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Apreciação Crítica

Por:   •  30/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  761 Palavras (4 Páginas)  •  150 Visualizações

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Apreciação Crítica

Relacionamento entre Pedro da Maia e Maria Monforte

   

   Decidi para este trabalho fazer a apreciação crítica desta imagem e, escolhi-a especificamente, devido não só ao facto de poder ser interpretada por várias vertentes, mas também por me ter chocado pessoalmente, pelo seu carácter chocante. Foi feita por Michal Boubin, natural de Praga, na República Checa. É uma imagem forte, com o intuito de sensibilizar as pessoas.

   

   A referida imagem retrata um coração numa parede, com uma cor intensa, quebrado, a sangrar. Podemos visualizar a escolha do vermelho, sendo uma cor quente, em primeiro plano e as cores frias no fundo, em segundo plano. Estas cores foram utilizadas tendo em conta uma imagem que pretende captar a atenção das pessoas e, causar mais impacto. O vermelho significa a vida e a morte, e o castanho claro simboliza a violência, o abismo. Sendo o vermelho a cor do fogo e do sangue, então, tal como Pedro da Maia e Maria Monforte, o vermelho possui um duplo significado: no sentido positivo, significa a cor da vida, do amor vivido intensamente pelas duas personagens, do calor, da paixão fervorosa e da fecundidade; no sentido negativo, simboliza a cor da guerra, do poder destruidor do fogo, do derramamento de sangue, do ódio sentindo por parte de Pedro da Maia a Maria Monforte, quando esta o abandonou, fugindo com Tancredo, e o suicídio de Pedro.[pic 1]

Pedro da Maia é um protótipo do herói romântico e também é personagem-tipo. Relativamente ao seu caracter psicológico, este é nervoso, com algumas crises de melancolia, sentimentos exagerados, emocionalmente instável, como a mãe, Maria Eduarda Runa. Foi vítima da educação tradicional portuguesa, romântica, que fez com este se tornasse um fraco. Pedro, sente um amor quase doentio pela mãe, pelo que quando esta morre entra em loucura e desespero. Deste modo, deixou-se encadear por um amor à primeira vista que o conduziu a um casamento, de estilo romântico, com Maria Monforte. Este enlace precipitado levou-o mais tarde ao suicídio, após a fuga da mulher, com um napolitano.

Maria Monforte, a sua mulher, possui uma personalidade fútil, fria, caprichosa, cruel e interesseira, leviana e sem preocupações culturais ou sociais. É filha do Monforte, e é conhecida em Lisboa por “a negreira”, porque o seu pai enriqueceu ao transportar negros e arrancando a riqueza da “pele dos africanos”. Contra a vontade de Afonso, Pedro da Maia apaixona-se e casa com ela, onde nasceram Carlos e Maria Eduarda. Maria Monforte irá a fugir com o italiano Tancredo, levando a filha consigo e abandonando o filho e o pai. Entretanto, o italiano é morto num duelo e Maria entregará a Guimarães um cofre com documentos para a identificação da filha.

   Para realçar a intensidade da relação amorosa entre as duas personagens, cito o seguinte excerto: (página 99 – Início do Capítulo II): “Pedro e Maria, no entanto, numa felicidade de novela, iam descendo a Itália, a pequenas jornadas, de cidade em cidade, nessa via sagrada que vai desde as flores e das messes da planície lombarda até ao mole país de romanza, Nápoles, branca sob o azul. Era lá que tencionavam passar o inverno, nesse ar sempre tépido junto a um mar sempre manso, onde as preguiças de noivado têm uma suavidade mais longa… Mas um dia, em Roma, Maria sentiu o apetite de Paris. Parecia-lhe fatigante o viajar assim, aos balouços das caleças, só para ir ver lazzaroni engolir fios de macarrão. Quanto melhor seria habitar um ninho acolchoado nos Campos Elísios, e gozarem ali um lindo Inverno de amor! Paris estava seguro, agora, com o príncipe Luís Napoleão…. Além disso, aquela velha Itália clássica enfastiava-a já: tantos mármores eternos, tantas Madonas começavam (como ela dizia pendurada languidamente do pescoço de Pedro) a dar tonturas à sua pobre cabeça! Suspirava por uma boa loja de modas, sob as chamas do gás, ao rumor do boulevard… Depois tinha medo da Itália onde todo o mundo conspirava. Foram para França.”.

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