão conclui que o significado original das palavras, imposto em concordância COM a natureza, foi obscurecido em diversos casos pela passagem do tempo, e que a etimologia pode frequentemente ajudar a recuperar o significado verdadeiro e original.A maior parte dos livros VI e VII é ocupada por uma série de etimologias de Palavras arranjadas segundo as categorias fundamentais pitagóricas: corpus (”objeto físico”), locus (’lugar”), tempus (”tempo”)

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